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Como o tamanho da tela dos smartphones aumentou entre 2020 e 2023

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Vamos mais uma vez olhar para trás e analisar a evolução dos smartphones ao longo do tempo. Neste caso, identificar e reconhecer como a tela dos telefones mudaram de tamanho, chegando no ponto que hoje consideramos como “tela grande” no dispositivo.

Os avanços tecnológicos, a adaptação do mercado, o advento da internet e os novos hábitos de uso redefiniram a forma como interagimos com nossos gadgets diários. E não apenas nos smartphones: tablets, computadores, notebooks, wearables e outros dispositivos sentiram os efeitos das variáveis aplicadas à telefonia móvel.

Mas neste artigo, vamos falar especificamente do dispositivo de consumo mais popular, mais vendido e mais procurado por qualquer pessoa.

 

O que é um smartphone com tela grande?

Partindo de uma definição flexível, os smartphones com telas acima de 6,5 polegadas são considerados grandes neste momento. Esse padrão ganhou destaque com o lançamento vários modelos com dimensões acima deste limite estabelecido, o que deixou o dispositivo mais atraente para a visualização de conteúdos de entretenimento e jogos, mas um desafio para quem quer um telefone mais compacto.

Antes de continuar, é bom lembrar aos mais ansiosos que não vamos considerar neste artigo os telefones dobráveis com telas flexíveis, pois esse formato permite uma maior versatilidade de uso e tamanho, mas não é o objeto central deste artigo.

Aqui, queremos dar ênfase para os modelos com design tradicional ou unibody, e entender como chegamos ao ponto de carregar uma sandália Havaianas no bolso e aceitamos isso sem reclamar muito.

Até porque os smartphones tradicionais ainda dominam o mercado, representando uma esmagadora maioria das vendas – 268 milhões de unidades, contra apenas 2,1 milhões de unidades de telefones dobráveis, de acordo com os dados de Counterpoint.

 

Como esse aumento de tela se construiu

O ano de 2023 se destaca como um marco histórico nos dispositivos com tela grande, de forma até surpreendente. É de se pensar que telefones grandes já eram a maioria no mercado, mas isso só foi alcançado agora, no meio do ano.

Em julho de 2023, alcançamos um ponto de inflexão neste sentido, onde as telas de 6,5 polegadas ou mais conquistam 51% do mercado. O aumento na participação de mercado dos dispositivos com esse tamanho de tela foi de nada menos que 285% desde julho de 2020 (na época, eram apenas 10% dos dispositivos), confirmando dessa forma a mudança de preferência dos usuários.

Nos meses subsequentes, essa tendência só se confirmou. Em agosto de 2023, a aceitação de telas grandes atinge 54%, e essa porcentagem sobe de forma progressiva, confirmando que, para a maioria, tamanho é sim documento.

Essa transformação é global, tal e como mostra os dados analisados pela Canalys. Em 2018, apenas 2% dos smartphones vendidos em todo o mundo contavam com telas grandes. Desde então, essa porcentagem só subiu, alcançando 76% no primeiro semestre de 2023.

 

As consequências dessa mudança

O aumento no tamanho das telas dos smartphones entrega implicações significativas para os consumidores e para a indústria de tecnologia como um todo.

As telas grandes deixaram de ser um luxo reservado para modelos top de linha, alcançando todas as faixas de preços graças aos avanços na cadeia de suprimentos e a maior eficiência na produção, reduzindo os custos para os fabricantes. Isso permitiu que até mesmo os telefones de entrada recebessem telas de grandes dimensões.

Essa democratização das telas grandes traz benefícios tangíveis para os usuários. Agora, pessoas com orçamentos mais modestos podem desfrutar de dispositivos com telas expansivas, permitindo uma experiência mais envolvente em tarefas profissionais e momentos de entretenimento.

A era das telas pequenas como sinônimo de preços mais acessíveis ficou para trás, está cedendo espaço a um novo paradigma onde o tamanho não é mais um fator restritivo ou proibitivo nos aspectos econômicos.

Por trás desse movimento está (obviamente) uma mudança nos hábitos digitais dos consumidores. Ao longo da última década, testemunhamos uma transição significativa sobre a forma em como utilizamos o smartphone, que deixou de ser um dispositivo focado na produtividade corporativa para ser um produto também pensado na conectividade e entretenimento.

Streaming, chamadas de vídeo, um dispositivo para fotografia de qualidade e navegação na internet se tornaram as prioridades da maioria dos usuários, o que naturalmente impulsionou a preferência por telas maiores.

Essa mudança, que foi acelerada durante o período da maior crise sanitária global dos últimos 100 anos e o aumento do trabalho remoto, reflete um consumidor mais orientado para o multitarefa. E o smartphone precisou se adaptar a tudo isso para atender melhor a esses consumidores.

 

Os problemas em usar um smartphone enorme

É claro que toda mudança de comportamento oferece efeitos colaterais. E no caso dos dispositivos com grandes telas, quem sofre é aquele usuário que tem mãos pequenas.

Quem gostava de utilizar o telefone com apenas uma das mãos fica com poucas opções, e smartphones mais compactos estão se tornando uma raridade cada vez mais cara. Exemplos notáveis podem ser encontrados no mercado, como o iPhone 15, o Samsung Galaxy S23, o Zenfone 10 e alguns lançamentos da Sony (que fugiu do Brasil).

Para ter uma ideia do quão forte foi essa mudança, metade dos smartphones comercializados em 2018 contavam com telas ABAIXO DAS 6 POLEGADAS. Hoje, essa dimensão de tela nos telefones é extremamente nichada e mais difícil de ser encontrada.

Apesar disso, especialistas indicam que os dispositivos compactos não estão à beira da extinção, mesmo com todas as evidências apontando para isso. Ainda existe uma demanda sustentável para os smartphones pequenos, com consumidores que valorizam a portabilidade e designs leves.

E esses poucos usuários podem garantir que os telefones compactos não desapareçam tão cedo.

 

Até onde isso vai?

Até onde as telas dos smartphones podem crescer?

Os especialistas são unânimes em afirmar que há sinais claros de que o aumento das dimensões de tela nos smartphones está desacelerando, já que nos últimos dois anos o tamanho das telas estagnou na maioria dos mercados.

Motivos para essa desaceleração acontecer não faltam. As limitações físicas, como o tamanho dos bolsos nas calças que não muda e o tamanho das mãos das pessoas que biologicamente não vão crescer mais impõem restrições naturais ao crescimento das telas dos smartphones.

Alguns especialistas afirmam que 6,8 polegadas é o máximo viável para os dispositivos tradicionais, considerando a dificuldade de segurar e usar um telefone com tela maior.

Nesse contexto, o futuro dos usuários que buscam telas ainda maiores é mesmo os telefones dobráveis, mais especificamente os modelos do tipo livro, como o Galaxy ZFold. Esse tipo de design oferece uma tela interna comparável à de um tablet pequeno, mas que ainda cabe no bolso quando dobrado.

A febre por telas grandes não mostra sinais de cansaço. Pelo contrário: com o aumento do consumo de mídia em dispositivos e a influência das redes sociais, a importância de telas maiores e maior capacidade de armazenamento continuará crescendo com o passar do tempo.

Dessa forma, a tendência de momento aponta para um domínio contínuo dos smartphones com telas de grandes dimensões, o que pode causar uma enorme preocupação para os amantes de telefones compactos.

O mais importante de tudo isso é que só agora o mercado absorveu os telefones com grandes telas como a maioria dos dispositivos comercializados, moldando a estética dos dispositivos e a forma como interagimos com eles.

Sinal dos tempos. Este foi o caminho da evolução da tecnologia móvel.


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