Enquanto muitos fabricantes de smartphones apostam no Android Stock como base para os seus dispositivos, uma análise recente revela que, mesmo com esse sistema minimalista, a potência bruta continua sendo um fator determinante para alcançar um desempenho excepcional.
Alguns produtores de conteúdo estão testando um dos smartphones recentes mais cobiçados do momento, o Nothing Phone (2). E uma das “unanimidades inconscientes” (ou muito racionais) que a análise revela é que o Android Stock por si só não é suficiente para oferecer uma experiência de uso otimizada.
Ter um processador potente ainda é fundamental para extrair a melhor experiência de uso em um smartphone, e você fatalmente terá que pagar por isso.
O passado reforça esse entendimento do presente
Ao longo dos anos, alguns fabricantes tentaram vender a ideia que ter um smartphone com hardware mais modesto e um Android Stock que consome menos recursos que uma ROM customizada eram o suficiente para se obter uma boa experiência de uso, o que justificaria a chegada ao mercado de smartphones com preços mais competitivos.
Mas isso está ficando cada vez mais longe da realidade prática, e pelo menos dois exemplos – um do passado e outro do presente – provam isso.
Entre os exemplos, o Google Pixel 4a e o Nothing Phone (1) chamam a atenção, comprovando que potência bruta ainda faz parte de uma boa experiência de uso em um smartphone com o sistema operacional Android, inclusive quando o telefone conta com a versão Stock desse software.
No caso do Google Pixel 4a, o desempenho não é algo considerado excelente, com uma evidente falta de potência, representada pelo processador Snapdragon 730, que comprometeu a experiência geral do dispositivo. Toda a “magia” e fluidez esperada de um smartphone Pixel simplesmente desaparecem diante da limitação de recursos.
Situação semelhante ocorre com o Nothing Phone (1) e seu processador Snapdragon 778G+. Apesar de ser considerado um dispositivo impressionante em termos de qualidade e preço, a falta de potência em comparação com rivais como o POCO F3, equipado com Snapdragon 870, é algo notável.
No entanto, a geração atual de smartphones, representada pelo Nothing Phone (2), deu um salto significativo em termos de desempenho. Com a adoção do penúltimo SoC da Qualcomm (Snapdragon 8+ Gen 1), o dispositivo brilha com uma fluidez acima da média, revelando todo o potencial da ROM baseada no Android Stock.
Por que ainda precisamos de um hardware potente
Tudo isso levanta a questão sobre a evolução do Android nos últimos anos e como o aumento das demandas de recursos contradiz a ideia de que dispositivos cada vez mais leves seriam suficientes para um desempenho ideal. A qualidade fotográfica, impulsionada pela inteligência artificial, depende cada vez mais da potência do processador, pois um melhor ISP (Image Signal Processor) contribui para resultados superiores.
Chega a ser uma visão paradoxal de alguns fabricantes. Muitas marcas entenderam que os usuários estão registrando mais fotos, e qualquer pessoa sabe que entregar resultados finais de fotografia de alta qualidade passa de forma obrigatória pela melhor qualidade dos processadores, que vão processar as imagens de forma mais rápida e com melhor desempenho.
E, ainda assim, existem os fabricantes que estão negligenciando neste aspecto, de forma surpreendente.
Além disso, os jogos e aplicativos estão se tornando cada vez mais exigentes, com tamanhos que ultrapassam 10 GB, o que demanda recursos de hardware robustos. O sistema operacional evolui de acordo com as capacidades dos processadores, e dispositivos com desempenho limitado podem enfrentar dificuldades, especialmente em relação à longevidade do dispositivo.
E no caso dos jogos, essa necessidade de melhorias no desempenho chega ser algo óbvio, que é obrigatório para qualquer dispositivo que vai reproduzir gráficos de alta performance.
A integração de funções de IA no chip, como o Neural Engine da Apple ou o motor neuronal do Google, também implica a necessidade de processadores cada vez mais capazes. Traduções em tempo real, assistentes virtuais e outras tarefas que dependem de IA demandam poder de processamento para fornecer resultados rápidos e precisos.
Diante desse panorama, fica evidente que não se pode subestimar a importância da potência bruta nos dispositivos Android. O Nothing Phone (2) lembra a todos que, apesar do sistema operacional Android Stock ser uma excelente base, a potência adequada é necessária para desbloquear todo o seu potencial.
A busca por um “cavalo grande” em forma de processador ainda é fundamental para garantir uma experiência de uso excepcional em smartphones. E não dá para tapar o sol com a peneira neste caso.