O lançamento dos novos smartphones Google Pixel 8 e Pixel 8 Pro não trouxe muitas surpresas em suas especificações, já que as características dos novos dispositivos já eram conhecidas diante de tantos rumores e vazamentos. Mas a dúvida que pairava no ar era sobre os preços dos dispositivos.
Chamou a atenção aqui o contraste entre Google e Apple neste aspecto. Enquanto os iPhones testemunharam uma queda nos preços, os novos Pixel 8 viram um aumento de valores considerável.
Vamos entender o que aconteceu aqui, e examinar a política de preços de cada gigante da tecnologia.
Tudo está mais caro (ou menos caro, dependendo da marca)
A evolução do preço de smartphones não é novidade para ninguém, mas as razões por trás desses movimentos precisam ser detalhadas para melhor compreensão do grande público.
Nos Pixel 8 e Pixel 8 Pro, o avanço no hardware é evidente, destacando-se o Tensor G3 e as telas brilhantes. Porém, os novos modelos não representam uma mudança radical em relação aos dispositivos do ano anterior.
Curiosamente, a Apple seguiu uma trajetória semelhante, com um salto no hardware através do A17 Pro, enquanto as melhorias nas câmeras parecem mais relacionadas ao software, especialmente no caso do iPhone 15 Pro (já que o iPhone 15 Pro Max tem um sensor dedicado com zoom de 5x).
Além disso, a transição para USB-C, a aposta no titânio e a aproximação de design entre o iPhone 15 e o iPhone 15 Pro também são fatores que podem influenciar no preço final de cada modelo dessa série.
Porém, o que se destaca é a divergência nas estratégias de preços diante de propostas tecnológicas comparáveis da Google e Apple. Na tabela abaixo, podemos observar as mudanças nos preços ao longo das últimas gerações de smartphones das duas empresas:
| Pixel 6 | iPhone 13 | Pixel 7 | iPhone 14 | Pixel 8 | iPhone 15 | |
|---|---|---|---|---|---|---|
| Padrão | 649 euros | 909 euros | 649 euros | 1.009 euros | 799 euros | 959 euros |
| Pro | 899 euros | 1.159 euros | 899 euros | 1.319 euros | 1.099 euros | 1.219 euros |
É curioso observar que Pixel 6 e Pixel 7 mantiveram seus preços em ambas as versões, enquanto a Apple elevou consideravelmente os preços do iPhone 13 para o iPhone 14, especialmente na versão Pro.
Entretanto, nesta nova geração, o iPhone 15 recebeu uma redução nos preços (com o 15 Pro Max mantendo o seu valor, mas agora com 256 GB de armazenamento em vez de 128 GB), ao passo que a Google aumentou em 150 euros o Pixel 8 e absurdos 200 euros o valor final do Pixel 8 Pro.
Google apresenta proposta robusta, e isso custa dinheiro
Mudando o foco para o hardware, é crucial ressaltar que a análise preliminar das especificações do Pixel 8 aponta para um progresso significativo no processador e tela. O Tensor G3 parece promissor para tarefas de inteligência artificial, e isso custa dinheiro de alguma forma para o Google.
Contudo, a verdadeira revolução parece estar no software. A capacidade de operar com diversos modelos de inteligência artificial simultaneamente, o novo assistente com Bard e as funcionalidades aprimoradas do Google Fotos prometem uma experiência diferenciada para o Pixel 8 e Pixel 8 Pro.
O grande ponto de discussão nesse momento gira em torno do compromisso da Google com seus dispositivos e usuários. A possibilidade de sete anos de atualizações importantes do Android para os Pixel 8 significa que esses dispositivos estão projetados não apenas para os próximos dois anos, mas para uma jornada que se estende até 2030.
Toda essa longevidade agrega valor de forma quase imediata aos novos modelos da linha Pixel. Porém, muitos questionam se esse valor precisava ser tão elevado, mesmo com as ofertas mais competitivas desse telefone lá fora, com packs com os Buds Pro ou o Pixel Watch 2.
Mesmo custando menos caro que o iPhone 15, os novos Pixel 8 e Pixel 8 Pro são substancialmente mais caros em relação aos modelos da geração anterior, e isso pode afugentar alguns possíveis compradores desse telefone.
Vamos aguardar a análise aprofundada desses dispositivos. O processador Tensor 3 aparentemente não é o mais potente do mercado, e surge como o componente mais caro do dispositivo. E essa é uma contradição que pode incomodar aos usuários mais exigentes.
Por histórico, não é uma desculpa muito bem aceita. De forma diferente, a Apple cometeu esse erro ao deixar o iPhone 14 com o mesmo processador do iPhone 13, e foi muito criticada por isso.
E como o Google não tem o mesmo campo de distorção da realidade da Apple, só podemos entender que o preço dos telefones Pixel subiu e nada mais.
Já o iPhone 15 melhorou, e agora custa menos caro.
Vai entender esse mundo louco que nós vivemos…