Acredito que não existe alguém no planeta Terra que não utiliza um smartphone ou ao menos um telefone celular para se comunicar com outra pessoa a qualquer momento, em qualquer lugar. Tudo bem, acredito que apenas os recém-nascidos não utilizam um telefone móvel hoje.
E, de alguma forma, o assunto desse artigo está relacionado com aqueles que não nasceram, ou que vão se tornar recém-nascidos em breve. Mas quero conversar mesmo é com as mães, que estão carregando os seus filhos no ventre neste momento.
Muitas pessoas se perguntam (e se preocupam, com uma certa dose de razão) se é seguro utilizar o smartphone ou o celular durante a gravidez.
Vamos conversar sobre isso. E oferecer algumas respostas.
O duelo entre a radiação e a gravidez
Que os celulares emitem uma quantidade de radiação não ionizante, muitos já sabem. E o que sempre foi motivo de debate não era nem tanto o fato de um smartphone emitir uma quantidade de radiação tão baixa, que não é possível causar danos a longo prazo no ser humano.
O que é agora é a fonte de discussão é dos efeitos dessa radiação a longo prazo e, de forma mais específica, no desenvolvimento do feto dentro do corpo da mãe.
O desconhecimento resulta nos questionamentos, que podem ser tornar ainda mais enfáticos quando acompanhados de narrativas um tanto quanto distorcidas e não conectadas com uma realidade prática.
Um estudo desenvolvido pela Universidade de Yale sugere que a exposição prolongada à radiação de celulares pode sim influenciar o desenvolvimento cerebral do feto.
O que ninguém conta (principalmente aqueles que param a narrativa neste ponto) é que os resultados desses mesmos testes não são conclusivos, pois os estudos foram realizados em camundongos.
Ou seja, o comportamento da radiação do celular pode atuar de forma diferente, tanto na mãe quanto no feto. E, insisto: o nível de SAR registrado nos smartphones estão muito abaixo dos níveis que são considerados inseguros para os usuários.
E nenhum estudo teve a coragem de medir os efeitos nos fetos ou recém-nascidos. Pelo menos por enquanto… ainda não.
Pelo sim, pelo não… é melhor prevenir do que reclamar.
OMS e o princípio da precaução
A Organização Mundial da Saúde afirma que não há evidências suficientes sobre os efeitos nocivos dos celulares na gravidez, o que deveria servir para acalmar as mães mais preocupadas com o tema.
De qualquer forma, a mesma OMS recomenda uma maior cautela no uso do smartphone, principalmente nas primeiras semanas de gestação.
Não que o seu pequeno Enzo será afetado diretamente pela radiação. Mas você, mãe e gestante, pode sim ser diretamente afetada pelos efeitos do uso contínuo do celular no dia a dia, mas de outras maneiras.
Além da radiação, o uso excessivo de telas pode causar insônia, estresse e falta de sono, afetando negativamente a saúde da mãe e do bebê.
Ou seja, além do fone de ouvido para evitar a proximidade do dispositivo com a sua cabeça, é altamente recomendado parar de ter aquele contato com o telefone para ver o feed do Instagram antes de dormir.
O hábito de usar o celular à noite pode dificultar o sono da gestante, o que, por sua vez, prejudica seu bem-estar e o desenvolvimento do feto.
E tudo o que você mais quer na condição de mãe é oferecer para a pequena criança que você carrega em seu ventre um início de ciclo de vida minimamente saudável e tranquilo.
Espero ter ajudado
Pode até ser que o uso constante do smartphone não fará com que cresça uma terceira orelha bem no meio da testa da Valentina que você está gerando em seu ventre.
O que é uma ótima notícia, de qualquer forma. Sim, eu sei que decepcionei aos mais céticos que apostavam na radiação no uso do telefone, mas ao menos ofereci um conteúdo esclarecedor para as mães que estavam com dúvidas sobre o assunto.
Por outro lado, ter um pouco de bom senso no uso do celular é sempre algo muito positivo, e isso vale para qualquer idade e qualquer condição.
O uso constante das telas é algo que realmente pode prejudicar a dupla mãe + bebê nesse curto período de tempo em que os dois vão compartilhar do mesmo corpo.
E esse cuidado adicional pode resultar em benefícios a longo prazo para os dois, aumentando as chances de uma manutenção da saúde mental de forma simplificada no futuro.
Um adulto menos estressado pode gerar e educar uma criança igualmente menos estressada e ansiosa. E são apenas alguns meses um pouco distante do telefone, o que pode ser tornar um hábito permanente e benéfico para todos.
Tá, eu sei que não sou o melhor exemplo para falar sobre isso. Mas entendo também que posso recomendar que as pessoas sejam melhores do que eu sou.
E para as mães que chegaram até o final do artigo, eu digo: que a sua criança chegue bem e feliz ao nosso mundo caótico e disfuncional.
Tudo vai dar certo.
Na verdade… já deu certo.