Logo um site de um veículo jornalístico está fazendo isso. E eu bem sei que tem muitos donos de grandes veículos de mídia e entretenimento que estão flertando com a possibilidade nefasta de substituírem os seus redatores e roteiristas humanos por chatbots de Inteligência Artificial.
Depois os jornalistas não podem reclamar quando ficarem desempregados… eu não vou perder o meu emprego, pois sou dono do meu próprio negócio e o ChatGPT ainda não escreve melhor do que eu.
De qualquer forma, a Inteligência Artificial (IA) vem se tornando um tema cada vez mais relevante no cenário laboral. Bem sabemos que muitos empregos que não poderão ser substituídos pelo ChatGPT, mas outras profissões serão influenciadas e estão ameaçadas pelos chatbots em um curto espaço de tempo.
Descubra a partir de agora se você estará desempregado no futuro.
A ferramenta criada pelo The Washington Post
Para analisar a probabilidade de sermos substituídos por uma IA no trabalho, o The Washington Post criou uma plataforma online que se baseia em um estudo realizado por três professores: Edward W. Felten, de Princeton, Manav Raj, da Universidade da Pensilvânia, e Robert Seamans, da Universidade de Nova York.
Esse estudo oferece insights valiosos sobre a inteligência artificial conforme a conhecemos atualmente, e isso permite que se crie uma interessante perspectiva de futuro sobre nossa relação laboral com a tecnologia.
Como eu disse um pouco antes, nem precisa de um estudo muito aprofundado para se medir o impacto das ferramentas de inteligência artificial no cenário laboral de momento, e acredito que isso só vai se tornar ainda mais frequente no futuro.
Eu reconheço que utilizo o ChatGPT para uma porção de coisas na minha vida, inclusive para o meu trabalho nos blogs. Mas sou sincero quando afirmo que ainda não é possível deixar uma IA escrever um artigo minimamente decente. As plataformas de IA disponíveis neste momento ainda entregam artigos genéricos e pouco originais.
Mas vamos entender melhor o que o estudo do The Wall Street Journal pode dizer sobre o nosso futuro profissional.
As diferentes capacidades das IA
Os pesquisadores estudaram dois tipos de IA: uma capaz de gerar e analisar fala, como o ChatGPT, e outra com a mesma capacidade em relação a imagens, como o Midjourney.
Foram examinadas dezenas de habilidades que os seres humanos utilizam em seus trabalhos, desde escrever até raciocinar ou levantar objetos pesados, para verificar se a inteligência artificial poderia aprimorar essas habilidades ou até mesmo substituí-las por completo.
Os pesquisadores desenvolveram uma pontuação chamada AI Exposure, que relaciona 10 aplicações de IA com 52 habilidades humanas em aproximadamente 800 profissões.
Segundo o relatório, é mais provável que chatbots afetem empregos que dependem de comunicação e habilidades linguísticas, enquanto os geradores de imagens alteram profissões que dependem mais de capacidades visuais ou espaciais.
Traduzindo para a linguagem humana: muitas profissões podem ser afetadas por ambos os tipos de IA, incluindo é claro a dos produtores de conteúdo na internet, como é o meu caso.
De novo: eu sei que alguns chefes de redação e produtores de estúdios de Hollywood esfregam as mãos pelo momento em que toda essa tecnologia ficará madura o suficiente para mandar embora os roteiristas que custam caro e exigem direitos trabalhistas para seguirem trabalhando 16 horas por dia.
A ferramenta do The Washington Post permite que os usuários pesquisem por sua profissão e vejam um gráfico que mostra o impacto potencial das inteligências artificiais em seus trabalhos. Os pontos verdes indicam o impacto potencial dos geradores de imagens de IA, enquanto os pontos laranjas indicam o impacto potencial dos modelos linguísticos de IA, como o ChatGPT.
As advertências da OpenAI
Vale ressaltar que uma maior exposição à inteligência artificial não significa necessariamente que os trabalhadores serão substituídos por máquinas. Em alguns casos, a IA pode impulsionar a produtividade dos trabalhadores, enquanto em outros casos pode levar à automação e à perda de empregos.
Eu ainda me encaixo no primeiro grupo. Até dá para produzir textos melhores e mais longos com a ajuda do ChatGPT ou do Monica AI (outra plataforma no formato chatbot que eu recomendo), mas não é possível me substituir na produção de textos opinativos.
O máximo que posso fazer é permitir que o ChatGPT produza conteúdos mais genéricos, como artigos tutoriais. E, mesmo assim, esses textos ainda contam com a minha intervenção, para ajustar questões de concordância, correções gramaticais e vícios de escrita que a IA possui.
As profissões mais afetadas
De acordo com o estudo realizado pelos pesquisadores da OpenAI, as profissões mais qualificadas e com maior nível educacional são as que têm maior probabilidade de sofrer alterações decorrentes do desenvolvimento da inteligência artificial.
E isso já está acontecendo. Um dos casos mais populares é o do aluno que faltou um semestre inteiro na aula de inglês nos Estados Unidos, estudou apenas três dias para a prova com a ajuda do ChatGPT, e conseguiu tirar uma nota altíssima na avaliação, pois a prova era uma cópia quase fiel de tudo o que ele estudou em tempo recorde.
Ainda segundo o estudo da Open AI, 80% da força de trabalho nos Estados Unidos teria suas tarefas laborais afetadas em pelo menos 10% pelos modelos linguísticos de IA. Um em cada cinco trabalhadores veria pelo menos metade de suas tarefas diárias afetadas pela inteligência artificial.
Considerações finais
É evidente que os profissionais de diferentes áreas precisam se adaptar e aprender novos programas de computador que utilizem a inteligência artificial para agilizar suas tarefas e aumentar sua produtividade
Por outro lado, também é bem óbvio que os empregos que exigem trabalho manual, como preparação de alimentos, pesca e construção, têm menos chances de serem gravemente afetados pela IA.
É a tecnologia gerando mudanças significativas em nosso mundo, e independentemente da influência da IA no seu emprego, é mais do que recomendando que você continue a estudar e se adaptar aos avanços e os benefícios desses recursos, mitigando sempre os possíveis impactos negativos dessa evolução em nossas vidas.