Confesso que eu tinha me esquecido completamente que a Lenovo tinha smartphones gaming no mercado. E isso mostra o quão irrelevante que a marca era dentro desse segmento.
Logo, a notícia de que a Lenovo encerrou essa divisão de smartphones gaming pega todo mundo de surpresa justamente pela lembrança que a marca contava com produtos dentro desse segmento.
A justificativa da Lenovo para a decisão está no “centrar esforços em outros mercados”, o que pode significar na prática um maior investimento nos computadores portáteis, um segmento onde a marca vai muito melhor.
Mas… o mundo vai sentir falta do Legion Phone? Ou podemos seguir em frente com nossas vidas normalmente?
O fim de um segmento de produtos bem interessante
Eu nunca testei um Legion Phone ao longo desse tempo em que produzi conteúdos para o TargetHD.net em 15 anos, mas quem chegou perto de um dispositivo como esse afirma que a proposta da Lenovo era sim bem interessante.
Olhando de longe, entendo que a Lenovo queria oferecer para o mercado um smartphone gaming que poderia ser explorado até o limite pelos jogadores. A prova disso é que alguns dispositivos contavam com dissipador de calor, na tentativa de manter a temperatura do processador do telefone sob controle em nome do máximo desempenho do hardware.
É uma filosofia claramente importada dos computadores gaming, que utilizam os mesmos artifícios para obter os melhores resultados. Algo bem interessante na teoria, mas que levanta dúvidas se na prática essas iniciativas se tornaram efetivas.
De qualquer forma, os rumores das últimas semanas foram confirmadas, e a divisão encarregada pelo desenvolvimento, fabricação e distribuição dos produtos Lenovo Legion Phone foi oficialmente encerrada, de acordo com o comunicado emitido pela própria empresa.
Com a palavra, a Lenovo:
“A Lenovo está descontinuando seus celulares para jogos Legion baseados em Android como parte de uma transformação de negócios mais ampla e consolidação de seu portfólio de jogos. Como líder em dispositivos e soluções de jogos, a Lenovo está comprometida em avançar a categoria de jogos em todos os formatos, bem como para se concentrar onde pode trazer mais valor para a comunidade global de jogos.”
Foco nos laptops e periféricos
Não posso dizer que a Lenovo está errada nessa decisão, principalmente considerando o argumento em defesa de um investimento maior naquilo que a empresa faz tão bem: laptops e periféricos.
Nesse momento, o mercado de computadores portáteis voltados para os jogos de videogames está em alta. Todos os anos, os diferentes fabricantes lançam modelos voltados para esse segmento, buscando conquistar novos usuários.
E, ao que tudo indica, existe público para isso. Não são poucas as pessoas que conheço que decidiram investir em laptops gaming para o entretenimento e até mesmo para o trabalho com atividades mais intensas, como por exemplo a edição de vídeos.
Eu mesmo decidi investir em um notebook gaming para editar os vídeos do meu canal do YouTube, e não me arrependo pela decisão. O desempenho é perfeito para o que eu preciso, e curiosamente foi um notebook da linha Lenovo Legion.
Aliás, a Lenovo sabe muito bem o que precisa fazer para entregar notebooks com um desempenho potente o suficiente para as tarefas mais exigentes. Tanto, que alguns dos seus portáteis são utilizados por muitos usuários para os jogos de videogame, mesmo que não sejam computadores dedicados para essa tarefa.
A Lenovo possui uma vasta experiência no desenvolvimento de hardware, e alguns telefones gaming da marca mais pareciam consoles portáteis com função de telefone integrada. Com a saída da marca, o segmento fica um pouco órfão, onde a única marca que realmente apresenta um fôlego para apresentar propostas específicas para atender aos jogadores no smartphone é a ASUS, que vai apresentar o ASUS ROG Phone 7 em breve.