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Como os bots podem “matar” a atual internet

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A presença de bots na internet tem aumentado significativamente, e os números recentes deixam bem claro qual é a dimensão do problema.

Dados de um estudo recente liderado pela empresa de cibersegurança Imperva indicando que em 2023, 49,6% do tráfego da internet foi gerado por esses elementos de software, sendo 32% considerados “maus” e responsáveis por contaminar conteúdo online.

Pensar que praticamente a metade do tráfego da web NÃO é formado por humanos gera uma perspectiva realmente preocupante, pois gera uma crise de credibilidade da informação, além de uma efetiva epidemia de desinformação no coletivo.

Pode ser alarmismo da minha parte, mas… com o passar do tempo, essa disseminação descontrolada dos bots pode resultar na “morte” da internet como conhecemos, através de uma asfixia que já começou, de forma lenta e progressiva.

 

A IA só vai piorar o cenário

O aumento de bots está relacionado ao avanço da inteligência artificial e dos grandes modelos de linguagem, que facilitou a vida de quem quer desenvolver soluções maliciosas para a internet.

Ferramentas como o ChatGPT ou Gmini tornam os bots mais sofisticados e capazes de contornar medidas de detecção como reCAPTCHAs, dificultando a identificação e remoção dessas ferramentas de software.

O resultado disso é mais do que perceptível. A proliferação de modelos de IA generativa tem facilitado a criação de deepfakes e notícias falsas, representando uma ameaça potencial para a credibilidade da informação na internet e a segurança dos usuários.

Nanhi Singh, Gerente Geral de Segurança de Aplicativos da Imperva, falou mais sobre o assunto:

“Os bots automatizados em breve ultrapassarão a proporção de tráfego de internet proveniente de humanos, mudando a maneira como as organizações abordam a construção e a proteção de seus sites e aplicativos. À medida que mais ferramentas habilitadas para IA forem introduzidas, os bots se tornarão onipresentes.”

O setor de gaming é particularmente vulnerável, com 57,2% do tráfego em 2023 gerado por bots maliciosos, seguido por empresas de telecomunicações, informática e viagens.

Curiosamente, o entretenimento teve uma proporção significativa de tráfego gerado por bots “bons”, o que indica que a maioria dos usuários (55%) está utilizando essas soluções para (por exemplo) automatizar a busca de conteúdo em filmes e séries pela internet.

 

Será que Elon Musk está certo em alguma coisa?

Recentemente, Elon Musk propôs a cobrança de uma pequena taxa para novos usuários se registrarem no X/Twitter como forma de mitigar o problema dos bots, reconhecendo a necessidade de medidas mais eficazes para lidar com essa questão.

Muitos interpretaram a ideia como uma forma de Musk capitalizar com um problemático X, questionando se essa medida realmente pode ser eficiente para mitigar os bots em médio e longo prazos.

Por outro lado, pesar no bolso pode desestimular a adoção dos bots por parte daqueles que desenvolvem soluções para prejudicar outros usuários com ferramentas maliciosas.

Afinal de contas, não faz muito sentido pagar para tentar tirar vantagem de outras pessoas.


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