As redes sociais permitem que qualquer pessoa se comunique com qualquer pessoa com acesso à internet, compartilhando opiniões e pensamentos. E o ódio também.
Tim Berners-Lee, o pai da internet, entende que as redes sociais foram dominadas pela propagação do ódio. Na verdade, nem é tanto ódio assim na internet, mas esse discurso recebe uma maior visibildiade do que o desejado.
Um algoritmo criado pelo engenheiro informático e cientista de dados espanhol Juan Carlos Pereira Kohatsu mostra isso claramente.
Medindo o ódio no Twitter
O Ministério do Interior da Espanha aplicou o algoritmo para mediar a quantidade de mensagens de ódio emitidas no Twitter. E o estudo mostrou que a quantidade de mensagens desprezíveis é realmente baixa.
Foram 33% das mensagens publicadas no Twitter em um dia na Espanha (aproximadamente 6 milhões). Dessas, entre 3 mil e 4 mil são consideradas mensagens de ódio pelas palavras ou expressões presentes nos textos.
Ou seja, apenas 10% das mensagens eram de ódio. Isso significa que apenas 0.2% das mensagens daquele dia são de ódio.
São poucos, mas muitos conseguem ver
O problema é que tais mensagens só deveriam ser vistas para a pessoa para quem o autor responde e os seus contatos em comum, várias vezes os usuários acabam compartilhando e favoritando tais textos, expandindo o seu alcance.
Os próprios sensos cognitivos do ser humano fazem com que as pessoas se centrem mais nas mensagens negativas do que nas positivas.
O algoritmo então mostra um termômetro de como as pessoas nas redes sociais estão se comportando. Por enquanto, não se aplica a outras plataformas, mas é uma forma efetiva de comprovar se realmente o ódio impera na internet.
Ou se parte da culpa é das pessoas que repudiam esse tipo de discurso, mas no desejo de coibir tais verborragias, acabam se transformando no eco desse mesmo discurso, compartilhando essas publicações.