A Xiaomi é mestre em deixar os consumidores brasileiros com aquela sensação de estar no meio de um labirinto, um tanto quanto perdidos, e deixando mais perguntas do que respostas em alguns dos seus lançamentos por aqui.
E dessa vez, não foi diferente. A gigante chinesa trouxe ao Brasil os celulares Poco X7 e Poco X7 Pro, além de homologar o Redmi Note 14 Pro 5G, mas, claro, com aquele toque de mistério que, a essa altura do campeonato e em um mundo globalizado, considero desnecessário.
Os produtos estão com os seus preços revelados por aqui, e entendo que vale a pena conversar um pouco sobre isso, pois sei que existem muitos brasileiros interessados nesses smartphones.
Mesmo que eles custem um pouco mais caros que o desejado.
Os preços dos novos smartphones da Xiaomi no Brasil
Comecemos pelo Poco X7, o “irmão caçula” que já chegou homologado pela Anatel.
Equipado com o MediaTek Dimensity 7300 Ultra, ele ostenta uma tela AMOLED de 6,67 polegadas, 120 Hz e brilho máximo de 3.000 nits.
Com duas opções de RAM (8 GB e 12 GB) e armazenamento que vai até 512 GB, ele é o típico exemplo de “bom, bonito e… quase barato”.
Seu preço inicial sugerido é R$ 3.499,99, um valor que fará sua carteira suar, mas ao menos você terá uma câmera principal de 50 MP com OIS para capturar todas as lágrimas derramadas.
O mesmo Poco X7 com 12 GB de RAM e 512 GB de armazenamento custa (obviamente) um pouco mais caro, com valor sugerido de R$ 4.199,99.
Só para você desidratar mais um pouco.
Sinceramente? Não acho que são preços tão absurdos para tudo o que os dois smartphones oferecem.
Só entendo que o público que já é cativo da Xiaomi sabe muito bem que eles estão custando BEM MAIS CAROS do que normalmente se cobra de um telefone da marca.
E, principalmente… em relação aos valores cobrados pelos mesmos telefones lá fora. Mas como temos que pagar um segundo smartphone de imposto para importar o dispositivo…
Fica “elas por elas”: com 50% de desconto, um Poco X7 8 GB + 256 GB do AliExpress custa o mesmo que comprar o produto por aqui, considerando os impostos.
Enquanto isso, o Poco X7 Pro, o “irmão rebelde”, carrega o poderoso Dimensity 8400 Ultra, além de trazer uma bateria de 6.000 mAh e um brilho de tela de 3.200 nits.
Com carregamento rápido de 90 W, você pode recarregar sua paciência junto com o celular, porque, infelizmente, ele ainda não foi homologado pela Anatel.
E, sem isso, é como ter um passaporte sem visto: você pode até sonhar com a viagem, mas não vai muito longe. Ou nesse caso, você ainda não pode comprar o modelo.
Quando for aprovado para o mercado brasileiro, o Poco X7 Pro na versão com 12 GB de RAM e 512 GB de armazenamento terá preço oficial sugerido de R$ 5.199,99.
De novo: um valor razoável, considerando a concorrência que ele tem e os componentes que ele entrega, mas bem mais caro do que o seu real valor via importação.
É um preço que promete fazer você questionar suas escolhas de vida enquanto contempla a possibilidade de vender um rim para comprar um celular que, em outros países, custa consideravelmente menos.
Mas, hey, ao menos você terá o HyperOS baseado no Android 15 para confortar sua alma tecnológica.
E o smartphone do Homem de Ferro?
A edição especial do Poco X7 Pro, inspirada no Homem de Ferro, conquistou os corações dos brasileiros.
Com design chamativo e especificações de cair o queixo (12 GB de RAM e 512 GB de armazenamento), ela é o sonho de qualquer nerd tecnológico… que não mora no Brasil, já que essa versão não estará disponível por aqui.
Afinal, por que facilitar se podemos adicionar uma pitada de frustração ao pacote de tragédias do brasileiro médio?
E não podemos esquecer do Redmi Note 14 Pro 5G, o terceiro personagem dessa trama. Homologado junto com o Poco X7, ele parece ter saído da mesma linha de montagem, mas com identidade secreta.
Os dois modelos são muito parecidos na proposta, mas a Xiaomi não explica de forma oficial porque fez isso.
É o clássico caso do “se parece um pato, anda como um pato, nada como um pato e se comporta como um pato… ele é um Poco ou um Redmi?”.
Essa estratégia de lançar o mesmo celular com nomes diferentes dependendo do mercado deixa qualquer consumidor com uma leve dor de cabeça e um desejo incontrolável de um café forte, só para não perder a primeira instância com esses executivos de tecnologia que tomam essas decisões de gosto duvidoso.
No final das contas, a Xiaomi continua fiel à sua essência: entregar celulares incríveis, com especificações impressionantes, e envolver tudo isso em um pacote um tanto quanto confuso, mas menos caro que Samsung e Apple oferecem em seus smartphones top de linha.
Eu sinto que até gostaria de reclamar disso, mas não posso. Sempre penso que poderia ser muito pior, de várias formas.
Até porque ninguém disse que comprar um smartphone tinha que ser algo simples. Caso contrário, este blog nem existiria, e eu não teria qualquer função útil no planeta Terra.
Agora, nos resta esperar pelas explicações da Xiaomi sobre os gêmeos Poco X7 e Redmi Note 14 Pro, separados por uma carcaça. Ou filhos do mesmo pai com diferentes mães.
E também resta aguardar o feedback de quem comprou o Poco X7 para concluir se ele é tudo isso mesmo.
Fico na torcida para que ele seja, pois olhando de longe ele é bem legal.
Via Tecnoblog