Esse problema era algo que eu mesmo já desconfiava que estava acontecendo, mas como não tem como voltar atrás em computadores que já contam com o Windows 11, se tornou mais difícil provar esse comportamento.
De qualquer forma, muitos profissionais estão realizando testes que comparam o comportamento do Windows 11 com o Windows 10, na tentativa em descobrir se vale a pena trocar uma versão por outra. E um desses testes envolve como é o comportamento dos dois sistemas operacionais na autonomia de bateria em computadores portáteis.
E as suspeitas foram confirmadas por aqueles que realizaram esse comparativo: em especificações de hardware idênticas, o Windows 11 tende a gastar mais bateria que o Windows 10, o que é péssimo para quem usa computadores portáteis todos os dias.
A diferença na autonomia de bateria é muito grande?
O site NeoWin realizou alguns testes de funcionamento com os dois sistemas operacionais em notebooks que contam com um hardware idêntico. Foram executados quatro versões do software da Microsoft:
- Windows 11 21H2 (versão original)
- Windows 11 2022 Update (versão 22H2)
- Windows 11 Dev (build 25201)
- Windows 10 (versão 21H2)
O processo de instalação em cada equipamento foi exatamente o mesmo, utilizando um simulador (PCMark10 Extended) que inclui diferentes aplicativos que emulam o comportamento de uso real (softwares de escritório, editor de fotos e vídeos, jogos, navegação, etc).
O principal objetivo dos testes foi verificar como o mesmo conjunto de software afeta a autonomia de bateria dos notebooks em diferentes versões do sistema operacional da Microsoft. E os resultados não poderiam ser mais reveladores e, ao mesmo tempo, nada positivos para o Windows 11.
Os números mostram que o desempenho no consumo de bateria do Windows 10 é melhor que do Windows 11. Em uma rotina regular de atividades simuladas, a versão anterior do sistema operacional da Microsoft sobreviveu por 18 minutos a mais em relação à versão mais recente do software.
Você até pode achar que 18 minutos pode não significar grande coisa no seu dia a dia prático, mas nos modelos que foram utilizados para os testes, representa uma porcentagem de nada menos que 11% a mais de bateria.
A seguir, os resultados em tempo de uso do software:
- Windows 11 21H2 (versão original): 2 horas 54 minutos
- Windows 11 2022 Update (versão 22H2): 3 horas 2 minutos
- Windows 11 Dev (build 25201): 3 horas 3 minutos
- Windows 10 (versão 21H2): 3 horas 12 minutos
Mas… espere… tem mais (ou, neste caso, menos)
O pessoal do site NeoWin também testou a autonomia de bateria em cada versão do sistema operacional em um cenário onde os computadores reproduziram um vídeo do YouTube a 1080p no Microsoft Edge. E, mais uma vez, os resultados são significativamente chamativos:
- Windows 11 21H2 (versão original): 4 horas 53 minutos
- Windows 11 2022 Update (versão 22H2): 4 horas 50 minutos
- Windows 11 Dev (build 25201): 4 horas 55 minutos
- Windows 10 (versão 21H2): 5 horas 24 minutos
Neste caso, a diferença de tempo de funcionamento é de nada depreciáveis 31 minutos a favor do Windows 10. De novo, pode não parecer muita coisa na teoria, mas é tempo suficiente para que muitos usuários possam terminar aquele relatório que precisa entregar com urgência no final da tarde.
No final das contas, para a maioria dos usuários, a diferença de autonomia de bateria entregue pelo Windows 11 pode não resultar em um grande impacto na experiência de uso prática. E sempre precisamos lembrar que uma nova versão de qualquer software resulta de forma inevitável em um maior consumo de recursos de hardware.
Ou seja, o Windows 11 não é um sistema operacional ruim. Pelo contrário: ele melhora a experiência do usuário em aspectos relevantes. Porém, ele vai consumir mais bateria dos notebooks, e isso pode ser algo importante para os usuários que estão trabalhando o tempo todo em mobilidade, e não podem ficar dependendo de uma tomada para serem produtivos.
Não vejo motivos para criar grandes alarmes por causa desse assunto. Mas é importante reforçar que as melhorias oferecidas pelo Windows 11 cobram um preço e, neste caso, é uma autonomia de uso um pouco menor em relação ao Windows 10.
Entendo que cabe a cada usuário colocar na mesa o que realmente vale a pena ter como prioridade na sua experiência de uso. De qualquer forma, sempre recomendo que você use a versão mais recente de qualquer sistema operacional. E neste caso, o Windows 11 oferece melhorias significativas para considerar a atualização o quanto antes.