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Crise faz computadores custarem 67% mais caros no Brasil

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É claro que isso ia acontecer, ainda mais aqui no Brasil. Porque o Brasil é o “diferentão” da galera global (o comportamento do coletivo durante uma crise sanitária global mostra isso claramente). Logo, por que esperar que o aumento das vendas de PCs iria continuar por aqui?

No resto do mundo, as vendas de desktops e notebooks simplesmente decolaram com a necessidade das pessoas em trabalhar e estudar em casa por mais tempo. E lá fora, o home office ou trabalho remoto não é mais visto como uma tendência, mas sim como uma realidade efetiva. Isso, e buscar outras alternativas para deslocamento urbano.

Agora, no Brasil… além do ônibus lotado, temos que encarar um absurdo aumento de preço dos desktops e notebooks, ferrando com um crescimento de mercado que certamente beneficiaria a todo um setor.

 

 

 

Não adianta me explicar os motivos, pois não consigo me conformar com eles

 

 

Sim. Dessa vez eu vou ser teimoso, cético, persistente, insistente, egoísta e, acima de tudo, correto na minha avaliação.

A IDC confirmou que o mercado brasileiro de PCs despencou em 12.6% nas suas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. Tá, eu sei que teve uma crise no meio do caminho, e muitos de nós optamos por colocar comida na mesa do que comprar um notebook novo. Porém, no restante do mundo, o movimento foi exatamente o contrário: aumento nas vendas, pois tudo mudou.

É evidente que algumas explicações para essa queda nas vendas existem, e são corretas. Não sou eu que vou questionar as explicações do IDC. Eu nunca fiz isso durante 12 anos como produtor de conteúdo de tecnologia.

Só não vou me conformar em aceitar calado que tudo isso aconteceu e, de novo, o Brasil segura o rojão aceso da crise, esperando pelo estouro.

Vários fatores influenciaram nessa queda nas vendas:

1) A alta do dólar: mais uma vez, é preciso lembrar que a cotação do dólar no Brasil já estava em movimento de alta antes da crise sanitária explodir (US$ 1 = R$ 4.02 em 1 de janeiro de 2020; US$ 1 = R$ 4,43 em 26 de fevereiro de 2020 – antes do primeiro caso). Ou seja, a nossa economia já não estava ajudando. A crise global só fez a cotação do dólar disparar.

2) Preços mais caros dos componentes: o segundo motivo é derivado do primeiro, e apesar de boa parte da produção de notebooks comercializados no Brasil ser fabricada por aqui mesmo, muitas peças são importadas.

3) A elevada demanda por computadores: de março para cá, muitas pessoas correram para as lojas para comprar desktops e notebooks pela necessidade de trabalhar e estudar em casa (pois perceberam que o velho notebook comendo poeira dentro do armário estava morto e, em alguns casos, em estado de decomposição). A procura foi muito maior que a demanda, e só ficou pior quando as fábricas fecharam.

4) Impostos alterados: algumas alterações nas cobranças de impostos sobre peças e transportes de produtos também ajudaram nesse aumento de preços dos computadores. Algumas empresas congelaram investimentos, e isso também impactou na produção de produtos, o que resultou em um certo esvaziamento de mercado e, por tabela, um aumento nos preços.

 

 

 

Poucos segmentos se deram bem diante da queda livre

 

 

Nem tudo foi perdido nas trevas, e os segmentos que mais cresceram na venda de PCs no Brasil durante o segundo trimestre de 2020 são mais do que explicáveis.

Dizer que o setor educacional registrou crescimento nas vendas é chover no molhado, certo? Com o ensino à distância como única alternativa para muita gente, é claro que esse segmento iria registrar um aumento de vendas.

O aumento nas vendas de computadores top de linha e/ou de elevado desempenho também não chega a ser uma surpresa, já que profissionais das áreas de edição gráfica, fotógrafos, arquitetos, editores de vídeo, editores de áudio e outros segmentos específicos também precisavam seguir trabalhando em casa. Sem falar nos gamers, pois não foram poucas as pessoas que decidiram matar o tempo livre jogando videogames.

 

 

 

Você pagou essa conta

 

 

Os fabricantes repassaram para o consumidor os prejuízos e a somatória dos fatores mencionados um pouco antes nesse post na hora de aplicar um aumento de preços nos equipamentos que eu considero como algo simplesmente absurdo.

O aumento nos preços em um ano chega a ser de 67%. De novo: mesmo considerando todos os fatores que influenciaram no aumento de preços e a complexa situação que o país se encontra nesse momento (ainda não acabou, não tem nada resolvido, e tem um bando de otários fazendo festinhas e baladinhas clandestinas…), o aumento dos preços dos notebooks e desktops é o principal fator para uma queda no segmento que até se beneficiou do cenário de caos durante o primeiro trimestre.

Insisto que eu entendo tudo o que aconteceu conosco nos últimos meses. Mas… a tabela abaixo é o sinônimo da tristeza para todo fã de tecnologia. E passou da hora do mercado repensar tudo o que está acontecendo e mudar de estratégia rapidamente se quer mesmo que uma Black Friday seja rentável, ou que as vendas no Natal sejam no mínimo dignas de nota nesse blog.

 

 

Via Tecnoblog


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