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Geração Z não quer trabalhar muito (e está certa ao pensar assim)

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A Geração Z, frequentemente criticada por sua suposta falta de comprometimento no trabalho em comparação com as gerações anteriores, encontra-se (mais uma vez) no epicentro de um debate acalorado sobre o tempo dedicado ao trabalho.

Empresas e empregadores, em algumas situações, alegam que os profissionais mais experientes (normalmente membros da geração baby boomers) demonstram uma dedicação maior ao trabalho, o que levanta questões sobre a ética laboral da juventude.

Ao mesmo tempo, muitos jovens defendem ideias que ecoam as preocupações de pessoas de todas as idades: a necessidade de repensar os sistemas de trabalho que temos arrastado por décadas.

 

O debate começou no TikTok

Brielle Asero, que utiliza o nome de usuário @brielleybelly123 no TikTok, trouxe essa discussão à tona em um vídeo que rapidamente se tornou viral.

Em seus relatos, ela lamenta a falta de tempo para si mesma, resultante do longo deslocamento entre sua casa e o escritório, somado ao horário de trabalho das 9h às 17h, que ela classifica como “uma loucura”. Asero questiona como é possível manter amizades e relacionamentos amorosos em meio a essa rotina exaustiva.

 

@brielleybelly123im also getting sick leave me alone im emotional ok i feel 12 and im scared of not having time to live

♬ original sound – BRIELLE


O desabafo de Asero não é um caso isolado. Ele destaca um problema mais amplo associado à jornada de trabalho e a busca pelo equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Ela ressalta que o deslocamento até o trabalho é particularmente problemático, devido aos custos exorbitantes de moradia no centro de muitas cidades, tornando impossível para muitos viverem perto do local de trabalho.

De novo: essas preocupações não são exclusivas da Geração Z. Eu trabalho em casa, o que me dá uma maior liberdade de horários de trabalho (em média, dedico cinco horas por dia de segunda a quinta-feira para produzir os conteúdos do blog), mas sei o quão complexo é fazer isso e lidar com a incerteza de pagamentos a cada mês e pagando alto pelo aluguel para morar no centro de Florianópolis (SC).

Essa discussão gerou uma série de reações nas redes sociais. Alguns comentários zombaram da situação, rotulando a protagonista como uma “garota da Geração Z descobrindo o que é um trabalho real”. Outros apoiaram suas preocupações, apontando que a jornada de 9 às 5 não faz mais sentido atualmente.

Asero também recebeu apoio de muitos usuários, com um deles comparando suas observações às de Karl Marx sobre o capitalismo, destacando que essas preocupações não são novas e transcendem gerações.

 

É preciso repensar as jornadas laborais

No Brasil, o comércio e os escritórios funcionam entre 9h e 18h na maioria das cidades, com um horário de almoço mais flexível (entre 1h30 e 2h). Já em outros mercados internacionais como Estados Unidos e Europa, o horário comercial vai de 9h até às 17h, com apenas uma hora para o almoço, deixando essa janela ainda mais rígida.

Está mais do que evidente que as discussões sobre a jornada de trabalho, os problemas de deslocamento e a busca por tempo de qualidade para a vida pessoal se fazem presentes em todo o planeta. A grande maioria busca nesse momento por um equilíbrio entre trabalho e vida fora do escritório.

Trabalhar 40 horas por semana é algo que não é mais considerado válido ou produtivo para a maioria das pessoas neste momento. Não faz mais sentido ter 8 horas por dia dedicados para trabalhar… para que outros lucrem com esse tempo.

A Geração Z valoriza não apenas o salário, mas também outros aspectos da experiência profissional, como a flexibilidade, a qualidade de vida e a capacidade de conciliar trabalho e lazer. E é uma geração que não está errada em pensar assim.

Acreditar que os baby boomers estão certos apenas porque não tiveram o direito em ter uma jornada laboral mais flexível é algo retrógrado e até revanchista em alguns casos. Os desafios do trabalho moderno e a necessidade de adaptar os sistemas laborais às expectativas e necessidades da juventude serão temas de debate durante algum tempo.

Ou até que a Geração Z estabeleça as suas próprias regras. E o mercado terá que se moldar a isso, de forma quase inevitável.


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