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Um “certificado de imunidade” para sair da quarentena: funciona?

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Voltar ao normal para um mundo que, definitivamente, nunca mais será o mesmo. Voltar o quanto antes, e com o menor número de vítimas possível. Muita gente quer voltar ao trabalho sem se importar com o que realmente está em jogo nesse momento (evitar o colapso do sistema de saúde em plena pandemia do Coronavírus), mas não podemos negar que todos os países do mundo estão nesse momento pensando em como fazer isso.

Opções e teorias não faltam. Uma das mais discutidas nesse momento é a emissão dos “certificados de imunidade” para aqueles que estão saudáveis e podem sair do confinamento para reativar a economia. Isso passa por testes em massa da população e enquetes para identificar o impacto real da epidemia e, por tabela, identificar os contagiados com maior facilidade.

Isso é possível nesse momento? É viável? Por que não estão adotando essas medidas para evitar o caos econômico dos países afetados?

 

 

 

Faltam testes no mundo todo

 

 

Localizar quem tem e quem não tem o coronavírus (e identificar aqueles que já desenvolveram imunidade à doença) tem sentido, e pode ser essencial para que as sociedades voltem às ruas com maior rapidez. E o principal motivo para que um programa desse tipo ainda não tenha iniciado em algum país do mundo é: não existem meios técnicos para fazer isso como segurança.

Para diagnosticar o COVID-19, existem dois sistemas fundamentais: as PCR (testes moleculares que podem detectar o material genético do vírus no corpo, e que são úteis para o diagnóstico de infeção agura) e os testes rápidos (testes que usam as proteínas que o vírus produz para detectá-lo de forma mais rápida).

Porém, o que está faltando são três testes básicos: os testes serológicos que identificam os anticorpos que ficam no sangue após a infecção. Dezenas de laboratórios, universidades e centros de pesquisa estão trabalhando nele, mas é bem mais complicado que parece. Testar em laboratório não é o problema. O complexo é criar um sistema para levar esse tipo de teste para hospitais e clínicas de todo o planeta.

No Brasil, o problema se torna ainda mais sério, pois desde 2014 o Governo Federal está reduzindo de forma gradativa os investimentos em pesquisas nas universidades. Ou seja, não temos recursos para desenvolver os testes no país, o que nos obriga a importar os testes. O que sai mais caro e leva mais tempo para que os mesmos cheguem até os hospitais e postos de saúde para os testes em massa.

Nesse momento, não há problemas para diferenciar os anticorpos do SARS-CoV-2 dos demais tipos de coronavírus que vivem entre os humanos: o problema é que, nesse momento, não estamos seguros que o próprio vírus gere imunidade humana a médio ou longo prazo. Os estudos preliminares apontam que sim, mas o risco de reabrir um país baseado apenas em um teste pouco sólido é alto demais para iniciar uma iniciativa em larga escala.

Por isso, os primeiros movimentos nesse sentido foram recebidos com certo ceticismo por parte dos pesquisadores. Porém, isso não impede que o tal “certificado de imunidade” não seja discutido. Sua adoção (ou não) vai depender tanto da vontade política como a eficiência de outras estratégias: ou seja, se as barreiras epidemiológicas e de distância social conseguirem controlar a epidemia antes que os testes em massa estejam disponíveis para os países.


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