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Você está pagando até R$ 3 mil em um smartphone

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A crise que todos nós ainda estamos enfrentando teve reflexos em todos os setores da economia, e no mercado de telefonia móvel, não seria diferente. As vendas de smartphones no Brasil simplesmente despencaram mais de 30% em relação ao desempenho alcançado no ano passado.

E você já sabe qual foi o motivo para as vendas caírem.

Só que não.

A queda nas vendas não é culpa exclusiva da crise sanitária global. Ela é a principal culpada, mas não a única. Outros fatores explicam essa queda nas vendas. E podemos dizer que, em partes, a culpa cai no colo dos próprios fabricantes.

 

 

 

Você paga mais caro, mas paga “a mesma coisa”

 

 

Eu vou explicar.

No mesmo período que as vendas no mercado de smartphones despencaram 30.7% (o segundo trimestre de 2020), a venda de dispositivos dentro da casa de preços entre R$ 2 mil e R$ 3 mil quase triplicou em comparação com o mesmo período do ano passado, com um aumento de 194%.

Quando observamos para esse segmento de produto, ele representa os modelos de linha média, pegando alguns dispositivos de linha média premium e até alguns modelos top de linha dos anos anteriores. Nos anos anteriores, esse segmento de produto custava entre R$ 1.500 e R$ 2.500.

Ou seja, você está pagando mais caro pelos dispositivos de linha média, mas continua comprando telefones intermediários, já que eles ainda são a melhor relação custo-benefício dentro do universo de produtos disponíveis.

No final das contas, o perfil do consumidor brasileiro médio não mudou. ele continua comprando um smartphone de linha média, tal e como acontece por vários anos. Só que está pagando mais caro por esse tipo de produto, o que é sempre uma má notícia.

Mas uma má notícia pode piorar, certo?

 

 

 

Smartphones de entrada ficaram mais caros

 

 

Aqui, não é só a crise sanitária global que resultou em um aumento exponencial de preços. Os fabricantes decidiram “forçar a mão” nos preços dos telefones de entrada que, em muitos casos, recebem valores muito acima das configurações entregues pelos produtos.

E não estou aqui dizendo que são dispositivos ruins. Até entendo que o segmento melhorou nas especificações técnicas, e hoje consegue entregar telefones decentes para usuários que precisam ter o básico.

Por outro lado, alguns modelos de entrada, com hardware de entrada e características típicas de telefones mais básicos, estão com preços que, na prática, passam longe de sua realidade técnica. Um smartphone de entrada custar R$ 1.499 quando poderia muito bem custar R$ 999 chega a ser algo ridículo.

Mas… espere… pode piorar ainda mais (quem disse que não seria possível?).

 

 

 

Smartphones top de linha com preços proibitivos

 

 

Os smartphones que fazem parte das categorias top de linha e premium sempre custaram caros. Na verdade, o segmento premium (criado depois dos modelos top de linha) só existe para que eles custem ainda mais caros.

O que incomoda nesse caso é ver smartphones custando a partir de R$ 6.500 e não correspondendo a uma realidade técnica que indica claramente que tais dispositivos não valem esse preço. Em alguns casos, entregam um hardware inferior à concorrência e valores ainda mais caros.

É um modus operandi dos fabricantes que, em pleno 2020 (que foi maluco em todos os sentidos), simplesmente não faz mais muitos sentido. Para ninguém. Inclusive para quem estava acostumado a pagar esses valores mais altos para ter um dispositivo com características diferenciadas.

 

 

 

Conclusão

 

Não foi apenas a crise sanitária global que promoveu a queda de 30% nas vendas de smartphones no Brasil. O próprio comportamento do mercado em si contribuiu com isso. Tá, estou ignorando a forte variação do dólar durante o ano, o “fator Brasil”, uma economia que não se estabiliza e outros fatores econômicos.

Porém, olhando apenas e tão somente para o mercado de telefonia móvel no Brasil, os fabricantes tiveram uma boa dose de culpa nessa queda nas vendas. E no famigerado “novo normal”, ou as marcas revisam posicionamentos, ou a crise será ainda maior.

E são os mesmos fabricantes que reclamam da galera que adora importar smartphones da China…


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