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Mobile World Congress 2020 oficialmente cancelada (e por que a GSMA tentou tudo para realizá-la)

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Não dá para dizer que essa notícia nos pega de surpresa, pois esta era uma possibilidade que era ventilada por vários dias na mídia especializada, apesar de muitas autoridades espanholas acusarem a imprensa de um certo alarmismo desnecessário. De qualquer forma, a GSMA anunciou oficialmente que a Mobile World Congress 2020 está cancelada.

A decisão foi tomada após a reunião de emergência convocada hoje (12), envolvendo os membros da comissão organizadora do evento. Os diversos cancelamentos de importantes protagonistas da feira, indo de fabricantes de peso de smartphones até gigantes da telefonia móvel pesaram nessa decisão, sem falar que a ameaça do coronavírus Wuhan, que venceu o braço de ferro contra a GSMA.

 

 

O adeus à MWC 2020

 

A Orange pode ter jogado a última pá de cal na MWC 2020, ao confirmar a sua desistência do evento para a Reuters. Vale lembrar que o francês Stephane Richard, presidente da operadora, é o chefe da GSMA.

Não sabemos o que vai acontecer com as outras empresas que confirmaram a sua participação na MWC 2020, incluindo Samsung e Huawei, as duas maiores fabricantes de smartphones do mundo nesse momento.

 

 

Quem não cancelou terá que apresentar seus produtos de qualquer jeito

 

Nokia e Sony optaram por mudar as suas apresentações da esfera física para a online, nos seus respectivos canais do YouTube e, inicialmente, nas datas planejadas. Porém, isso também pode mudar, pois nada obriga a utilizar a mesma data da MWC 2020, uma vez que o evento não vai acontecer.

Por outro lado, também não sabemos o que vai acontecer com a compensação financeira a ser paga para as empresas que confirmaram a participação na MWC 2020. É a GSMA que tem que cuidar disso, o que pode resultar em desembolsos significativos. Sem falar na receita de 500 milhões de euros que o evento e a cidade de Barcelona deixa de receber.

A GSMA chegou a pressionar as autoridades da cidade a declarar um alerta de saúde, o que permitiria à organização utilizar o seguro de cancelamento da Mobile World Congress, compensando assim os demais participantes que não cancelaram a sua participação.

A seguir, a declaração assinada por John Hoffman (diretor executivo da GSMA) para a Bloomberg:

“Com o devido respeito ao ambiente seguro e saudável em Barcelona e no país-sede hoje, a GSMA cancelou a MWC Barcelona 2020 devido à preocupação global com o surto de coronavírus. Preocupações com viagens e outras circunstâncias impossibilitam que a GSMA realize o evento.”

 

 

Os esforços que a GSMA moveu antes de cancelar a MWC 2020

 

Primeiro, a GSMA declarou o seguinte:

“A situação do coronavírus muda rapidamente, e continuamos a analisá-la muito de perto. Isso inclui reuniões regulares com especialistas em saúde, tanto espanhóis quanto de outros países, bem como com nossos parceiros para garantir a saúde dos visitantes e participantes da feira.

 

 

O que estava em jogo era o dinheiro da seguradora

 

Um dos motivos para a GSMA adiar uma tomada de decisão está nas cláusulas impostas pelas seguradoras do evento à organização para cancelar a MWC 2020. Uma dessas cláusulas exige que o país (no caso, a Espanha) declare uma emergência de saúde para o evento estar assegurado.

Só pela reserva do local do evento, o valor é de 70 milhões de euros. Some isso aos funcionários contratados, publicidade, documentação e tudo o que envolve uma produção desse tamanho. E é esse montante que pode chegar a 500 milhões de euros.

A GSMA chegou a apelar para que o governo espanhol faça a declaração de emergência de saúde para assim conseguir que o cancelamento da MWC 2020 seja coberto pelas seguradoras.

Para o governo espanhol, a MWC 2020 deveria acontecer normalmente, declarando oficialmente que não há motivos para cancelar o evento, acusando que existe uma campanha midiática de medo motivada por interesses políticos e econômicos, e que não existem causas objetivas para sustentar o risco de contágio.

Já a cidade de Barcelona deixou a decisão nas mãos das autoridades de saúde, enquanto que o governo central da Catalunha alega que as medidas sanitárias tomadas pela GSMA são suficientes, e que existe um alarmismo psicológico para evitar que a feira aconteça.

Ou seja, mesmo que a GSMA quisesse cancelar a MWC 2020, ela estava presa a várias pontas que obrigavam (em teoria) a realização do evento. Caso contrário, as seguradoras podem renunciar à recusa da organização do evento em estabelecer uma emergência sanitária. Outra alternativa seria adiar o evento até que a situação do coronavírus na China seja mais favorável, ou que a doença fique sob controle.

No final das contas, a Mobile World Conrgess 2020 foi oficialmente cancelada, e não há qualquer perspectiva (nesse momento) para que a edição desse ano da feira aconteça em um outro momento.

 

 

Via Reuters, Bloomberg, Wired, El País 


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