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Fortnite, um “câncer” dos videogames?

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Calma, fã de Fortnite! Isso não é um ataque com os dois pés no peito do jogo que você ama e defende. A regra aqui se aplica a outros títulos, mas é justamente esse o jogo que domina todas as principais plataformas de videogames neste momento.

Logo, é mais fácil atirar pedras em quem está em cima da árvore, pois todo mundo ama ver a queda de quem está no topo. E a pergunta não é exatamente para ver Fortnite despencando lá de cima.

Porém, se a tendência de jogos live service não se reverter, Fortnite será conhecido como aquele jogo que acabou com a indústria de videogames. Um grande câncer para os fabricantes de consoles e outras desenvolvedoras, que não sabem mais o que fazer.

 

Ninguém joga os games novos

Se você procurar pela internet por qualquer lista dos títulos mais jogados nas principias plataformas de videogames do mercado (PC, Xbox, PlayStation e Switch), todas vão indicar na primeira posição o game Fortnite.

A lista pode variar nos demais rankings de Top 10, dependendo da plataforma que está em análise. Mas de um modo geral, vamos encontrar nomes como Roblox, Minecraft, League of Legends, Counter Strike 2, Valorant, Overwatch 2, Apex Legends, Rocket League, GTA V e outros.

Então… o que esses jogos têm em comum?

Eu respondo:

  • Todos são “live service”
  • Todos são gratuitos
  • Todos passam longe de serem jogos novos

Lembrando sempre que estamos falando neste artigo dos JOGOS MAIS JOGADOS EM NÚMERO DE HORAS POR MÊS, e não dos JOGOS MAIS VENDIDOS dentro das plataformas.

E uma coisa leva à outra: se todos estão jogando os títulos mais antigos, é porque se sentem confortáveis o suficiente com eles. E isso explica as vendas baixíssimas de novos títulos (com raras exceções).

Porque as pessoas não estão se importando com os novos títulos.

Simples assim.

 

Uma mudança de comportamento

Várias coisas explicam o que está acontecendo, e ajudam a justificar por que Fortnite pode ser visto hoje como um autêntico câncer pela indústria dos videogames.

Primeiro, os jovens hoje contam com outras fontes de entretenimento que competem diretamente com os videogames. Antes, era só a TV. Agora, tem a internet, os streamings de música, filmes e séries, as interações sociais e as atividades que vão além do estudo.

Segundo, os jogos estão muito caros. Pode não parecer, mas pagar US$ 60 por um jogo de videogame é um valor considerado elevado para um adolescente que, em muitos casos, não trabalha.

Terceiro, os consoles tradicionais não entregam títulos interessantes, relevantes ou que justificam o investimento. Ao mesmo tempo, produzir um jogo AAA hoje é mais caro que o orçamento de um filme da Marvel.

Quarto, os jogadores estão abandonando os consoles para focar nos videogames portáteis e na retroemulação. Porque são mais baratos e permitem que você jogue em qualquer lugar.

E quinto, a tendência dos jogos “live service” parece ter dominado o mercado, onde os usuários podem jogar de graça e só investir dinheiro eventualmente nos itens que melhoram o desempenho nas partidas.

E neste sentido, considerando todos os aspectos aqui apresentados, uma empresa está se dando bem, e deve prevalecer.

Ela mesma.

 

Nintendo, de novo, uma exceção da regra

Tudo bem… Fortnite é também o jogo mais executado no Nintendo Switch. Mas o ranking de Top 10 dos games mais jogados no console é muito mais variado do que a concorrência.

E conta com um importante diferencial: os títulos exclusivos.

O “jardim murado” da Nintendo funciona quando olhamos para o fato de que seus jogos exclusivos entram com relativa facilidade para a lista dos mais executados do Switch.

Até porque vários desses títulos são single player, e quem joga em um console portátil (ou híbrido, como queira) como é o Switch não tem tanta necessidade assim em jogar com o coleguinha que está em outro bairro.

Mesmo porque a própria Nintendo não incentiva para isso, já que o seu modo multiplayer online é mais capado que a concorrência.

É cedo para dizer que a Nintendo vai sair como vencedora dessa crise no final das contas. Mas é correto afirmar que o Switch deu uma bela impulsionada para essa nova fase dos consoles portáteis.

De alguma forma, a Nintendo contribuiu para que os jogadores deixassem um pouco de lado os consoles domésticos tradicionais e apostassem nos videogames que podem efetivamente entregar o entretenimento em qualquer lugar.

 

Início do fim?

Não posso prever o futuro (infelizmente), mas posso olhar para o cenário de presente e afirmar que o mercado de videogames está, de forma oficial, em uma grande crise.

Os fabricantes de consoles e desenvolvedores de jogos não sabem o que fazer para convencer o consumidor a jogar os games mais recentes. Pois faltam argumentos para o mercado.

Jogos AAA com desempenho abaixo do esperado, consoles da atual geração que não cumpriram com as promessas, títulos que estão caros demais para o que entregam…

Não faltam motivos para explicar de forma bem didática como chegamos a esse ponto.

Agora, testemunhamos as gigantes demitindo em massa, aumentando os preços e, de forma patética, colocando a culpa no gamer (e em Fortnite), que só joga os títulos antigos.

Entendi. Estão “fazendo certinho” #ContémIronia

Colocar a culpa em terceiros e não reconhecer a própria incompetência, ignorando as falhas cometidas nos últimos anos, fala muito mais sobre a arrogância do setor de games do que qualquer outra coisa.

É bem fácil colocar a “culpa” em Fortnite.

Difícil é gastar US$ 300 milhões em um orçamento de um jogo e entregar para o gamer o resultado abaixo do prometido.

Pelo visto, o mercado de videogames será regulado. Não pelos fabricantes, mas pela parte que é a mais importante neste processo.

O gamer, que paga pelos jogos. Ou melhor: que optou parar de pagar para seguir se divertindo.


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