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Quem foi Eunice Newton Foote?

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Hoje, 17 de julho, o Doodle do Google trouxe à tona a história de Eunice Newton Foote, uma cientista e ativista dos direitos das mulheres cuja contribuição para a compreensão do aquecimento global foi amplamente ignorada.

No seu 204º aniversário, Foote foi homenageada como a primeira pessoa a descobrir o efeito estufa e seu papel no aquecimento da atmosfera. No entanto, sua notoriedade foi apagada pela história, privando-a do merecido reconhecimento.

Vale a pena explicar um pouco mais sobre sua história, para que você possa entender a sua relevância em nosso mundo.

 

O pioneirismo de Eunice Newton Foote

Nascida em 17 de julho de 1819 no estado de Connecticut, Foote frequentou o Seminário Feminino Troy, uma instituição que incentivava as mulheres a se envolverem com a ciência. Desafiando as normas da época, ela conduziu seus próprios experimentos e, em um deles, descobriu que o dióxido de carbono (CO2) tinha um efeito de aquecimento mais significativo no Sol.

Essa descoberta fez dela a primeira cientista a relacionar o aumento dos níveis de dióxido de carbono ao aquecimento da atmosfera, o hoje conhecido “efeito estufa”.

 

Um marco para as mulheres na ciência

Após a publicação de seu estudo, Foote produziu outra pesquisa sobre a eletricidade estática da atmosfera, que foi publicada na revista científica “Proceedings of the American Association for the Advancement of Science”.

Esses dois estudos foram os primeiros no campo da física a serem publicados por uma mulher nos Estados Unidos. Sua coragem e dedicação abriram caminho para que outras mulheres pudessem contribuir para a ciência.

 

O reconhecimento negado

Em 23 de agosto de 1856, o trabalho de Foote sobre o efeito estufa foi apresentado em uma reunião da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), em Albany, Nova York. No entanto, foi o professor Joseph Henry, do Instituto Smithsonian, quem leu sua pesquisa, enquanto ela foi impedida de fazer a leitura.

Curiosamente, seu marido, também cientista, teve permissão para ler seu próprio estudo publicamente. Embora a AAAS permitisse a participação de mulheres e amadores, as hierarquias sociais internas ainda limitavam o reconhecimento dado às mulheres cientistas.

Ou seja, um comportamento típico de uma sociedade machista, o que faz do feito de Foote algo ainda maior.

 

A sombra de um legado negligenciado

Apesar de seus esforços pioneiros, a história de Eunice Newton Foote foi ofuscada. Três anos depois de suas descobertas, o irlandês John Tyndall publicou resultados semelhantes, sendo amplamente reconhecido como um dos fundadores da ciência climática moderna.

Enquanto isso, parte dos esforços e pioneirismo de Foote caíram na obscuridade, privando-a do lugar que merecia na história da ciência.

 

Ativismo e legado

Além de sua contribuição científica, Foote também se dedicou ao ativismo pelos direitos das mulheres. Em 1848, ela participou da primeira Convenção dos Direitos das Mulheres, em Seneca Falls, onde foi escolhida, ao lado de Elizabeth Cady Stanton, para preparar os processos da convenção para futura publicação.

Foote foi a quinta signatária da Declaração de Sentimentos, um documento que exigia a igualdade para as mulheres em questões sociais e legais.

 

Conclusão

Eunice Newton Foote foi uma cientista pioneira que teve o seu trabalho negligenciado por muito tempo. Suas descobertas sobre o efeito estufa foi obscurecida pelo machismo estabelecido e hierarquias sociais típicas do seu tempo.

Sua contribuição para a ciência e seu ativismo pelos direitos das mulheres continuam a ecoar até os dias de hoje, e a história de Foote não apenas cria um ponto de reflexão, mas um legado a ser valorizado, enfatizando a importância de uma mulher para uma contribuição efetiva para o progresso da humanidade.

E o Google, de forma justa, rende homenagens mais do que merecidas para a mulher que identificou uma das maiores ameaças ao ecossistema dos últimos dois séculos.


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