Mais uma polêmica para o YouTube, que mais uma vez se mostra incompetente na tarefa de regular os conteúdos disponíveis em sua plataforma. Depois do YouTube Kids recomendar para crianças vídeos de conspiração e alimentar uma grande rede de pedofilia, um artigo do PediMom (veículo especializado em conteúdos para os pais), alguns vídeos do YouTube Kids escondem conselhos para a prática do suicídio.
Uma mãe (que preferiu não se identificar) decidiu ver vídeos de desenhos animados com o seu filho no YouTube Kids. Quando um determinado vídeo passou dos quatro minutos de exibição, ele era interrompido para um vídeo que aparece um homem simulando cortar os pulsos. A mãe se declarou “perturbada, desgostosa e triste”, mas ao mesmo tempo afirma se sentir “aliviada” por ter testemunhado o incidente, pois assim pode tomar “as ações apropriadas para proteger a sua família”.
Traduzindo: ela eliminou o app do YouTube Kids, e proibiu os seus filhos de utilizar a ferramenta em casa. Horas depois da denúncia feita pela mãe, o vídeo polêmico desapareceu do YouTube.
Lembra o filme Clube da Luta
Outros pais encontraram mais vídeos de desenhos animados que ocultam o mesmo vídeo agressivo em seu interior, que também era exibido a partir do quarto minuto. A pessoa que aparece apresentando o tutorial sobre como cortar os pulsos é o youtuber Flithy Frank, dono de um canal com mais de 6 milhões de assinantes, e que reconhece ser ‘a encarnação de tudo o que uma pessoa não deveria ser’.
A prática lembra uma das cenas mais famosas de Clube da Luta, onde Tyler Durden (Brad Pitt) oculta fotogramas de cenas pornográficas em filmes infantis. E tal comportamento é algo simplesmente perturbador. Mas é o YouTube quem precisa tomar alguma providência para evitar que isso aconteça em larga escala.
Um porta-voz do YouTube se pronunciou sobre o tema:
“Trabalhamos para garantir que os vídeos do YouTune Kids sejam amigáveis para a família, e levamos o feedback muito a sério. Agradecemos as pessoas que nos notificam sobre conteúdos problemáticos, e fazemos o possível para que qualquer pessoa possa marcar um vídeo como inapropriado. Os vídeos marcados são revisados manualmente 24 horas por dia, 7 dias por semana, e são eliminados os vídeos que não se enquadram em nossa avaliação.
Também estamos investindo em novos controles para os pais, incluindo a possibilidade de selecionar manualmente vídeos e canais no aplicativo. Estamos realizando melhorias constantes em nossos sistemas, e reconhecemos que há muito trabalho pela frente.”
E esse problema aparece no pior momento para o YouTube, que está perdendo anunciantes importantes por causa da ineficiência nos filtros de conteúdo e na classificação dos mesmos. Vamos ver como o Google vai lidar com essa lamentável situação.