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YouTube agora é coisa de TV

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Historicamente associado ao consumo de vídeos rápidos em dispositivos móveis, o YouTube está passando por uma transformação estratégica que o coloca no centro da experiência televisiva.

Nos Estados Unidos, a migração dos espectadores para as smart TVs revela uma mudança nos hábitos de consumo, refletindo a busca por uma experiência mais imersiva e confortável. Chega de ficar deitado na cama, segurando o smartphone por horas e correndo o risco de ter um telefone na cara por causa do cansaço.

A transição sugere que o público está cada vez mais disposto a aproveitar conteúdos em tela grande, o que exige das plataformas uma adaptação na forma de entrega e na qualidade do serviço ofertado, marcando o início de uma nova era digital.

Como o mesmo comportamento é detectado no Brasil (e, muito provavelmente, pelos mesmos motivos), entendo que vale a pena conversar um pouco sobre isso.

 

Números que redefinem o cenário

A impressionante marca de mais de 1 bilhão de horas assistidas por dia nas smart TVs norte-americanas coloca o YouTube como protagonista no universo do streaming.

Isso não é pouca coisa: é mais do que qualquer outra plataforma, incluindo a (até então hegemônica) Netflix, que é o parâmetro no setor nos principais mercados.

A crescente popularidade do YouTube na TV reflete uma mudança nas preferências dos consumidores. Nos Estados Unidos, o tempo de visualização da plataforma em TVs aumentou mais de 90% em um ano, com mais de 100 milhões de pessoas utilizando as grandes telas para acessar o serviço.

No Brasil, cerca de 40 milhões de pessoas assistem ao YouTube em suas TVs, com um crescimento notável de 120% no tempo de exibição.

Esses dados não apenas comprovam o sucesso da plataforma, mas também indicam uma mudança paradigmática no consumo audiovisual.

A quantidade expressiva de tempo dedicada à visualização de vídeos na telona demonstra que o YouTube ultrapassou a barreira do conteúdo curto e casual, consolidando-se como um espaço robusto e diversificado que compete diretamente com as tradicionais emissoras de televisão.

Tudo bem, precisamos colocar na equação o fato de o YouTube ser uma plataforma gratuita (e, por isso, lotada de publicidade irritante).

Mesmo assim: alguém algum dia imaginou que o YouTube seria tão consumido em uma TV como é hoje, principalmente entre os grupos etários mais novos (sim, eu ainda vou chegar nesse tópico)?

 

A diversidade de conteúdos e formatos

O que antes era associado a vídeos de humor e tutoriais ganhou novas dimensões na tela grande, onde a variedade de gêneros se expande para incluir esportes ao vivo, podcasts, talk shows, séries, eventos especiais, além dos populares shorts e transmissões ao vivo.

A diversificação permite que a plataforma atenda a um público com interesses amplos e variados, transformando o YouTube em um hub de entretenimento multifacetado.

Além da visualização de vídeos, o YouTube se tornou a plataforma favorita para podcasts nos EUA. Seu CEO, Neal Mohan, afirmou recentemente que a combinação de vídeo e áudio enriquece a experiência do ouvinte, permitindo uma conexão mais profunda com os apresentadores.

Essa evolução não só amplia o alcance da audiência, como também reforça a capacidade da plataforma de se adaptar e inovar diante de um mercado cada vez mais competitivo.

Quando o conteúdo conversa com diferentes públicos, é mais do que natural que a plataforma acabe ganhando audiência, principalmente em dispositivos maiores.

Dá até para imaginar que algumas pessoas que não mais contavam com TV em casa estão repensando a decisão, apenas e tão somente por causa do YouTube.

E isso não é um exagero.

 

A sinergia entre telas

Embora o protagonismo agora recaia sobre as smart TVs, os dispositivos móveis continuam desempenhando um papel importante na estratégia de crescimento do YouTube, mas agora atuando como uma segunda tela interativa.

Dessa forma, os espectadores podem utilizar os smartphones ou tablets para comentar, interagir em tempo real e até realizar compras relacionadas ao conteúdo dos vídeos exibidos pelas telas da TV.

A integração tecnológica entre diferentes dispositivos enriquece a experiência do usuário, abrindo novas possibilidades para estratégias de marketing e monetização.

A migração do consumo do YouTube para a TV é uma vantagem bem interessante neste aspecto para criadores de conteúdo e para a própria plataforma como um todo.

Enquanto a TV era ignorada por esse público, um possível ativo ficava “inativo”. Antes, o uso do smartphone era para ver os vídeos. E era difícil abandonar o YouTube para ir ao e-commerce relacionado ao item apresentado pelo influenciador de conteúdo para comprar o item.

Agora, dá para fazer os dois. Tudo, ao mesmo tempo.

Atento às tendências de consumo e às demandas de um público cada vez mais exigente, o YouTube tem investido em inovações que aprimoram a experiência na smart TV.

Entre as novidades que estão sendo testadas, destacam-se anúncios interativos com QR codes, que facilitam compras e interações instantâneas, e o recurso “Watch With”, que permitirá que criadores de conteúdo comentem e reagem ao vivo durante eventos esportivos, promovendo uma interação dinâmica com os espectadores.

Além disso, melhorias na plataforma YouTube TV e vantagens exclusivas para assinantes do YouTube Premium reforçam o compromisso da empresa em se posicionar como um dos grandes nomes do streaming global, adaptando-se continuamente às novas tendências e necessidades do mercado.

Te cuida, Netflix. O YouTube pode ser uma incômoda pedra no seu sapato para os próximos anos.

 

Via Blog YouTube


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