Como eu já imaginava que iria acontecer (e isso ficou mais ou menos explícito para quem teve olhar mais atento para isso), a Claro basicamente confirmou o fim do acesso “ilimitado” nos aplicativos de redes sociais.
Ou o fim do “zero rating”, que foi o termo gourmetizado que inventaram para esse acesso. Quem confirmou essa decisão foi Marcio Carvalho, VP de marketing da Claro, em entrevista exclusiva ao Tecnoblog.
Isso pode não mudar muito na sua vida, mas pode mudar drasticamente o comportamento das demais operadoras. Vou explicar por que você sai perdendo nessa história, e como a Claro sozinha pode mudar para sempre a forma em como você usa a internet móvel no seu smartphone.
Adeus, “zero rating”. Olá, Extra Play
Antes, as principais plataformas de redes sociais tinham navegação livre para os clientes que contratavam os planos de telefonia móvel. Agora, quem contratar um dos planos de 2024 terá que usar as plataformas em uma franquia dedicada e em separado da navegação em geral.
É importante lembrar que o conceito de Extra Play que a Claro passa a adotar para os planos Controle já estava presente nos planos Pós-Pago.
Carvalho informa que a mudança acontece também pelo crescimento do consumo de vídeo por parte dos usuários, mas ter um plano com limite de dados dedicados ao vídeo é muito pior, já que o “zero rating” oferecia vantagens objetivas para quem gostaria de obter um controle maior no seu consumo de internet.
Na prática, quem é controlado é o cliente PELA OPERADORA, que fica limitado às condições que a Claro oferece. Antes, você podia controlar melhor sem a limitação das redes sociais.
Por outro lado, eu entendo onde a Claro quer chegar. Os usuários estão consumindo mesmo mais vídeos nas rede sociais, e a operadora é obrigada a entregar essa demanda de dados justamente por causa da regra do “zero rating”.
Questionado sobre um futuro sem “zero rating”, Carvalho respondeu que a Claro busca continuar investindo e remunerar esse investimento. Embora não seja taxativo, ele indica que essa é a direção escolhida pela operadora.
E é claro que será o destino da Claro. É a operadora que se beneficia com a melhor relação custo por cliente. Ela não tem nada a perder com a estratégia.
Você não é obrigado a mudar (e não mude)
A boa notícia aqui é que a Claro “está sendo boazinha” e não está impondo as mudanças para o novo plano. Mas pode armar a pegadinha de oferecer o novo plano para os clientes “sem custo adicional”.
Que fique bem claro: os clientes atuais de Claro Controle não serão forçados a migrar para os novos planos. Eles podem manter as características dos acessos contratados, inclusive os benefícios de aplicativos ilimitados.
Então, se você usa muito as redes sociais e consome muita internet com TikTok, Instagram e Facebook, a regra de ouro é: não mude para os novos planos Claro Controle, mesmo que a operadora coloque uma arma na sua cabeça.
Dependendo do usuário, 5 GB não dá para nada
O exemplo do quão ruim podem ser essas mudanças está no novo Claro Controle de 25 GB, que custa R$ 59,90/mês e oferece 20 GB de franquia principal e 5 GB para redes sociais.
A franquia secundária é válida para várias redes sociais, e ao atingir os 5 GB, a conexão passa a utilizar também a franquia principal, exceto para WhatsApp, que continua ilimitado (até que o usuário ainda conte com pacote de dados no plano).
Repito: para aqueles usuários que são muito ativos nas plataformas que majoritariamente se baseia na oferta de fotos e vídeos, como são os casos do TikTok, Instagram e Facebook, os 5GB de dados podem ser sim insuficientes.
Principalmente no plano de 30 GB com 5 GB dedicados aos games, pois neste caso o pacote dedicado inclui o uso do Claro TV+ e do YouTube. E o volume de dados que vídeos por streaming consomem é enorme.
Carvalho assegura uma revisão cuidadosa das franquias, com uma margem generosa para evitar preocupações com limites de internet. E eu acho que ele vai ter um trabalho enorme para revisar esse volume de dados para os planos Claro Controle.
Isso… e administrar a irritação de muitos usuários que vão ficar descontentes com todas as mudanças apresentadas pela operadora.
As explicações não me convencem. Vamos ver se o tempo me mostra o contrário.