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‘Barbenheimer’: Hollywood agradece por isso

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Um fenômeno aspiracional vai dominar os cinemas de todo o planeta a partir de hoje (19): a união improvável de duas produções cinematográficas completamente díspares, “Barbie” e “Oppenheimer”. Dessa fusão digna de Dragonball nasceu o termo ‘Barbenheimer’, que será o objeto de estudo deste artigo.

Os fãs, assim como a indústria, devem presenciar o sucesso não de um filme em específico, mas de uma união inusitada. São duas histórias completamente diferentes, mas que em comum são consideradas duas das grandes apostas para a temporada cinematográfica e futuras premiações.

E o melhor de tudo? Os dois filmes chegam aos cinemas no mesmo dia, exigindo que os espectadores compareçam para assistir a ambos. E a partir de agora, vamos entender melhor o que o ‘Barbenheimer’ pode fazer por nós, fãs de cinema, e para a indústria como um todo.

 

Separados por conceito, unidos por várias outras coisas

À primeira vista, “Barbie” e “Oppenheimer” parecem ser filmes completamente diferentes. Mas os fãs e especialistas perceberam que eles compartilham mais semelhanças do que aparentam.

Ambos contam com nomes proeminentes nos bastidores, começando pelos diretores Christopher Nolan (“Interstellar”, “Tenet”) e Greta Gerwig (“Adoráveis Mulheres”, “Lady Bird”). Além disso, seus elencos são repletos de estrelas e suas equipes técnicas incluem renomados profissionais, como os diretores de fotografia Hoyte Van Hoytema (colaborador frequente nos projetos de Nolan) e Rodrigo Prieto (“Brokeback Mountain”, “O Lobo de Wall Street”).

Nas produtoras, uma curiosa coincidência une os dois filmes. Ambos são parcialmente financiados por pequenas produtoras nas quais estão envolvidos nomes ligados às respectivas produções.

A Syncopy Inc., propriedade de Nolan e sua esposa, Emma Thomas, está por trás de “Oppenheimer”, enquanto a LuckyChap, propriedade de Margot Robbie e seu marido Tom Ackerley, está envolvida com “Barbie”.

 

A decisão de Nolan que turbinou o ‘Barbenheimer’

Universal e Warner são as principais distribuidoras dos filmes, sublinhando a intrincada história por trás desse confronto cinematográfico que, de forma simpática e bem-humorada, recebeu o nome ‘Barbenheimer’.

Aqui, Nolan é uma peça-chave nessa trama construída pela cultura pop.

O renomado diretor tem uma longa história de parceria com a Warner, tendo dirigido todos os seus filmes anteriores com essa produtora, incluindo a trilogia do Batman. No entanto, devido a desentendimentos relacionados à distribuição de seu último filme, “Tenet”, ele decidiu partir para a Universal.

Essa mudança deu a Nolan carta branca para dirigir “Oppenheimer” e é isso que confere um significado peculiar a esse embate entre as duas produtoras.

Por outro lado, “Barbie” deixa claro que se esquiva desse embate de bastidores entre Nolan e a Warner. O filme protagonizado por Margot Robbie é aparentemente leve, zombando de tudo e de todos (inclusive da própria Mattel) em seus trailers, parodiando “2001: Uma Odisseia no Espaço” de Kubrick, mas sem deixar de lado os discursos importantes que quer apresentar para o grande público.

Muitos especialistas afirmam que o filme dirigido por Greta Gerwig é surpreendente e elegível para as principais premiações da temporada, justamente por sua profundidade narrativa em contraste de sua superficial casualidade.

 

Não é a primeira vez que dois grandes filmes se enfrentam

É interessante observar que esse não é o primeiro nem o único confronto desse tipo nas salas de cinema.

Em 18 de julho de 2008, “Mamma Mia!” e “Batman: O Cavaleiro das Trevas” estrearam simultaneamente, trazendo à memória algumas semelhanças com o embate “Barbenheimer”, mas sem receber um nome shippado, tal e como acontece em 2023. E os dois filmes foram grandes sucessos de bilheteria.

A história do cinema também está repleta de duelos cinematográficos, quase coincidentes no tempo, que formam programas duplos delirantes, como dois filmes sobre Robin Hood, dois filmes sobre meteoritos colidindo com a Terra, dois filmes sobre Cristóvão Colombo, entre outros.

A grande diferença é que ‘Barbenheimer’ está acontecendo em um momento em que o cinema vive uma de suas maiores crises de sua história (se não for a maior). Logo, os executivos da Universal e da Warner guardam dentro de si uma espécie de ansiedade combinada com o medo dos dois filmes fracassarem nas bilheterias, por entenderem que um filme pode canibalizar o outro na tentativa de atrair o público.

 

‘Barbenheimer’, uma criação dos fãs que pode salvar os dois filmes

Apesar de não haver um plano definido, essa estratégia de shippar os dois filmes que nasceu com os fãs de cinema, mas apoiada silenciosamente pelas produtoras que conhecem seus próprios interesses, pode resultar em resultados positivos nas bilheterias.

A maior rede de cinemas dos Estados Unidos, a AMC Theatres, relatou que 40.000 pessoas já adquiriram ingressos para assistir a “Barbie” e “Oppenheimer” no mesmo dia. Inclusive os próprios atores dos dois filmes não tiveram problemas em promover ambas as produções, como Cillian Murphy, Margot Robbie e Gerwig, que divulgaram os filmes através das redes sociais, com fotos de ingressos para as duas sessões de projeção dos longas.

A internet não ficou de fora dessa disputa cinematográfica e rapidamente absorveu o movimento, gerando uma enxurrada de memes que combinam ambas as produções. Surgiram pôsteres divertidos e trailers que brincam com cenas dos dois filmes, além de diversas discussões nas redes sociais sobre qual filme assistir primeiro, o de Nolan ou o de Gerwig.

No final das contas, o que permanecerá desse fenômeno é a incerteza se essa estratégia multiplicará ou dividirá a bilheteria.

O confronto entre “Barbie” e “Oppenheimer” promete ser uma experiência única para os fãs de cinema. A batalha nas telonas vai além das expectativas habituais, com duas produções tão diferentes competindo pelo público e dividindo opiniões.

De qualquer forma, esse não deixa de ser um fenômeno curioso para uma indústria que precisava de um barulho como esse para ter algum tipo de notícia positiva para se destacar. Com a greve dos roteiristas e dos atores em curso, ter dois grandes filmes estreando, com a audiência se envolvendo com as duas produções nas redes sociais, era tudo o que Universal e Warner queriam.

Nem parece que o cinema está vivendo uma crise gigantesca. O ‘Barbenheimer’ é uma guerra que Hollywood está agradecendo por acontecer neste momento.


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