Quem acompanha essa plataforma regularmente já me viu falando sobre Xiaomi, Redmi e POCO dentro de um mesmo contexto. Alguns acharam que eu estou louco por causa disso. Já outros entenderam perfeitamente que eu tomo Rivotril de vez em quando e, por causa disso, confundo as marcas.
E tem você, que sabe muito bem que eu estou falando a coisa certa.
Eu sei que tem muitas pessoas que estão caindo aqui de paraquedas, e não são tão familiarizadas com o mundo da tecnologia. Por isso, vale a pena de temos em tempos explicar de forma bem didática algumas coisas que considero importantes e interessantes.
E dessa vez, prometo que vou resolver de uma vez por todas esse ninho de Mafagafo das marcas de tecnologia chinesas, mostrando quem é quem nessa história.
Do começo (e não do meio, como um filme do Tarantino)
Xiaomi, Redmi e POCO são marcas de smartphones pertencentes à mesma empresa, a Xiaomi. Hoje, essa marca oferece não apenas mas smartphones, mas uma ampla gama de produtos que cobrem todas as faixas de preços possíveis e imagináveis. Mas os produtos que vão receber um destaque maior sempre são (obviamente) os telefones com configurações top de linha com preços agressivos.
E só digo que são agressivos, porque não posso chamar de acessíveis. O tempo em que a Xiaomi escandalizava o mundo vendendo smartphones com preços apelativos e configurações dos sonhos de qualquer fã de tecnologia ficou para trás. Mas é possível ver telefones da marca que são excelentes custando menos caro que os telefones da concorrência.
De qualquer forma, a rápida evolução da tecnologia no mundo dos smartphones é um ótimo incentivo para que os usuários procurem opções atraentes e acessíveis sem abrir mão da qualidade e do desempenho, e essas três marcas oferecem exatamente isso, mas cada uma com diferentes características.
Xiaomi
Como eu disse um pouco antes (e se você não prestou atenção nisso, deveria), a Xiaomi é a empresa-mãe que une as outras duas sob seu selo. Ela é conhecida por seu amplo catálogo de itens tecnológicos inteligentes de todos os tipos, indo de smartphones até gadgets sexuais e, é claro, cuecas transparentes.
Seus telefones são populares por entregarem uma excelente relação custo-benefício, com recursos e especificações que rivalizam com outros aparelhos de última geração de marcas mundialmente populares, mas cobrando um preço muito mais acessível.
A marca chegou a ter Mi Fãs ao redor do mundo (acho que ainda tem até hoje), que ficaram conhecidos aqui no Brasil por afirmarem de forma categórica que os telefones da Xiaomi “colocam o iPhone para mamar”, de forma jocosa e descontraída.
Não que seja exatamente esse o caso, mas podemos dizer que no quesito preço (que é o que realmente importa para muita gente), a Xiaomi conseguiu conquistar os corações e os bolsos de muitos ao longo dos últimos dez anos.
Redmi
A Redmi nasceu como uma família de smartphones de linha média e de entrada da Xiaomi, que se transformou em marca própria, com telefones que mantém essa característica de especificações.
Seus telefones sempre procuram entregar um equilíbrio entre preço e desempenho, e normalmente conseguem com uma competência até admirável. Hoje até conta com telefones com detalhes típicos dos modelos mais caros, como por exemplo tela AMOLED com taxa de atualização de 120 Hz ou recarga rápida de 120W. Mas diferente da Xiaomi, não abraçou de vez os modelos mais caros em nome do lucro, felizmente.
Dessa forma, a Redmi está garantindo a sua enorme popularidade nos últimos anos, se tornando uma das marcas queridinhas entre os consumidores brasileiros que não contam com tanto dinheiro no bolso para investir nos telefones da marca principal.
POCO
A POCO é a marca mais recente das três, e sempre atuou como uma das marcas proprietárias da Xiaomi.
Seus telefones sempre se destacaram por oferecerem excelentes especificações técnicas com preços acessíveis, se tornando uma espécie de mistura entre Xiaomi e Redmi ao mesmo tempo, mas em alguns casos com alguns dos seus modelos atuando como rebatizados dos dispositivos da Redmi para serem lançados no mercado internacional.
A POCO consegue ser ainda mais popular que a Redmi no Brasil, e desde o seu primeiro telefone, o Pocophone F1, chegou chutando bundas. Até hoje os telefones dessa marca são muito procurados e defendidos pelos usuários. E não é para menos: os seus preços são absurdamente baixos, e a concorrência não tem muita chance diante dessa relação custo-benefício apelativa.
As similaridades e as diferenças
Apesar das diferenças existirem entre os produtos das marcas, a principal semelhança que Xiaomi, Redmi e POCO compartilham é a presença da capa de personalização MIUI desenvolvida pela Xiaomi em todos os telefones. Isso permite que os usuários tenham a mesma experiência de usuário, independentemente de ser um dispositivo Xiaomi de última geração ou um smartphone Redmi mais acessível.
Isso facilita a vida daqueles que pretendem trocar de smartphone um dia, pois elimina o medo de utilizar um dispositivo com outra interface Android. Sem falar que aumentam as chances da Xiaomi em manter esse usuário no seu ecossistema.
No entanto, o POCO emprega uma versão personalizada do MIUI chamada MIUI for POCO, que se concentra na otimização de velocidade e desempenho. Dessa forma, a estética e as funções que os smartphones Xiaomi e Redmi incorporam estão mantidas, mas oferecendo recursos adicionais e diferenças pontuais na proposta de software.
De qualquer forma, podemos garantir que a experiência é bastante semelhante em todos eles.
A expansão da Xiaomi para o mercado global foi um sucesso (e é até hoje), o que fez dessa marca uma das mais populares em todo o planeta, e em diferentes mercados de tecnologia, não se restringindo ao mundo dos smartphones. A estratégia de oferecer produtos muito competentes nos aspectos técnicos a preços acessíveis tem sido fundamental para o sucesso de Xiaomi, Redmi e POCO, assim como a experiência de uso através de uma interface Android unificada e uma campanha de marketing muito eficiente.
Para muitos, a Xiaomi é a grande menina dos olhos do mundo da tecnologia, e entender as diferenças entre as três marcas ajuda também a dimensionar os motivos de todo esse sucesso.