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A seleção natural de Darwin no mercado de smartphones

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A regra da seleção natural das espécies de Darwin ajuda a explicar como o ser humano prevaleceu em um planeta onde leões, tubarões e políticos tendem a ser mais fortes do que a maioria dos outros seres vivos.

Tudo bem, o ser humano é o único que consegue interpretar sentimentos e racionalizar o sexo. E esses dois elementos ajudaram a driblar a fúria de animais selvagens, além de identificar quando existe o real interesse amoroso na outra pessoa, evitando assim que você se torne alvo de um processo por assédio.

A seleção natural dita a sobrevivência dos mais fortes e adaptáveis, e isso também pode ser aplicado ao atual mercado em baixa de smartphones, como alertam os principais analistas do mercado. E o caso do segmento de telefonia móvel, está se repetindo uma regra que é uma constante histórica: apenas os mais fortes sobrevivem.

 

Crise generalizada

Todas as marcas estão sofrendo com a queda nas vendas de smartphones, e cada fabricante está tentando absorver os impactos negativos desse movimento de diferentes maneiras.

No entanto, algumas empresas do setor estão se beneficiando por serem maiores e mais fortes. Neste caso, Apple e Samsung se destacam, porque são gigantes do segmento.

Já outros fabricantes conseguem permanecer no jogo porque se adaptaram melhor à crise e encontraram alternativas para continuar a crescer no mercado, mesmo com todas as dificuldades apresentadas. E as marcas melhor observaram o fluxo para tomar decisões mais racionais foram a Honor e o Google.

As vendas internacionais de smartphones caíram trimestre após trimestre após a pandemia. Em todo o ano passado, foram vendidos 1,193 bilhões de smartphones, 12% a menos do que em 2021, segundo a Canalys. E a tendência permanece no primeiro trimestre de 2023 (-13%).

Em um cenário considerado viável nos aspectos econômicos, vender menos não é bom para nenhuma empresa. A Samsung, líder em unidades, vendeu 18% menos de smartphones nos primeiros três meses deste ano. O mesmo aconteceu com a maioria das marcas do mercado: Xiaomi, com 22% menos de vendas; OPPO, que caiu 8%; e Vivo, cujas unidades caíram 17%.

A única marca que se salva dessa tendência é, para variar, a Apple. E eu parei de entender de vez o que explica a gigante de Cupertino seguir vendendo smartphones caríssimos em tempos de crise. Isso só acontece porque o iPhone é mesmo um produto mágico e revolucionário, e o usuário paga o que for para ter esse dispositivo em mãos.

E, mesmo assim, isso não significa que a gigante americana não esteja sofrendo com o mercado em baixa atual. O iPhone é o produto que mais contribui para a receita da Apple – geralmente está perto de 60% – e registrou uma queda de 8,2% na receita entre outubro e dezembro de 2022, em grande parte devido à escassez de inventário na temporada de Natal.

 

Só os fortes sobrevivem

Para muitas marcas, a atual recessão do mercado é uma oportunidade única para ganhar participação de mercado e consolidar posições a longo prazo. Até porque tem sempre um fabricante que vai se aproveitar do tropeço ou fracasso da concorrência.

A tendência atual do mercado faz com que os fabricantes que vendem smartphones top de linha ou premium sejam quem menos estão sentindo a queda, porque as vendas de smartphones de US$800 ou mais se estabilizaram ou continuam em ascensão.

E é neste ponto do meu artigo que eu mesmo respondo a divagação que fiz sobre o volume de vendas da Apple: em tempos de crise, quem tem muito dinheiro consegue ainda mais dinheiro (em muitos casos, às custas da crise, e pela lei do menor esforço), o que justifica o investimento de um grande grupo em telefones mais caros.

Entre as marcas com uma posição forte e que podem aproveitar esse músculo para ganhar participação apesar da queda nas vendas, estão os dois gigantes que lideram o mercado: Samsung e Apple. A estratégia de priorizar os modelos mais completos com preços cada vez mais altos está ajudando a dupla a enfrentar melhor o contexto atual.

Dessa forma, dá para imaginar que tanto Apple quanto Samsung não vão abrir mão de lançar smartphones caros para uma clientela que está disposta a pagar por isso. E quem não pode desembolsar uma pequena fortuna para ter os seus dispositivos mais completos que aceite a situação como ela é. Ou que lute para pagar o Galaxy S23 Ultra em 24 suaves prestações.

Além dos fabricantes mais fortes, marcas também podem competir para serem as que melhor se adaptam à nova realidade e aproveitam os recursos disponíveis melhor do que o resto.

No caso do Google, seu crescimento se explica principalmente por sua renovada aposta em hardware, especialmente em dispositivos de gama alta com sua família Pixel, que já conta até com telefones dobráveis como o Pixel Fold.

Já a Honor continua crescendo em participação de mercado à medida que se consolida em diferentes regiões do planeta, aumentando sua notoriedade junto aos usuários.

Como você pode ver, a regra de seleção natural das espécies está mais do que consolidada no mercado de telefonia móvel global. Para todas as marcas que eu não mencionei neste artigo, é melhor começarem a se preocupar.

Quem não é mencionado não é lembrado. E quem não é lembrado é esquecido.

Fica a dica.


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