Andreas Gal, que foi durante sete anos chefe de tecnologia da Mozilla, voltou a comentar a cota de mercado do Firefox, tentando esclarecer seu artigo de opinião (muito criticado), onde ele garantiu que “o Firefox não ia a lugar nenhum porque o Chrome venceu a batalha dos navegadores web”.
A cota de mercado do Firefox só caiu desde que o Google Chrome se tornou a grande alternativa a um Internet Explorer que monopolizava o mercado depois de destruir o Netscape. E nos últimos anos, o navegador da Microsoft retrocedeu espetacularmente, e nem o Edge para Windows 10 ou um novo Firefox conseguiram compensar essa queda.
Hoje, o Google Chrome é executado em 6 de cada 10 PCs, e se beneficiou da queda dos demais.
Gal adotou um tom mais analítico, respondendo aos críticos que consideram imprecisos os dados de empresas como a StatCounter, e oferece dados da própria Mozilla, que revela a queda nas instalações nos PCs em 16 milhões em menos de um ano.
Gal também se pergunta por que a criação de um melhor navegador não se traduz em uma melhor cota de mercado do Firefox, e compara essa batalha com o duelo Betamax vs VHS para ilustrar que um produto superior não quer dizer melhor cota de mercado.
Gal garante que a queda de cota de mercado do Firefox “não é um problema de engenharia”. De fato, o navegador só melhora: é mais rápido, utiliza menos memória e tem multiprocesso para ganhar desempenho e estabilidade, aproveitando melhor o hardware do equipamento.
Porém, decisões como não suportar add-ons “legados” não ajudam na popularidade do software. O monopólio da Google no mercado de buscas e a posição dominante em serviços da web (Mail, Calendar, YouTube…) resultam em uma distribuição agressiva do Chrome, e não há nada que a Mozilla pode fazer nesse aspecto.
Logo, ser tão bom ou melhor que o Chrome simplesmente não importa para a maioria. O Firefox é vítima da ganância da Google em aumentar seus lucros em um mercado relativamente estancado.
Hoje, o Firefox é o navegador de 90 milhões de usuários todos os dias. Mas está destinado à extinção nos próximos dois anos, na opinião do ex-CTO da Mozilla.
Estamos nos dirigindo a uma monocultura web, monopolizada pelo Chrome. Fato.
Leia o artigo de Andreas Gal na íntegra nesse link.