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O brasileiro AMA montar o PC gamer para chamar de seu

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Uso computadores desde os meus primeiros anos de vida, e uma prática comum da minha geração (que foi aquela que viveu a transição do analógico para o digital) era a montagem dos computadores desktops.

Na época, a gente chamava esses PCs de “Frankenstein”, pois cada peça vinha de um lugar diferente, com diferentes fabricantes contribuindo na composição do equipamento.

Equipamentos de informática sempre foram caros no Brasil. Mas até o começo da década de 1990, as dificuldades eram maiores por causa de uma legislação que (falsamente) protegia a indústria nacional, deixando os dispositivos de tecnologia que, em sua maioria eram importados, muito mais caros do que as opções comercializadas por aqui.

Por isso, os jovens da geração Millennial aprenderam comigo a tradição de montar os computadores. E fico feliz em ver que isso se mantém vivo, por escolha dos próprios usuários.

 

A esmagadora maioria prefere montar PCs

 

Uma pesquisa recente realizada pelo Voxel, website sobre jogos eletrônicos e vertical da NZN, confirmou uma tendência no mercado de computadores gamers que já era de conhecimento flagrante dos usuários e produtores de conteúdo. De acordo com o estudo, 70,1% dos jogadores optam por montar seu próprio PC gamer ao invés de adquirir um computador pronto.

Qualquer um que escreve hoje sobre o mundo da tecnologia sabe disso, e eu mesmo produzi alguns artigos que confirmam os resultados da pesquisa. E não quero me adiantar na pauta, mas… a facilidade que hoje os usuários encontram em atualizar os seus equipamentos, tanto nas configurações mais diversificadas como nos preços mais competitivos são dois argumentos muito fortes para defender a customização dos computadores.

E é esse movimento que ainda mantém o mercado de computadores desktops de pé no universo da tecnologia de consumo. Se bem que a tal “era pós-PC” aconteceu, e o formato informático tradicional nunca desapareceu, tal e como alguns especialistas mais pragmáticos determinaram em um passado não muito distante.

De qualquer forma, os resultados do estudo, cujos dados foram obtidos entre janeiro e fevereiro de 2023, revelaram os principais pontos de interesse e preferência dos gamers ao montar suas máquinas.

E a partir de agora, vamos conhecer quais são esses motivos.

 

Customização é também deixar o PC cheio de luz

Entre os itens considerados imprescindíveis em um PC gamer, dois se destacaram: as luzes coloridas RGB, adicionadas ao gabinete, mouse, teclado e outros acessórios, e o water cooler, responsável por manter a temperatura do processador baixa.

E… quem sou eu para julgar essas escolhas? Eu sou um daqueles que defendem o LED como um dos elementos que podem salvar a humanidade no futuro, e sempre vou defender o direito de qualquer pessoa em deixar o PC gamer o mais chamativo possível.

Além disso, a pesquisa revelou que a placa de vídeo, responsável pelo processamento gráfico, e o monitor de 144hz, que oferece uma taxa de atualização alta, são itens indispensáveis para a maioria dos jogadores.

Na verdade, estamos diante de uma certa consciência de prioridades na escolha dos elementos mais relevantes para um computador gamer. O gerenciamento térmico e a fluidez durante os jogos são tão importantes quando o LED.

Mas… se puder combinar os dois… ótimo!

 

O preço sempre influencia na escolha

Um aspecto relevante abordado na pesquisa foi o orçamento destinado à aquisição de um PC gamer. Dos entrevistados, 60,9% pretendem investir entre R$ 1.500 e R$ 5.400, enquanto 32,4% planejam investir entre R$ 5.500 e R$ 9.400. Apenas 6,7% estão dispostos a gastar R$ 9.500 ou mais.

Essa preferência por montar o próprio computador gamer permite que os jogadores escolham componentes de acordo com suas rendas e preferências individuais, como destacou o editor-chefe da NZN, Renan Hamann.

São orçamentos elevados, convenhamos. Independentemente do nível que o usuário está ou se é um jogador casual ou profissional, a realidade prática é a mesma para todos: para obter uma boa experiência gaming no computador, é preciso colocar dinheiro no equipamento.

Neste aspecto, comprar um computador gamer montado pode ser o mesmo que jogar dinheiro fora, pois se algum detalhe do hardware não entrega o resultado esperado, a consequência direta disso é investir ainda mais dinheiro para alcançar essa excelência de desempenho. E eu não conheço tantas pessoas que estão dispostas a jogar dinheiro fora neste mundo.

 

Quais são as marcas preferidas do gamer brasileiro?

Ao analisar as marcas preferidas pelos gamers, a pesquisa revelou que 55,2% dos entrevistados têm preferência pela marca Intel em relação à linha de processadores da AMD. No entanto, ao considerar a renda, as preferências variam.

Por exemplo, entre os entrevistados com renda mais alta (a partir de R$ 9.500), 72,7% preferem a marca de processadores AMD. Já entre aqueles com renda entre R$ 1.500 e R$ 7.400, a preferência pela marca Intel é de 57,1%.

Esse é um aspecto interessante da pesquisa. São justamente aqueles que podem pagar A MAIS que procuram a melhor relação custo-benefício que a AMD entrega nos seus computadores. E isso não necessariamente quer dizer que esse grupo está abrindo mão da performance, pois muitos afirmam que esses processadores conseguem entregar um ótimo desempenho na maioria dos títulos disponíveis no mercado.

E eu me pergunto: será que esse público que vai investir até R$ 7.400 no PC gamer (que é a maioria dos jogadores) não sabe que os processadores da Intel são mais caros? Ou optam por essa marca em nome do desempenho mesmo? O estudo não deixa isso claro.

Quanto à memória, 86,7% dos entrevistados elegeram a memória SSD como a melhor opção, destacando marcas como HyperX, Corsair e Kingston. Em relação às placas de vídeo, a NVIDIA foi a marca mais aceita, com 39,2% de preferência, seguida pela Gigabyte, com 14,9%.

 

Conclusão

No final das contas, a montagem de um computador gamer personalizado revela-se vantajosa para aqueles que buscam um equipamento adaptado às suas necessidades e preferências. A possibilidade de escolher marcas específicas e ajustar o valor ao orçamento torna essa opção atraente para os gamers.

E quem adotou essa prática para ter um computador para chamar de seu está certo. Procurar a melhor relação custo-benefício em qualquer cenário informático é uma forma eficiente de valorizar o investimento feito no equipamento, permitindo que você aproveite melhor da sua experiência nos jogos de videogames.

A pesquisa foi realizada ao longo de seis dias e obteve um total de 273 respostas válidas. A maioria dos entrevistados (79,9%) encontra-se na faixa etária entre 18 e 34 anos, sendo que 31,9% deles têm até 24 anos. Surpreendentemente, 68,5% dos entrevistados já possuem um computador gamer. Quando questionados sobre a satisfação com seus computadores atuais, 69% dos entrevistados atribuíram notas entre 8 e 10, demonstrando alto grau de satisfação ao adotar a prática da montagem dos computadores.

E os computadores “Frankenstein” seguem vivos em nossas vidas, alimentando o mercado de PCs, como uma espécie de “voz da resistência” diante de outros formatos de dispositivos móveis.


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