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A primeira corrida de Fórmula 1 “autônoma” foi um desastre

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Alguns “fãs” de Fórmula 1 (e tenho que colocar entre aspas, pois é uma galera que não entende nada do assunto) acreditam que Fernando Alonso e Lewis Hamilton estão velhos demais para a categoria.

Já outros acreditam que os carros atuais da categoria são tão tecnológicos, que poderiam andar sozinhos. A ponto de Alonso e Hamilton serem considerados completamente dispensáveis.

Bom… decidiram testar a teoria na prática. A primeira corrida de carros de Fórmula 1 completamente autônomos aconteceu, e os resultados alcançados deixam os pilotos mais veteranos da categoria um pouco mais tranquilos.

 

Um campeonato bem intencionado

O evento inaugural da Abu Dhabi Autonomous Racing League (A2RL) é um marco histórico na indústria automotiva de qualquer maneira, mesmo que a experiência na prática entregasse resultados um tanto quanto risíveis.

Realizada no circuito Yas Marina, a competição reuniu oito equipes de várias partes do mundo, incluindo Emirados Árabes Unidos, China, Hungria, Alemanha, Cingapura e Estados Unidos. E… acredite em mim: você não perdeu muita coisa em não ter assistido a essa corrida.

Apesar da empolgação de todos os envolvidos, a competição em pista deixou evidente quais são as limitações atuais dos carros autônomos. E nem toda a tecnologia avançada desse mundo consegue rivalizar com qualquer piloto humano que hoje está em um Fórmula 1…

…incluindo nomes como Lance Stroll e Logan Sargeant.

As equipes da A2RL não eram montadoras ou garagistas, mas sim universidades em sua maioria. A competição tem como principal objetivo impulsionar a inovação na condução autônoma, já que essa é uma das tecnologias que serão comuns em nossos carros de rua no futuro.

 

…uma competição infantil

O que descreveram sobre essa corrida inaugural é até crível considerando o ponto em que estamos na tecnologia de condução autonomia. E considerando o fato de que esta era uma competição, tenho até curiosidade em ver como esses carros conseguiram se comportar “como crianças em triciclos”.

Todos os carros eram conduzidos através de um sistema de inteligência artificial que até era capaz de aprender rapidamente com as situações de pista. Porém, as falhas foram diversas, e os momentos de corrida de verdade na pista foram pouco ou nada convincentes.

O ritmo dos carros era lento, e a IA errava demais nos comandos para desenvolver a competição em pista. Em termos práticos, a experiência ficou muito mais próxima a de um rali do que a uma corrida de Fórmula 1, tal e como estamos acostumados.

O que nos leva a pensar que nem mesmo a mais poderosa das IAs ainda é capaz de compreender e interpretar de forma correta o contexto de uma competição.

Uma IA até pode identificar os obstáculos na pista, mas não é capaz de entender e agir dentro de um cenário competitivo.

De qualquer forma, a primeira corrida da A2RL atraiu uma audiência significativa, tanto no circuito quanto na transmissão online. Até porque o ser humano tende a gostar de coisas diferentes e inusitadas.

Ou contam com a curiosidade mórbida mesmo.

As equipes universitárias estão comprometidas com o desenvolvimento dos carros autônomos, e compreendem que o trabalho daqui para frente é longo para entregar uma corrida de melhor qualidade.

A boa notícia aqui para os pesquisadores é que uma IA pode aprender rapidamente, mas ainda não é capaz de tomar decisões mais eficientes apenas com o contexto daquilo que é apresentado no cenário real.

Quem sabe se essa inteligência Artificial gastar algum tempo assistindo a algumas das melhores performances do Alonso e do Hamilton… é uma forma muito eficiente de aprender a pilotar um Fórmula 1 como um campeão do mundo.

Desde que essa IA não assista às corridas do Nicholas Latifi, para mim, já está valendo.


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