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O desaparecimento de marcas de smartphones é algo mais positivo do que parece

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Nos últimos anos, o mercado de smartphones tem passado por uma consolidação significativa, semelhante a outros setores de tecnologia, como é o caso das telecomunicações. Hoje, não imaginamos nossas vidas sem um telefone móvel.

Esse avanço da telefonia móvel no mundo resultou em uma redução de marcas disponíveis no mercado, e há quem diga que isso é positivo, por alguns fatores típicos do mercado.

O normal é pensar que uma concorrência maior é algo benéfico para o consumidor, que conta com uma maior variedade de marcas e produtos. Mas nem sempre aquilo que imaginamos é o que acontece na prática. Vamos entender a partir de agora essa visão alternativa para o mercado mobile.

 

Onde o desaparecimento de marcas é uma boa notícia

Em 2017, havia 700 marcas de smartphones ativas em todo o mundo. E… admita: você não tinha ideia de que eram tantos fabricantes competindo em um mesmo mercado.

Em 2023, esse número reduziu para cerca de 250 fabricantes, indicando que duas em cada três marcas desapareceram do mercado em apenas seis anos. Um fenômeno que merece um olhar mais atento para pontos que passam desapercebido pela maioria dos usuários.

A diminuição no número de fabricantes de smartphones se deve principalmente ao desaparecimento de marcas locais, que operavam em países ou regiões específicas. O Brasil é um exemplo disso, pois alguns fabricantes ou se retiraram do mercado ou fecharam parcerias com marcas estrangeiras, o que diminuiu o número de opções disponíveis para o consumidor.

As marcas locais sofreram durante a pandemia de COVID-19 de 2020 e 2021, enfrentando dificuldades no acesso a componentes devido à escassez. Em 2022 e 2023, a inflação tornou mais difícil continuar operando devido aos custos elevados.

Até agora, só temos problemas. Certo?

Então…

O desaparecimento das marcas locais levou a uma maior uniformidade no catálogo de dispositivos disponíveis globalmente, reduzindo a segmentação por país e pequenas marcas. Isso significa que os diferentes mercados ao redor do mundo vão receber os mesmos modelos, diminuindo o fosso tecnológico que antes era estabelecido pela própria natureza do mercado regional.

 

Sintomas de um mercado que está amadurecendo

A diminuição no número de marcas locais tem um impacto limitado no mercado global, uma vez que essas marcas que deixaram de operar representam uma parcela ínfima das vendas.

Essa redução no número de fabricantes de smartphones reflete também a maturidade do mercado, onde empresas maiores e mais estabelecidas se beneficiam da economia de escala.

Na prática, o consumidor se beneficia disso com uma maior oferta de produtos com maior qualidade, vindos de marcas consagradas e um suporte especializado nos casos de problemas mais sérios.

Nos últimos anos, grandes marcas globais, como Samsung e Xiaomi, compraram instalações de fabricantes menores para fortalecer sua presença global. Isso explica (em alguns casos) por que alguns modelos chegaram mais rápido em nosso mercado, e entregando preços mais competitivos.

Outro ponto de maturidade do mercado mobile está no fato dos consumidores agora contarem com um maior conhecimento sobre os smartphones e suas necessidades. Para um grande grupo de usuários, a inovação é um fator decisivo para realizar o investimento em um produto em específico.

 

O fim das marcas brancas e a queda nas vendas

Os fabricantes menores também são conhecidos como marcas brancas, com produtos fornecidos para outras empresas para outras empresas. Com esse movimento, os dispositivos dentro desse segmento estão desaparecendo, uma vez que os consumidores preferem marcas reconhecidas.

Em paralelo a isso, o mercado de smartphones tem visto uma queda nas vendas desde 2017, quando ocorreu o pico de 1,566 bilhão de unidades vendidas globalmente. De lá para cá, até mesmo as grandes marcas encontram dificuldades em vender produtos em larga escala.

Isso também acontece por causa da maturidade do mercado e do consumidor, que está utilizando o smartphone por mais tempo por causa da maior qualidade e suporte, o que naturalmente leva a uma concentração nas marcas mais confiáveis.

Além disso, as novas leis na União Europeia exigem maior suporte e atualizações de software, o que pode aumentar ainda mais a concentração de vendas nos telefones das principais marcas do mercado.

A partir de 2025, os fabricantes devem garantir cinco anos de atualizações de software e oito anos de peças de reposição para dispositivos vendidos na União Europeia. E da mesma forma que aconteceu com a adoção da porta USB-C e das baterias removíveis, essa mudança vai impactar os dispositivos de todo o planeta.

Logo, a pressão sobre o mercado de smartphones na Europa tende a levar a uma maior concentração de vendas nas mãos de algumas grandes potências no mercado mobile. E dessa forma, os fabricantes menores estão cada vez mais condenados à extinção.


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