Dois bilhões de qualquer coisa em um planeta com sete bilhões de pessoas é muita, muita coisa. Quando a gente falava que 1/7 do planeta estava no Facebook, não dava para dimensionar que outros apps ou serviços poderiam alcançar esses números.
Pois bem, melhor do que 1 bilhão de usuários é ter 2 bilhões de usuários, e é isso o que o WhatsApp tem hoje. O aplicativo de mensagens instantâneas mais utilizado no mundo levou sete anos para registrar o primeiro bilhão (2016), e quase a metade do tempo para dobrar esses números.
O próprio WhatsApp dá ênfase para o registro da marca, e destaca em como o Facebook conecta o mundo “de forma privada” (sic), fazendo alusão à criptografia de ponta a ponta, um dos recursos mais notáveis do aplicativo nos últimos anos. De forma paradoxal, essa gigantesca base de usuários não gera tanta receita assim para a plataforma, o que incomoda (e muito) ao menino Zuck.
Mas isso pode mudar em breve.
De que vale ter muitos usuários com baixa rentabilidade?
O WhatsApp destacou por várias vezes a sua ambição em “conectar o mundo de forma particular” com o seu serviço, uma mensagem que, de novo, é muito contraditória considerando todos os escândalos que o Facebook enfrentou nos últimos anos nos aspectos de privacidade.
Apesar de tudo, o WhatsApp só tem a sua posição consolidada como o aplicativo de mensagens instantâneas mais difundido e popular do mundo. Os 2 bilhões de usuário deixam superam a base de usuários do seu serviço irmão, o Facebook Messenger, e amassa com sobras os números do WeChat, QQ Mobile, Snapchat ou Telegram (juntos, eles contam com 200 milhões de usuários ativos).
Mesmo assim, os 2 bilhões não ajudam muito no campo eletrônico, com o cenário de três anos atrás se repetindo hoje. Em 2017, o WhatsApp contava com 1.2 bilhão de usuários ativos, mas não conseguia ganhar dinheiro, mesmo com planos para isso.
As iniciativas tomadas pelo Facebook na época não surtiram qualquer efeito, e nem mesmo a sua interação como ferramenta de negócios ou a ideia de inclusão de publicidade na plataforma (uma ideia que foi abandonada com relativa rapidez) surtiram efeito positivo, e o app não se tornou rentável para a empresa de Zuckerberg.
A solução para esse problema pode aparecer com a inclusão do WhatsApp como método de pagamento para bancos, serviços online e compras no comércio em geral. Este projeto está prestes a começar na Índia, e pode ser ampliado para outros países se der certo.
E, particularmente, as chances dessa iniciativa de pagamento via WhatsApp dar certo são grandes, mesmo com todas as dúvidas e incertezas sobre a segurança no aplicativo. Vale lembrar que Jeff Bezos (CEO da Amazon) teve o seu smartphone hackeado ao receber e abrir um simples vídeo no WhatsApp que escondia um malware. O que não impede que uma ameaça virtual para roubar dinheiro e dados bancários não esteja escondido através de um QR Code, código de barras ou link para pagamento enviado pela plataforma.
Mas o Facebook não pode deixar de tentar. A base de usuários do WhatsApp é enorme, e qualquer iniciativa nela bem planejada pode ser um sucesso. Mesmo porque plataformas concorrentes que são muito menores, como o WeChat e o LINE já fazem isso, mas as duas possuem uma receita muito menos perceptível.
Lembrando que apenas o Facebook possui 3 bilhões de usuários e, desses, pelo menos 2.2 bilhões acessam ou o Facebook, ou o WhatsApp, ou o Instagram pelo menos uma vez por dia.
É muita gente!
Via WhatsApp