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Usar o ChatGPT para escrever o seu currículo não é uma boa ideia…

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Eu sei que tem muitas pessoas utilizando o ChatGPT para produzir textos e documentos. Eu mesmo estou fazendo isso em alguns artigos do TargetHD.net, pois a produtividade que essa ferramenta oferece é enorme.

Porém, jamais deixo a Inteligência Artificial conversacional da OpenAI fazer tudo sozinho. Sempre faço uma revisão dos textos para que a qualidade não fique robótica ou engessada.

Mas não é todo mundo que pensa nisso. Um estudo recém-publicado mostra que utilizar um currículo, uma redação ou uma carta de apresentação que foi gerada em segundos pelo ChatGPT pode ser algo contraproducente, gerando mais problemas do que soluções para o usuário.

 

Os mais jovens usam muito o ChatGPT

O estudo revela que quase 40% dos 500 profissionais de recursos humanos entrevistados afirmam que o uso da Inteligência Artificial nas solicitações do emprego será sim o principal motivo para que aquele candidato seja recusado para o posto de trabalho pleiteado.

O recado que esses profissionais de RH têm endereço certo: os formandos que utilizam o ChatGPT como estratégia para conseguir o primeiro emprego. Dos 1.000 estudantes universitários norte-americanos entrevistados no estudo, 47% pensam em usar um chatbot para produzir currículos ou cartas de apresentação.

E o estudo vai além: 25% da Geração Z já utilizou uma Inteligência Artificial para tentar uma vaga de emprego, o que é uma péssima ideia. Algumas ferramentas já conseguem detectar textos produzidos pelo ChatGPT, e qualquer profissional que possui uma leitura mais treinada pode identificar a intervenção de um chatbot em um texto.

E é por isso que eu procuro ter o mínimo de cuidado possível para pelo menos realizar as alterações pertinentes nos artigos que estou produzindo para os meus blogs. Não vou negar o uso do ChatGPT porque ele me poupa um tempo precioso no trabalho. Mas tenho a consciência de que não posso deixar o chatbot produzir todo o texto.

Mesmo porque, neste caso, o artigo deixa de ser meu.

 

O uso do ChatGPT para tarefas essenciais

Agora, os professores que lutem, pois é óbvio que os alunos vão usar o ChatGPT para realizar trabalhos escolares, estudos e até mesmo provas. Isso vai se tornar algo cada vez mais frequente, e todo o sistema educacional terá que se adaptar e buscar alternativas para contornar a situação.

Alguns casos que envolvem o uso da Inteligência Artificial conversacional são detectados pelos profissionais da educação e ganham notoriedade até mesmo pelos efeitos colaterais dessa inovação tecnológica.

Por exemplo, nos Estados Unidos, um professor de filosofia ficou surpreso com um dos trabalhos de sua turma de primeiro ano sobre “o paradoxo do terror”, pois a forma de escrita estava muito mais próxima de um estudante do último ano, por conta do uso da linguagem mais elaborada.

Neste caso, o estudante confessou que utilizou o ChatGPT para produzir o texto, e o professor estava preparado para identificar uma mudança no padrão da redação ou construção do trabalho entregue. Porém, não são todos que contam com essa visão mais ampla ou treinada para perceber esses padrões.

Não são poucos os estudos que reforçam a ideia de que o setor da educação será um dos mais afetados pelos chatbots, o que vai exigir uma reinvenção do setor, principalmente dos métodos de avaliação dos alunos. Ficou conhecido no mundo todo o caso do aluno de inglês que estudou três dias o conteúdo de 12 semanas com a ajuda do ChatGPT e conseguiu tirar 94 de 100 no exame semestral.

Ou seja, impedir que os alunos utilizem o ChatGPT é algo virtualmente impossível, pois isso vai acontecer, mais cedo ou mais tarde. Cabe então aos professores, educadores e demais profissionais de educação a reflexão sobre os métodos atuais, e o trabalho nesse processo de reinvenção do ensino como um todo.

Mesmo porque essas mudanças vão se refletir de forma direta na seleção dos profissionais de diferentes setores no futuro. E se o aluno não souber escrever uma redação, currículo ou carta de apresentação, ele vai terminar seus dias desempregado.

Simples assim.


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