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Faltou o “Olho de Falcão” em Real Madrid vs Barcelona?

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Um dos poucos jogos de futebol que eu me permito a parar a minha vida para me sentar confortavelmente diante da TV, preparar uma pipoca e colocar o refri na geladeira é o “El Clássico”.

Real Madrid vs Barcelona merece toda a minha atenção, pois mesmo que um dos times não esteja na melhor fase, a garantia de um ótimo jogo é mais do que consolidada pelo peso das duas camisas. É o maior clássico de futebol do mundo, e não há discussão sobre isso.

O que se discute (até agora) é a ausência da tecnologia no último clássico realizado ontem (21 de abril), onde um suposto gol fantasma selou os rumos do jogo, reascendendo uma discussão em LaLiga que já dura algum tempo.

 

Recapitulando o lance

O lance em questão, em que o goleiro Lunin do Real Madrid evitou um gol do Barcelona que parecia ter cruzado completamente a linha, gerou dúvidas sobre a eficácia do VAR para determinar a posição da bola.

Confesso que tive dúvidas se a bola realmente entrou durante a transmissão, já que não foi exibida nenhuma imagem das câmeras distribuídas no estádio que pudessem levar a uma conclusão sobre o assunto.

E por mais que algumas pessoas defendam (de forma estúpida) que “a grande graça do futebol é o debate sobre as polêmicas depois do jogo”, eu sempre vou defender o uso da tecnologia para um resultado mais justo no esporte.

Mesmo entendendo que o Real Madrid mereceu a vitória por ter um time melhor e mais forjado para vencer, não é justo que o Barcelona seja prejudicado dessa forma apenas e tão somente porque faltou uma tecnologia adequada para concluir se aquele lance foi ou não gol.

E aqui, pelo menos duas tecnologias poderiam resolver a questão:

  1. O “Olho de Falcão”, que é bem mais caro, mas muito preciso;
  2. O “chip na bola”, mais barato e relativamente confiável, mas que poderia identificar se a bola passou completamente pela linha do gol (ou não).

 

A resistência de LaLiga

Apesar da polêmica, o presidente de LaLiga, Javier Tebas, defende que as câmeras já existentes e o VAR são suficientes para garantir a justiça nas partidas.

Algo que claramente não é verdade, já que a discussão sobre o lance perdurou nas redes sociais e noticiários esportivos.

Tebas argumenta que a tecnologia de detecção de gols, como o “Olho de Falcão”, é cara e nem sempre precisa, citando exemplos de erros em outras ligas que a utilizam.

O polêmico presidente de LaLiga (é só olhar para toda a relação dele com Vinícius Júnior e você vai entender por que) compartilhou nas redes sociais durante o intervalo de Real Madrid vs Barcelona uma colagem com quatro notícias onde o “Olho de Falcão” teria falhado nas decisões, com a legenda “Sem comentários”.

O problema é que o Sr. Tebas ignora todos os acertos que a mesma tecnologia entregou para o esporte. E se ele dá a entender que o recurso precisa ser perfeito para ser adotado em LaLiga, então é melhor retirar todos os árbitros do campeonato.

Afinal de contas, as faltas e cartões invertidos que foram aplicados ao longo do campeonato, com prejuízos diretos para várias equipes, devem sim entrar nesse critério de avaliação.

Aliás, nesse confronto entre Real Madrid e Barcelona tem pelo menos um lance que só dependia do VAR e que prova a minha teoria.

Até porque o lance do pênalti que resultou no primeiro gol do Real Madrid está mais para tentativa de indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante do que uma falta dentro da área.

 

Argumentos a favor e contra a tecnologia

Os defensores da tecnologia argumentam que ela eliminaria dúvidas em jogadas como a do Clássico e aumentaria a precisão das decisões arbitrais.

Até porque a tecnologia existe para isso. O VAR nada mais é do que um recurso eletrônico para auxiliar as decisões em campo, mesmo que a análise passe pela intervenção humana.

A grande questão aqui é que o uso do “Olho do Falcão” ou do chip na bola eliminam por completo o fator humano nas decisões polêmicas, já que reduzem para quase zero a margem de dúvida sobre os lances.

E aqui, podemos também interpretar que podem existir “outros interesses” para que os humanos mantenham o controle sobre as decisões polêmicas no futebol.

Sabe como é… tem sempre alguém ganhando com isso de alguma forma, se é que você me entende.

Já os críticos argumentam que o custo da tecnologia não justifica o benefício, que nem sempre é garantido, e que ela pode até mesmo gerar novos problemas, como a necessidade de mais tempo para revisar as jogadas.

E esse argumento é uma meia verdade.

O “Olho de Falcão” no tênis exibe as imagens para todo o estádio em questão de segundos em casos de desafios solicitados nos torneios de Grand Slam.

E o nível de precisão é enorme, considerando que o objeto a ser analisado é uma bola de tênis, que é muito menor do que uma bola de futebol.

A ausência de garantia do recurso eletrônico neste caso é como a maldade: está muito mais nos olhos de quem vê.

 

Análise 3D confirma decisão do árbitro

Como disse um pouco antes, fiquei na dúvida se a bola realmente entrou naquele lance. E os canais de TV que se valem da tecnologia para agregar informações para o telespectador confirmaram a minha impressão.

Uma análise 3D da jogada realizada pela Canal+ da França confirmou a decisão do árbitro de não validar o gol, indicando que a bola não cruzou completamente a linha.

Eu também tive essa impressão a partir de todos os ângulos exibidos na transmissão oficial. E, no meu entendimento, o VAR precisa adotar a regra da NFL neste caso.

No campeonato de futebol americano da NFL, se nenhuma câmera exibir uma imagem que mostre claramente algo diferente que o árbitro indicou em campo, a decisão não é revertida.

É preciso ter CERTEZA ABSOLUTA (por mais redundante que essa frase pareça) para reverter a decisão do árbitro em uma partida, que é soberana… até que se prove o contrário com uma imagem clara.

Logo, a análise do Canal+ reforça a tese de que o VAR, em conjunto com as câmeras existentes, pode ser suficiente para determinar a posição da bola em jogadas duvidosas.

Mesmo assim: defendo que todo recurso tecnológico seja utilizado para que um evento esportivo seja o mais isento e justo possível. E “custos elevados” não servem como justificativa para a LaLiga.

Estamos falando de uma das ligas esportivas mais lucrativas do mundo, com receitas astronômicas com publicidade, comercialização de direitos de exibição e valorização dos times e seus elencos.

Ou seja… não falta dinheiro para o Campeonato Espanhol adotar todo e qualquer recurso tecnológico para auxiliar a arbitragem.

Chega a ser um escárnio tal argumento quando um jogo como esse acontece em um estádio completamente renovado como é hoje o Santiago Bernabeu, que está lotado da tecnologia da Microsoft.

De qualquer forma, apesar de toda a polêmica, acredito que tudo o que eu escrevi neste artigo vai cair no vazio.

Não há indícios de que LaLiga vá implementar a tecnologia de detecção de gols no curto prazo.

Pelo visto, Tebas vai esperar que a própria seleção espanhola seja escandalosamente roubada em uma final de Euro ou Copa do Mundo para, quem sabe, mudar de ideia sobre o assunto.


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