Em março de 2017, a Nintendo surpreendeu o mundo com o lançamento do Nintendo Switch, um sistema híbrido que funcionava tanto como console de mesa quanto portátil, por causa da presença de seu dock.
Como todo produto de tecnologia com uma proposta nova, os ‘early adopters’ tiveram que encarar os primeiros problemas típicos de um produto que foi se entendendo em seu conceito com o passar do tempo.
O que acontece é que estamos em 2024, e a inflação não abraçou o Nintendo Switch. Seu preço se manteve estável com o passar do tempo, se tornando uma opção de compra até mesmo para quem nunca cogitou ter o produto. E é importante entender o que aconteceu neste caso.
SoC e design ajudaram a estabelecer o seu preço
Ele era diferente de tudo o que tinha no mercado até o momento e, ao mesmo tempo, uma espécie de “correção de rota” para o erro chamado Wii U.
Mas seu design inovador entregava problemas de superaquecimento dos componentes internos, que só foram resolvidos com a escolha do SoC NVIDIA Tegra X1.
O Switch original contava com um chip Tegra X1 equipado com uma CPU ARM de oito núcleos, com quatro núcleos Cortex-A57 (64 bits) e uma GPU NVIDIA Maxwell de segunda geração com 256 shaders, rivalizando com a geração Pascal na época.
Mesmo com todas as limitações técnicas estabelecidas para o console, como os 4 GB de memória compartilhada e 32 GB de armazenamento, as especificações do Switch eram competitivas em 2017, contribuindo para o seu sucesso comercial.
O Nintendo Switch vendeu incríveis 132,9 milhões de unidades até novembro de 2023, superando as vendas combinadas do PS4 e PS4 Pro. Seu catálogo diversificado e franquias exclusivas foram fundamentais para esse sucesso.
A obsolescência ajudou na estabilidade do preço
Apesar da obsolescência do hardware, a experiência de jogo e o catálogo exclusivo mantiveram o interesse dos consumidores, demonstrando que o sucesso vai além das especificações técnicas.
Ao contrário de muitos dispositivos que diminuem de preço ao longo do tempo, o Switch manteve uma estabilidade de preço notável nos mais de seis anos desde seu lançamento.
A alta demanda contínua do Switch eliminou a necessidade de redução de preço. A falta de concorrência efetiva permitiu que a Nintendo mantivesse os valores, já que ele nadou sozinho dentro do seu próprio mar de oportunidades.
A atualização foi o motivo para a redução de preço
A Nintendo optou por reduzir o preço do Nintendo Switch apenas com o lançamento da versão OLED, competindo consigo mesma. Essa estratégia demonstra confiança na qualidade do produto e na lealdade dos consumidores.
O sucesso estrondoso do Switch não apenas revigorou a Nintendo após o desempenho insatisfatório do Wii U, mas também gerou receitas substanciais em todos os aspectos, envolvendo as vendas de hardware, software e serviços.
A trajetória do Switch é a prova que a Nintendo aprendeu as lições que o Wii U deixou. Dá para ser inovador e manter os preços do seu produto inalterados, pois o valor agregado do console híbrido conseguiu superar os efeitos do tempo.
O Nintendo Switch é tão bom, que conseguiu beber do “efeito Apple”. O iPhone custa a perder valor de mercado porque seu valor agregado é enorme. E o mesmo acontece com o console híbrido mais popular do mercado (até porque só ele é desse jeito).