As 24 horas de Le Mas é uma das mais importantes competições do mundo a motor. A primeira edição aconteceu em 1923, e é um desafio de resistência a pilotos e carros protótipos muito especiais. A maratona automobilística tem como vencedor aquele carro que mais quilômetros percorreu em 24 horas.
A corrida sempre aconteceu no mês de junho, mas por motivos óbvios ela não vai acontecer da forma tradicional em 2020. A organização de Le Mans anunciou em março que a corrida esse ano estava adiada para 19 de setembro. Porém, no dia 13 de junho, vai acontecer uma edição virtual das 24 horas de Le Mans.
A prova virtual vai colocar pilotos profissionais e estrelas do esporte em uma prova de resistência de 24 horas com o jogo de PC rFactor 2 (game disponível no Steam), que é muito bem avaliado por parte dos membros daquela comunidade. Ele será a alternativa à prova do mundo real.
As 24 Horas de Le Mans virtuais vão medir a resistência dos pilotos, obrigando a cada um deles a permanecer no volante por pelo menos quatro horas e um máximo de sete horas. Serão formadas equipes que vão reunir fabricantes de automóveis, equipamentos de competição, pilotos profissionais e profissionais dos eSports com experiência no automobilismo virtual.
A prova terá transmissão pela TV, mas não sabemos se a organização vai vender os direitos de transmissão para redes do mundo todo, ou se vão utilizar uma plataforma online (Twitch, YouTube, Facebook Gaming) para que a prova seja transmitida para todo o planeta.
Uma consequência positiva da pandemia é que, por conta do cancelamento de todos os eventos esportivos tradicionais, os eSports ganharam um protagonismo que cobrava por anos. A profissionalização do segmento nos últimos anos, somado aos profissionais das versões online de alguns esportes, resultaram em uma maior visibilidade ao esporte eletrônico online. E as 24 horas de Le Mans virtual é mais um passo adiante nesse sentido.
Os eSports com o protagonismo que precisava
Tudo isso é fenomenal. Os eSports se tornaram mainstream, e com certeza isso fará com que o mercado de games receba uma evidência ainda maior para um público que ainda não conhecia a prática. Ao menos é uma forma de distração mais interessante do que simplesmente assistir a filmes e reprises de eventos esportivos, mesmo que sejam eventos históricos.
Por outro lado, alguns entendem que os eSports com atletas do mundo offline são mais virtuais do que esportivos. Como muitos deles não estão muito familiarizados com toda a tecnologia que envolve os esportes eletrônicos ou são jogadores casuais que não tinham tempo para se dedicar aos videogames, alguns eventos acabam se valendo mais pela bizarrice do cenário do que pela competição efetiva.
E a pergunta fica: será que os eSports continuam a ter a visibilidade que possui nesse momento quando os esportes tradicionais retornarem? Particularmente, espero que sim. É mais uma alternativa de entretenimento para as pessoas que estão em casa, e uma forma muito eficiente em popularizar uma modalidade que está cada vez melhor.
Porém, quando o esporte offline voltar, é mais do que necessário dar o protagonismo e reconhecimento merecidos aos gamers profissionais. Chegou a hora de transformar os astros dos videogames em celebridades e lendas dos eSports.