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CEO do Twitter quer descentralizar o Twitter. O que isso quer dizer?

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Jack Dorsey, CEO do Twitter (@jack) anunciou que a sua empresa “estava financiando um pequeno time independente”, liderado pelo CTO da companhia, Parag Agrawal, com até cinco desenvolvedores de código aberto, engenheiros e designers, que vão criar um padrão aberto e descentralizado para as redes sociais, onde o Twitter pode se transformar um cliente desse padrão.

Vamos entender o que Jack Dorsey quer dizer.

Hoje, existem algumas tecnologias que permitem a existência de inúmeras plataformas e apps de gerenciamento, mas também servidores de diferentes proprietários que podem interagir entre si.

Porém, o Twitter não é assim: todo cliente da plataforma precisa passar pela API proprietária da empresa (que precisa ser paga para ser utilizada, na maioria dos casos). Ou seja, os usuários do Twitter.com só podem interagir com outros usuários do Twitter.com.

O que Dorsey pretende é que, no futuro, isso deixe de ser assim.

 

 

Um Twitter que ainda pode ser

 

 

No começo, o Twitter era tão aberto, que muitos viram o potencial para que a rede social se transformasse em um padrão descentralizado de internet. Por uma série de motivos, a empresa tomou outro caminho, centralizando esta plataforma.

Porém, muita coisa mudou nos últimos anos, na opinião de Dorsey:

1. A gestão centralizada dificulta a fazer frente contra os abusos, assédios e informações falsas, sem que essas sejam encaradas como uma carga excessiva para as pessoas responsáveis por isso.

2. O valor das redes sociais está se perdendo no que se refere a sua capacidade para alojar e suprimir conteúdos, com os algoritmos de recomendação influenciando demais sobre a autonomia do usuário.

3. Os atuais incentivos das redes sociais fomentam a geração de conteúdos polêmicos, deixando de lado os conteúdos que promovem o debate saudável.

4. Nos últimos tempos, novas tecnologias reivindicam as vantagens das soluções descentralizadas, como o Torrent e o Blockchain.

 

 

Para Dorsey, o futuro o Twitter passa pelo crescimento de um padrão descentralizado já existente, ou pela criação de um novo padrão, do zero.

Seja como for, a ideia é construir uma comunidade aberta em torno de si mesma, incluindo empresas e organizações, pesquisadores, líderes da sociedade civil e outros que queiram se envolver na iniciativa. Este é um projeto a longo prazo, com muitos anos de desenvolvimento de um padrão sólido, escalável e utilizável nas redes sociais. E, quando tudo isso ficar pronto, o Twitter deve ser muito mais inovador do que foi no passado.

 

 

Alguns usuários lembraram à Dorsey que não é necessário “reinventar a roda”, pois já existem alternativas que fazem isso de forma competente, como o protocolo ActivityHub, do qual participam soluções descentralizadas que já estão em uso, como são os casos do Mastodon e do GNUsocial, e que em breve outras redes sociais vão ingressar, como por exemplo a Diaspora.

Diante disso, o CEO do Twitter apenas reiterou que será o time que está recebendo o apoio financeiro que vai decidir se a rede social vai abraçar tais opções ou se vão desenvolver um novo protocolo.

Se o Twitter realmente levar o projeto adiante, vai ter que enfrentar diversos obstáculos pelo caminho. Nem todos os usuários da rede social descentralizada estarão sob o seu controle absoluto, já que podem estar em instâncias diferentes, que podem ter normas diferentes. Como é o exemplo do próprio Mastodon, já mencionado nesse artigo. Outra rede social que propõe um modelo similar é a Scuttlebutt, apesar de se valer do P2P e do Gossip Protocol.

 


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