Usuários do Windows, fiquem avisados desde já. A Microsoft vai mudar a forma em como mede a velocidade da RAM nos computadores que recebem o seu sistema operacional.
Fomos enganados durante anos com a ilusão da medição da RAM em MHz, mas essa unidade não reflete o desempenho real desse aspecto do hardware do computador.
A Microsoft vai passar a adotar a medição por MT/s no Windows 11, e explico neste artigo por que essa mudança vai acontecer, e o que isso vai mudar na sua vida (se é que vai mudar alguma coisa).
Os motivos para a mudança
Não é de hoje que a mudança na medição da velocidade da RAM precisava acontecer, mas só agora a Microsoft decidiu adotar o novo padrão.
Outros softwares especializados em análise da performance do hardware, como o muito popular CPU-Z, já medem a velocidade da RAM corretamente em MT/s.
O principal motivo para essa mudança acontecer é a imprecisão na medição da RAM em MHz por conta da mudança da tecnologia de hardware de SDRAM para DDR, onde 1 MHz = 1 MT/s não se aplica mais.
O principal efeito colateral é óbvio: uma medição imprecisa não entrega uma análise precisa sobre o desempenho real do hardware, e a Microsoft estava ficando desatualizada diante da realidade prática.
Além disso, a ideia aqui é ter uma unidade de medição de RAM padrão ou estabelecer uma linguagem universal, que simplifica a interpretação dos dados, tanto por parte do sistema operacional como (também) pelos fabricantes de hardware.
Por exemplo: quando compramos um kit de memória DDR5 a 6.000 MHz, ele realmente roda a 3.000 MHz, mas atinge valores de 6.000 MT/s.
Quando o Windows 11 mostra a RAM funcionando a 6.000 MHz, esse valor está errado, já que a memória funciona na realidade a 3.000 MHz DOBRANDO o número de transferências por conta da tecnologia DDR.
É errado medir a velocidade da RAM em MHz?
Não. Mas não significa que a medição é a mais correta ou precisa.
A medição de desempenho da RAM pode ser feita em três unidades diferentes:
- MHz: Refere-se a um milhão de ciclos por segundo e representa a velocidade com que os dados se movem entre os componentes.
- MT/s: significa “mega transferências por segundo”, e equivalem a um milhão de transferências por segundo.
- Mbps: significa “megabits por segundo”, e refere-se à largura de banda máxima que uma memória pode atingir em suas transferências.
Eu sei o que você está pensando. A pergunta mais óbvia neste momento é:
“Se isso não está correto, por que esses valores ainda estão sendo usados?”
A resposta mais simples é: “porque estamos acostumados a falar em MHz”.
Veja como a explicação no segmento anterior deste artigo é relativamente complexa para o grande público. Você, que entende um pouco mais sobre tecnologia, pode entender o que escrevi. Mas o grande público pode ficar meio perdido com tudo isso.
Então, é melhor simplificar a linguagem, mudando o termo e a forma em como os dados são exibidos.
A mudança para MT/s no Windows 11
Uma atualização recente no canal Insider do Windows 11 substitui a medição em MHz por MT/s no Gerenciador de Tarefas, já exibindo valores mais precisos e realistas da velocidade de RAM no sistema operacional.
A confirmação oficial da mudança para o canal estável do Windows 11 ainda é incerta, mas sua aparição no Insider é um claro indício de que a mudança vai acontecer em um futuro próximo.
Para os usuários, a mudança pode gerar confusão inicial para quem está acostumado com os MHz há muito tempo, mas deve ser absorvida sem maiores dificuldades com o passar do tempo.
A decisão final sobre a mudança cabe à Microsoft, considerando o feedback do público e a viabilidade técnica.