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Samsung matou a tela curva para abraçar o titânio. Será que foi uma boa troca?

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Funciona da seguinte maneira: os fabricantes de tecnologia fazem malabarismos para integrar recursos e conceitos que nem sempre são tão úteis assim, só para nos convencer que o dispositivo desse ano é muito melhor e diferente do que o do ano passado.

Dessa forma, eles fazem a roda da economia girar através do esforço na oferta de novidades que vão além do hardware e do software. E o design é parte fundamental do arco argumentativo das marcas.

Não é sempre que o plano funciona dessa forma (na verdade, na maioria dos casos). E o Galaxy S24 Ultra da Samsung entrega duas decisões que podem influenciar (ou não) o futuro dos smartphones: a volta da razoabilidade, e uma tendência meio inútil e perigosa.

 

Até nunca mais, telas curvas!(?)

A Samsung introduziu o design de telas curvas no Galaxy Note Edge em 2015, na tentativa de se diferenciar das demais marcas. E conseguiu: na época, o produto chamou atenção pela sua singularidade de proposta.

Outros fabricantes até seguiram essa tendência, mas o tempo mostrou que sua utilidade prática era próxima do nulo. As telas curvas entregaram mais desvantagens do que vantagens, como distorções visuais e fragilidade estrutural.

De qualquer forma, os modelos Edge consolidaram as telas curvas como um elemento que fazia parte do conceito dos smartphones premium da Samsung. Mas o tempo é sempre senhor da razão, mostrando que aquilo era apenas um modismo desnecessário.

As telas curvas se tornaram mais estéticas do que prática, e só serviu para ser uma espécie de elemento divisório entre os smartphones que aqueles que tinham muito dinheiro e queriam se mostrar compravam, e os modelos mais simples e funcionais faziam parte de um outro grupo de smartphones menos caros.

 

As desvantagens das telas curvas

A Samsung tentava vender a ideia de que as telas curvas poderiam aumentar a capacidade de imersão do usuário, mas na prática entregava distorções de cores e elementos, arruinando a experiência visual.

E a pior parte dessas telas, além da fragilidade que resultava em um enorme dinheiro gasto na substituição em caso de problemas, era o toque fantasma involuntário em alguns elementos da tela.

Na prática, as telas curvas só serviam para que o dispositivo aparentemente fosse mais agradável no agarre, ou para se mostrar para parentes e amigos invejosos. E isso é algo absolutamente inútil.

Resultado: a mesma Samsung, uma das marcas que introduziram o conceito de telas curvas no mercado, abandonou a proposta de design no Galaxy S24 Ultra, que tem uma tela plana de 6.8 polegadas… que abriga o elemento que deve ser tendência a partir de agora nos smartphones premium de todas as marcas.

O uso do titânio.

 

É uma mudança estética… mas é funcional?

Tá, eu sei… todo mundo está copiando a Apple. E sempre foi assim. Então… se acostuma com isso no lugar de reclamar.

A presença do titânio nas bordas do Galaxy S24 Ultra é uma questão estética e (segundo a Samsung) funcional. O material é mais leve e mais resistente à corrosão (exceto no caso do iPhone 15 Pro e Pro Max, pois a Apple fez o favor de “pintar” as laterais do smartphone de titânio), mas eleva o custo de produção e condutividade térmica do dispositivo.

Sem falar que é mais propenso a marcas de dedos, algo que também foi detectado nos iPhonea 15 Pro e Pro Max. E eu realmente me pergunto por que a Samsung insiste em querer copiar essas coisas.

É justo o questionamento se o titânio é tão válido assim nos smartphones. Nem mesmo sua resistência justifica sua presença nos telefones. Pelo menos não justifica da forma em como os fabricantes estão usando.

Os usuários do iPhone 15 Pro não está aceitando muito bem a forma em como a Apple aplicou o titânio no dispositivo, e o mercado como um todo ainda precisa se posicionar e definir se esse material será o novo padrão para os smartphones premium. Pois tudo o que vejo aqui é mais um elemento para tentar justificar os preços inflacionados desses smartphones.

 

É preciso ser diferente dos outros

Eu entendo as decisões da Samsung nos dois aspectos, apesar de ter alguns problemas em entender o que motiva a empresa a escolher esses caminhos.

No caso das telas planas, eu concordo. Até gosto do design de alguns modelos, mas compreendo que passou da hora do mercado parar de dificultar a vida dos clientes quando os problemas de manutenção aparecem. E as telas planas simplificam as coisas… na teoria.

No caso do Galaxy S24 Ultra, a borda de titânio está semi encapsulando a tela plana do telefone, o que pode tornar um autêntico pesadelo a manutenção do telefone do mesmo jeito.

E o risco do uso do titânio em um caro smartphone como esse é considerável.

De qualquer forma, estamos testemunhando uma espécie de evolução no design dos smartphones. Mais uma. São mudanças que afetam a usabilidade, a durabilidade dos dispositivos, a percepção do que é um telefone premium e como os usuários enxergam tudo isso.

As decisões da Samsung podem ser sinais claros de que outros fabricantes farão o mesmo nos futuros lançamentos. Pode ser o início de uma mudança de paradigma, onde a indústria efetivamente vai se afastar de características que são apenas estéticas para investir em designs mais práticos, funcionais e resistentes.

O tempo – sempre ele – vai nos dizer qual foi o caminho que a indústria de smartphones seguiu. E se essas empresas decidiram ouvir o que os usuários mais desejam nos seus caros telefones.


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