O Yahoo! espionou secretamente os e-mails de dezenas de milhões de seus usuários, informando os mesmos para as agências de inteligência norte-americanas.
A informação pode acabar com a credibilidade daquela que um dia foi uma das gigantes da internet. A denúncia é que a Yahoo! teria criado um software específico para espionar as contas do Yahoo! Mail e buscar informações específicas solicitadas pela NSA e FBI, sob uma petição secreta expressa do governo norte-americano.
Se até agora as tecnologias vinham obrigadas a examinar e-mails armazenados ou analisar uma pequena quantidade de contas em tempo real em caso específicos (terrorismo e outros), este é o primeiro caso conhecido de uma gigante de tecnologia que aceitou uma solicitação de uma agência de inteligência e espionou de forma massiva os e-mails de todos os usuários.
A informação foi concedida por três ex-funcionários do Yahoo!, que explicam que a decisão de obedecer a agência governamental veio da CEO da empresa, Marissa Mayer.
Isso irritou outros executivos de alto escalão por ter que manipular o seu próprio software de segurança em junho de 2015. Isso rendeu a demissão do chefe de segurança da informação do Yahoo!, Alex Stamos, que agora trabalha no Facebook.
O Yahoo! não nega a espionagem
A empresa admitiu a culpa, dizendo que “cumpre as leis dos Estados Unidos”. E essa é praticamente a última pá de cal em cima de uma das gigantes da internet, que recentemente teve a violação dos seus servidores em 2014 revelada, comprometendo 500 milhões de contas do usuário.
Google e Microosoft foram consultadas sobre o caso, e negaram rotundamente terem participado dessas manobras.
PRISM
Em 2013, foi revelado pelo The Washington Post um relatório secreto sobre o PRISM, um programa da NSA para conectar-se aos servidores centrais das gigantes de tecnologia do planeta, e espionar sem controle judicial todos os tipos de dados pessoais e confidenciais de milhões de usuários.
A monitoração massiva pelo PRISM contemplava o acesso aos servidores centrais de nove gigantes de tecnologia norte-americanas: Microsoft, Yahoo, Google, Facebook, PalTalk, AOL, Skype, YouTube e Apple. O programa foi criado em 2007 durante o mandato de George W. Bush e teve continuidade durante a gestão de Barack Obama.
As empresas citadas negaram a participação voluntária desse programa. A Google garante jamais ter aprovado semelhante acesso aos dados dos usuários.
Diante da denúncia sobre o Yahoo!, concluímos que há muito o que as gigantes de tecnologia precisam fazer para que um usuário se sinta seguro para que a confiança dos seus dados fiquem a salvo. Começando pela própria empresa que tem que proteger seus dados.
Via Reuters