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10 dos maiores escândalos e fiascos do mundo da tecnologia dos últimos anos

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A tecnologia existe para promover o avanço da humanidade. Porém, de boa intensão, o inferno está cheio. Algumas coisas podem sair do controle (como diz Stephen Strange), e o desastre é o resultado inevitável de algumas inovações.

Alguns avanços tecnológicos são conhecidos como fiascos porque a prática foi pior do que a teoria, ou porque os fabricantes ousaram mentir na publicidade dos produtos, o que é ainda pior do que simplesmente falhar em um projeto mal concebido.

Neste artigo, vamos revisitar alguns dos piores escândalos e fiascos tecnológicos que aconteceram nos últimos anos, e como eles afetaram as empresas, os consumidores e até o meio ambiente.

 

A falsa publicidade do Nokia Lumia 920

A Nokia queria promover o seu novo smartphone Lumia 920, que tinha uma câmera com estabilização ótica, capaz de capturar imagens nítidas mesmo em movimento. Para isso, a empresa criou um anúncio que mostrava um casal andando de bicicleta e gravando um vídeo com o aparelho.

No entanto, o anúncio era falso, pois a Nokia usou uma câmera profissional para filmar as cenas, e não o Lumia 920. A farsa foi descoberta por um espectador atento, que notou o reflexo de outra pessoa usando uma câmera grande em uma janela.

A Nokia pediu desculpas pela mentira, mas o dano já estava feito. O anúncio foi considerado uma fraude e uma decepção para os consumidores.

 

Netflix separa serviços de envio de DVD e streaming

Em 2011, a Netflix era a líder do mercado de aluguel de DVDs por correio e streaming de filmes e séries. A empresa então decidiu separar os dois serviços, criando uma nova marca chamada Qwikster para os DVDs, e mantendo a Netflix para o streaming.

Além disso (e para piorar a situação), a empresa aumentou o preço da assinatura combinada em 60%, passando de $9,99 para $15,98 por mês.

A decisão foi um desastre, pois os clientes ficaram confusos e irritados com a mudança de nome, a necessidade de ter duas contas separadas e o aumento do preço.

Resultado: a Netflix perdeu cerca de 800 mil assinantes em um trimestre, e viu suas ações despencarem. A empresa voltou atrás na separação dos serviços, mas demorou para recuperar a confiança dos consumidores.

 

O desastre do NFT na Ubisoft

 

A Ubisoft é uma das maiores empresas de videogames do mundo, responsável por franquias populares como Assassin’s Creed, Far Cry e Just Dance. Em 2021, a empresa anunciou um projeto chamado Ubisoft Quartz, que consistia em introduzir NFTs (tokens não fungíveis) em seus jogos.

Os NFTs são ativos digitais únicos e verificáveis que podem ser comprados e vendidos com criptomoedas. Uma febre passageira que apareceu e desapareceu rapidamente durante a maior crise sanitária global dos últimos 100 anos (que não voi mencionar o nome para não ter a visibilidade desse conteúdo despencando).

A Ubisoft queria oferecer aos jogadores itens exclusivos e personalizáveis para seus personagens em Ghost Recon Breakpoint, um jogo de tiro tático. No entanto, o projeto foi um fracasso total, pois os jogadores rejeitaram a ideia de pagar por NFTs que não tinham valor real nem impacto no jogo.

O trailer do Ubisoft Quartz teve 95% de dislikes no YouTube, e os NFTs foram ridicularizados nas redes sociais. O projeto causou danos significativos à reputação da Ubisoft, que foi acusada de explorar os jogadores e de contribuir para a poluição ambiental causada pelo consumo de energia dos NFTs.

 

A bagunça nas micro transações da EA (em Star Wars Battlefront 2)

A EA é outra gigante dos videogames que possui direitos sobre franquias muito populares como Madden, The Sims e Star Wars. Mas também é conhecida por ser eleita por duas vezes a pior empresa dos Estados Unidos.

Em 2017, a empresa lançou Star Wars Battlefront 2, um jogo de tiro baseado na saga espacial mais famosa do cinema. O jogo prometia uma experiência imersiva e divertida para os fãs de Star Wars, mas acabou se tornando um pesadelo por causa das micro transações.

Para quem chegou de Marte semana passada ou não sabe dos paranauês dos videogames (porque não se sente obrigado a nascer sabendo), as micro transações são compras opcionais dentro do jogo que permitem aos jogadores obter vantagens ou itens cosméticos.

No caso do Star Wars Battlefront 2, as micro transações eram abusivas e injustas, pois exigiam que os jogadores gastassem muito dinheiro ou tempo para desbloquear personagens icônicos como Darth Vader ou Luke Skywalker.

Além disso, as micro transações eram baseadas em loot boxes (caixas surpresa), que tinham uma mecânica de funcionamento que foi comparada com a de jogos de azar.

A EA enfrentou uma enorme reação negativa dos jogadores, que boicotaram o jogo e fizeram campanhas contra as micro transações. A empresa também foi alvo de processos judiciais e investigações de órgãos reguladores, que consideraram as loot boxes uma forma de exploração e vício.

Como consequência de sua ganância desenfreada, a EA teve que modificar o sistema de micro transações do jogo, mas o estrago já estava mais do que consumado. O jogo vendeu menos do que o esperado, e a EA perdeu a confiança dos fãs de Star Wars (e dos gamers de um modo geral).

 

John Deere ignora o Direito de Reparação

A John Deere é uma empresa americana que fabrica máquinas agrícolas como tratores, colheitadeiras e plantadeiras. O problema aqui é que a empresa tem uma política restritiva em relação aos reparos de seus equipamentos, pois exige que os proprietários usem apenas peças e serviços autorizados pela própria John Deere.

A empresa também usa software proprietário para bloquear o acesso aos sistemas eletrônicos dos equipamentos, impedindo que os proprietários façam reparos por conta própria ou com mecânicos independentes.

Ou seja, a política da John Deere viola o direito de reparação, que é um princípio que defende que os consumidores têm o direito de consertar seus produtos da forma que quiserem, sem restrições ou penalidades.

Essa mesma política restritiva também prejudica os agricultores, que dependem dos equipamentos para produzir alimentos, e que muitas vezes não têm acesso a peças ou serviços autorizados pela John Deere.

Como consequência de tudo isso, a empresa enfrentou ações judiciais por parte de grupos de defesa do consumidor e de agricultores, já que a John Deere foi acusada de monopolizar a indústria e de negar ferramentas de reparo.

A empresa também enfrentou pressão legislativa, pois vários estados americanos propuseram leis para garantir o direito de reparação.

De alguma forma, o caso da John Deere contribuiu para que o direito de reparação se tornasse algo efetivo no segmento de smartphones, já que a Apple passou anos defendendo esse “modelo de negócio” nefasto.

 

A vergonha do esquema Ponzi da Bitconnect

A Bitconnect era uma plataforma de criptomoedas que prometia retornos diários de 1% aos seus usuários, através de um suposto sistema de empréstimos e trocas baseado em um algoritmo secreto.

A plataforma também incentivava os usuários a recrutar novos membros, oferecendo comissões e bônus, em um sistema muito similar ao da famigerada pirâmide financeira.

Na prática, tudo não passava de um esquema Ponzi, que é uma fraude financeira que usa o dinheiro dos novos investidores para pagar os antigos, sem gerar lucro real.

O esquema foi denunciado por várias autoridades e especialistas em criptomoedas, que alertaram sobre os riscos e as inconsistências da Bitconnect. Em 2018, a empresa fechou as portas por ordens judiciais e regulatórias, deixando milhares de usuários sem seus investimentos.

Estima-se que a Bitconnect tenha perdido mais de $50 milhões em valor de mercado, e que tenha prejudicado mais de 1,5 milhão de pessoas.

 

O incidente da porta do Boeing 737 Max

Um grave incidente ocorreu em um voo da Boeing 737 Max, quando uma das portas se soltou durante o voo, causando pânico entre os passageiros e a tripulação.

Depois do ocorrido, a Boeing anunciou que iria inspecionar 170 aeronaves do mesmo modelo, após descobrir que o problema foi causado por uma falha na montagem da porta.

Esse incidente revelou sérios problemas de controle de qualidade da empresa, que já enfrenta uma crise de confiança após dois acidentes fatais envolvendo o 737 Max em 2018 e 2019.

 

O escândalo do Food Computer do MIT

O MIT Media Lab foi acusado de enganar o público e os patrocinadores sobre um projeto chamado Food Computer, que prometia revolucionar a agricultura com sistemas automatizados de cultivo.

No entanto, uma investigação revelou que o projeto era falso, e que os Food Computers não funcionavam como anunciado, poluindo a água e produzindo plantas mofadas.

Vários funcionários do MIT Media Lab foram demitidos ou renunciaram por causa do escândalo, que manchou a reputação da instituição de forma permanente.

E eu nem precisava dizer isso, mas… o projeto do Food Computer for encerrado de forma imediata após o escândalo ser revelado na mídia.

 

A tentativa fracassada de monetização do Reddit

O Reddit enfrentou uma forte reação de seus usuários e moderadores depois de tentar monetizar dados pessoais e comportamentais dos usuários, algo que é considerado condenável em qualquer instância (é só perguntar para o pessoal do Facebook, que tentou a mesma coisa, mas sem contar para os usuários que faria isso).

A plataforma introduziu um novo recurso chamado Vault, que permitia aos usuários trocar seus dados por moedas virtuais. Mas muitos viram isso como uma violação da privacidade e da ética, pois alguns desses dados eram gerados por informações compartilhadas por DUAS PESSOAS OU MAIS.

Várias comunidades e moderadores protestaram contra o Vault, desativando ou restringindo seus subreddits e exigindo transparência e respeito do Reddit. O caso afetou negativamente a reputação da plataforma, que já era criticada por sua política de moderação.

 

O escândalo das emissões da Volkswagen

A Volkswagen admitiu ter instalado software em milhões de veículos a diesel para enganar testes de emissões de poluentes. Algo que, por si, já é um problema enorme quando descoberto.

O software detectava quando o veículo estava sendo testado e reduzia as emissões artificialmente, mas na estrada as emissões eram muito maiores do que o permitido.

Logo, não só os dados eram manipulados, mas também revelavam uma emissão muito maior do que o normal, afetando sensivelmente a montadora no momento em que a Europa começava a estabelecer políticas para reduzir os gases poluentes na atmosfera.

O escândalo custou à Volkswagen mais de $25 bilhões em multas, indenizações e recall de veículos, além de prejudicar sua imagem e credibilidade no mercado automotivo.


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