Sam Altman, co-fundador e CEO da OpenAI, foi surpreendentemente demitido do seu posto em meio ao sucesso da empresa, o que gerou inúmeras controvérsias dentro da comunidade envolvida com o desenvolvimento da Inteligência Artificial.
A junta de diretores da OpenAI alegou “perda de confiança” e “falta de sinceridade” por parte de Altman, mas sem fornecer maiores detalhes sobre as alegações. A demissão de Altman resultou também na destituição de Greg Brockman do posto de presidente do grupo diretor que renunciou em solidariedade à Sam. Mira Murati, ex-diretora de tecnologia, foi nomeada CEO provisória da empresa.
Mas nada como um agitado sábado para que rumores aparecessem, indicando possível retorno triunfal de Altman como líder da OpenAI.
Entendendo melhor essa confusão
A junta que decidiu sobre a demissão de Altman é formada por membros sem ações na OpenAI, diferindo das empresas tradicionais. Ilya Sutskever, cientista-chefe na empresa, chegou a justificar em um memorando a decisão do grupo, destacando o dever estatutário de criar uma “IA geral” para o benefício humano.
Sutskever não aprofunda na suposta falta de sinceridade de Altman, apontando que a demissão não está relacionada a irregularidades financeiras ou práticas comerciais. De alguma forma, a decisão poderia estar relacionada com essa obrigação de estatuto.
Altman e Brockman lideravam o lado comercial da OpenAI, defendendo agressivas políticas de captação de recursos, enquanto Altman, publicamente a favor de regulamentações, também fazia lobby oposto nos bastidores.
Eu sei. É um pouco confuso de entender, assim como também é confuso de explicar. Mas é o que temos para hoje.
Agora, a OpenAI negocia com Altman a sua reintegração como CEO da empresa, sendo ambivalente e exigindo mudanças significativas na governança da empresa. Em uma reviravolta típica de filmes com roteiro assinado por Aaron Sorkin, ele condiciona o seu retorno à saída dos membros da junta, revelando uma possível luta de poder com Ilya Sutskever.
Quem quer Altman de volta na OpenAI?
As pessoas mais importantes nessa equação: aquelas que estão colocando dinheiro na empresa.
Investidores, especialmente a Microsoft que injetou 13 bilhões de dólares na OpenAI, pressionam por uma reversão da decisão, preocupados com a estabilidade e futuro da empresa. Há quem diga que Satya Nadella teria ficado furioso com essa decisão.
E é quase certo que os diretores da OpenAI estão considerando a sério o retorno da dupla que deixou a empresa recentemente, pois a situação financeira da empresa já é considerada bem delicada.
O plano ChatGPT Plus por US$ 20 mensais não entrega o retorno esperado pelos diretores da empresa, e perder aqueles que foram os principais responsáveis por toda a relevância da OpenAI no mundo da tecnologia é a pior notícia que a corporação pode receber.
Em caso de falha nas negociações, Altman e Brockman consideram fundar uma nova empresa de IA, levando consigo talentos da OpenAI e possíveis financiamentos. Logo, não é um exagero dizer que os dois estão em posição de vantagem, mesmo sendo teoricamente o lado mais débil dessa equação.
A incerteza paira sobre o futuro da OpenAI, com a possibilidade de mudanças significativas na liderança e estrutura da empresa. A Microsoft, como investidora relevante, atua com um papel central em toda a pressão exercida contra os diretores da empresa nesse momento. E todo o setor de tecnologia está neste momento de olho neste caso e nos próximos acontecimentos.