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Xiaomi, e o buraco negro que a marca alimenta

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Recentemente, eu escrevi aqui no blog sobre a dominância da Xiaomi no mercado de smartphones de linha média. Agora, quero mostrar o outro lado da moeda, em um buraco negro que a empresa construiu, e que dificilmente vai conseguir sair.

Não me entenda mal. Eu adoro os produtos da Xiaomi. É difícil não virar virar fã da empresa com uma relação custo/benefício tão vantajosa. Porém, a empresa não consegue crescer de forma sustentável, muito em parte por enviar para o mercado uma tecnologia que muitos consideram como “descartável”. E desvalorizar o investimento do consumidor é como dar um tiro no próprio pé.

Um smartphone novo a cada seis meses não é uma boa ideia. Por exemplo, as linhas Black Shark e Mi Mix são basicamente dois conceitos diferentes, mas com o mesmo hardware. E lançar novas versões logo agora, quando a Qualcomm está prestes a lançar novos processadores, é o mesmo que lançar produtos com o prazo de validade por vencer.

Um lançamento por ano em cada linha, com datas mais espaçadas, poderiam atender melhor aos diferentes segmentos. Mas não é o que acontece. Mas o problema da Xiaomi não se limita na atualização do hardware.

Já são 18 smartphones lançados pela Xiaomi em 2018, e outros dois chegarão ao mercado nos próximos dias. Ou seja, 20 telefones em 10 meses do ano. Em 2017, foram 13 produtos em 12 meses, sem contar as variantes de memória de cada um deles.

 

 

Está difícil de acompanhar esse ritmo, ainda mais com modelos que pouco se diferenciam uns dos outros. E a história conta que a estratégia não dá muito certo. É só olhar para a Samsung, e todos vão entender o que eu quero dizer.

Mas o pior é que a marca, que começou como uma empresa de software (a MIUI), deixa de lado essa atualização mais pontual de tantos dispositivos disponíveis.

Um exemplo claro de como a Xiaomi está sofrendo de ejaculação precoce: a marca lançou o Xiaomi Mi 8, Mi 8 SE e Explorer Edition. E um mês depois, lançou o Mi 8 Pro. E semanas depois, o Mi 9 Lite.

Qual o sentido disso?

Sem falar que tantos dispositivos no mercado resultam em atraso nas atualizações do Android. Sem falar nos dispositivos com Internet das Coisas, que também não recebem os novos softwares.

O presente da Xiaomi levanta dúvidas sobre a sua sustentabilidade no futuro. A prova disso é a queda das ações a cada novo lançamento de smartphone de linha média. E, por mais que a marca tenha a nossa empatia, o receio no investimento existe, porque nunca sabemos quando virá o próximo.

Espero que no futuro eu esteja errado, e a Xiaomi faça com que eu queime a minha língua. Se bem que não vejo argumentos fortes o suficiente para isso acontecer.


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