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ChatGPT: sem hype, sem dinheiro?

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O hype do ChatGPT… acabou?

A OpenAI está enfrentando uma encruzilhada de proporções épicas. O ChatGPT segue evoluindo, mas o seu progresso exige investimentos elevados, ao mesmo tempo que o seu chatbot é lentamente abandonado pelo grande público.

Os avanços do ChatGPT foram notáveis (mesmo com as acusações da plataforma “ficar mais burra” nos últimos meses), mas os custos descomunais e os lucros escassos estão lançando sombras de incerteza sobre o horizonte da OpenAI. A competição voraz, agora mais intensa do que nunca, e as questões nebulosas que pairam sobre o futuro da empresa criam neste momento o cenário de tempestade.

 

É muito dinheiro para manter o ChatGPT de pé

O ChatGPT pode ser muito útil em larga escala, mas suas estatísticas financeira sombrias não podem ser ignoradas.

De acordo com informações da Analytics India, a OpenAI desembolsa nada menos que 700 mil dólares diários para manter o ChatGPT em pleno funcionamento. O que mantém a empresa em pé (por enquanto) é o suporte financeiro robusto da Microsoft, na ordem de 10 bilhões de dólares.

E eu me pergunto: por quanto tempo Satya Nadella vai seguir perdendo dinheiro em uma plataforma que só dá como retorno ressuscitar o Bing na briga dentro do segmento de buscas na internet?

Até que a Microsoft compre a OpenAI de vez (talvez)?

Fato é que o ChatGPT tem lutado para gerar receitas suficientes que respaldem as operações da OpenAI. Mesmo com lançamentos recentes como o GPT-4 e planejamento para o GPT-5, o caminho para um lucro substancial tem se mostrado tortuoso.

Para piorar a situação, a base de usuários, que antes era considerável, tem minguado nos últimos meses, uma tendência dolorosa que não pode ser ignorada. Não é difícil concluir que o número de usuários dispostos a investir no ChatGPTPlus é cada vez menor, e a conta fica cada vez mais difícil de fechar para a OpenAI.

 

As pessoas estão abandonando o ChatGPT

A avalanche de usuários que frequentam o site do ChatGPT testemunhou uma queda de 12% em julho de 2023, comparado com o mês de junho. É uma redução de 1.700 milhões para 1.500 milhões.

As razões para esse declínio são múltiplas e complexas, e podem até passar pelas férias escolares ao redor do planeta. Afinal de contas, muitos estudantes estão utilizando o ChatGPT para as atividades escolares revelando preocupações entre os educadores sobre a tendência de os alunos utilizarem o chatbot como uma espécie de “cola moderna”. Mas isso é tópico para outro artigo.

A grande preocupação da OpenAI está mesmo no uso do GPT-4, o motor por trás do ChatGPT Plus, tanto nas suas capacidades crescentemente questionáveis (pois é essa a versão que está ficando “cada vez mais burra com o passar do tempo”). Esse pode ser o principal motivo para essa desaceleração abrupta no seu uso.

Outro fator que pode influenciar no abandono do ChatGPT é o uso das APIs das IAs disponíveis no mercado.

A OpenAI enfrenta uma concorrência aguerrida de modelos de linguagem de código aberto. Por exemplo, o LLaMA 2 oferece a liberdade de adaptação e personalização de sua API para que outras plataformas a adaptem para um uso mais personalizado.

Essa flexibilidade tem conferido vantagens consideráveis a esses modelos, que podem ser moldados para atender a casos e cenários específicos. E tal característica é totalmente contrastante com as versões mais restritas da API oferecida pela OpenAI.

 

Um contraste intrigante

No epicentro de tudo isso está Sam Altman, o cofundador e diretor executivo da OpenAI. Altman expressou de forma sagaz apreensões quanto aos riscos da IA sem regulamentação adequada. Ele adverte que a inteligência artificial, se deixada sem controle, poderia redundar em perda de empregos e dilemas éticos.

Altman advoga de forma sensata pelo controle no uso das IAs, mesmo que isso represente um prejuízo imediato para o ChatGPT. Algo que já está acontecendo: as perdas financeiras desde o lançamento do seu chatbot já somam 540 milhões de dólares.

Essa quantia de dinheiro pode até parecer dinheiro de pinga para uma gigante como a Microsoft. Mas uma hora essa garrafa vai encher, e nem Nadella, nem Altman vão conseguir consumir tanta bebida de uma única vez.

O futuro da OpenAI é incerto. O investimento de 10 bilhões de dólares da Microsoft e outros empreendimentos de capital de risco podem ter proporcionado um alívio momentâneo, mas as projeções financeiras – com a meta ambiciosa de atingir 200 milhões em receitas anuais em 2023 e mirar 1 bilhão em 2024 – parecem cada vez mais como um sonho distante e inatingível.

Uma hora o dinheiro da Microsoft vai acabar. E se o ChatGPTPlus seguir abandonado nos próximos meses, é bem possível que Altman vá até Nadella para entregar a OpenAI de bandeja para a gigante de Redmond. Isso é, se o próprio Altman quiser manter essa aventura no campo de Inteligência Artificial.

Entre as estratégias potenciais para a OpenAI, uma Oferta Pública Inicial (OPI) surge como uma alternativa, capaz de atrair o interesse de gigantes da tecnologia em busca de uma aquisição atrativa. No entanto, a concorrência está de olho a esse movimento.

Elon Musk, com sua mais recente empreitada na inteligência artificial, a X.AI, lidera o batalhão de choque contra a OpenAI, enquanto gigantes tecnológicos como Google e a Meta disputam o trono metafórico que hoje é ocupado por uma empresa que ainda é a força dominante no campo da IA.

Mas o mundo é movido pelo dinheiro. E Sam Altman sabe muito bem disso.

E sem dinheiro… sem trono. Simples assim.


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