O Waze conta com um novo sistema para evitar áreas com maior índice de criminalidade. A iniciativa vela pela segurança dos usuários, mas pode não ser a melhor ideia que a empresa teve.
Seu veículo pode estar em risco
O novo recurso do Waze começou a funcionar durante os Jogos Olímpicos Rio 2016, e não foram poucos os taxistas que foram notificados pelo aplicativo ao adentrarem em áreas com alto nível de criminalidade.
O alerta também lembrava que o veículo poderia correr perigo.
De acordo com o aplicativo, o Rio de Janeiro conta com 25 áreas diferentes com “alto risco de criminalidade”.
De acordo com os dados das autoridades cariocas, o recurso está ajudando os passageiros: com um aumento de 17% nos homicídios e 34% de roubos no estado do Rio de Janeiro, somado com os problemas políticos e o turismo crescente, temos uma combinação potencialmente perigosa, e justifica a escolha do Waze no Brasil ser o primeiro a experimentar a funcionalidade.
Que comece a polêmica
O CrimeRadar é outro aplicativo que faz algo semelhante.
Faz o alerta aos motoristas sobre a taxa de criminalidade de uma cidade, dividindo por bairros e em função da hora do dia que é feita a consulta.
Logo, o Waze não é o único a gerar polêmica, que culmina na criação de áreas escuras e guetos virtuais.
Somos obrigados a citar um problema sociológico e de segurança, já que os dois aplicativos operam sob o princípio de alertar o cidadão para realizar o trajeto mais seguro caem na possibilidade de criar regiões da cidade onde nenhum veículo vai querer passar.
A consequência disso? Turistas e cidadãos longe desses locais.
O Waze alega que a funcionalidade já está em curso há vários anos, e a pedido dos usuários. Alega que é algo positivo, mas que evita estigmatizar os bairros de forma direta.
São áreas de risco que não aparecem no mapa, mas que os usuários são alertados sobre o ato de visitar de forma direta. Já o CrimeRadar torna isso público.
A decisão de tornar pública as zonas escuras de cada cidade pode resultar na queda de reputação dessas cidades. Ainda que os crimes variem com o tempo ou demorem a desaparecer, muitos bairros podem ficar estigmatizados.
A polêmica está servida.
Ativar todos os mecanismos necessários para que os usuários viagem de forma segura contra a possibilidade de prejudicar os moradores de determinadas áreas.
Vale lembrar que os dados do Waze podem ser manipulados, o que gera outro problema: a alteração das informações para beneficiar determinadas regiões.
Um debate interessante, mas que não tem uma resposta tão simples quanto parece.
Via Quartz