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Twitter está perdendo seu melhores usuários

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Elon Musk comprou um Twitter que está morrendo, e não sei se essa aquisição pode ressuscitar a plataforma (ou se o novo dono quer que ela volte aos melhores dias). Um relatório revela que os heavy users da plataforma do passarinho azul estão desaparecendo ou simplesmente se cansaram de tweeetar.

Isso é péssimo para o Twitter em um sentido mais amplo, pois toda rede social que preste precisa dos seus usuários mais influentes para engajar as outras pessoas dentro do serviço. E é importante que todos vejam o que está acontecendo para tentar projetar como será o futuro do serviço neste aspecto.

Se é que Elon Musk vai deixar alguma coisa em pé no Twitter. Mas isso é outra história.

 

Cada vez menos usuários Pro no Twitter

De acordo com a definição do próprio Twitter, menos de 10% dos usuários do Twitter geram pelo menos 90% das mensagens dentro da plataforma. Ou seja, poucas pessoas concentram muito volume de informação, e a plataforma (na verdade, qualquer plataforma) precisa ficar atenta a isso.

O Twitter também leva em consideração os usuários que abrem a plataforma pelo menos seis dias por semana e publicam aproximadamente 3 ou 4 mensagens por semana. E é esse grupo de usuários que está caindo de forma considerável desde a pandemia.

Algo que pode ser explicado pela mudança de interesse das pessoas na internet desde 2020. Ficar em uma única plataforma é algo que realmente cansa, e o mesmo aconteceu com o YouTube, que decidiu copiar a estratégia do TikTok para trazer os usuários de volta para os seus vídeos.

E o Twitter? O que pode fazer para atrair novamente os usuários que está perdendo? Cobrar pela conta verificada (uma das primeiras “ideias” de Elon Musk) não parece ser uma das decisões mais inteligentes que a rede social pode tomar neste momento.

 

Criptomoedas e pornografia

Os temas que mais chamam a atenção dos usuários do Twitter neste momento são as criptomoedas e a pornografia. E esses são dois assuntos que encontram enormes dificuldades em convencer os anunciantes para investir dinheiro na plataforma.

Os usuários do Twitter estão deixando de comentar ou procurar sobre esportes, notícias e entretenimento na plataforma, temas que historicamente movimentaram o engajamento entre os demais usuários. E quem conversa sobre esses assuntos são muito ativos na plataforma.

Da mesma forma que aqueles usuários que se interessam pelos conteúdos do tipo NSFW (Not Safe For Work), que são os conteúdos adultos que podem ser ocultados com certa facilidade dos chefes dentro do ambiente de trabalho. E quem quer patrocinar conteúdos que não são do tipo “Family friendly” e que não podem ficar visíveis para o grande público por motivos óbvios?

 

Os grandes influenciadores não se interessam mais pelo Twitter

Os usuários com um grande número de seguidores no Twitter estão também em plataformas como TikTok ou Instagram, deixando claro que os twitteiros profissionais e as celebridades perderam o interesse no microblog.

Ao mesmo tempo, o Twitter está deixando de ser a referência em notícias, apesar de ainda ser a principal fonte de informação dos norte-americanos. A queda é lenta, mas gradual. Em contrapartida, o TikTok está assumindo o lugar do Facebook como principal fonte de informações de muitos internautas, seguido pelo YouTube.

Outro ponto de desinteresse de alguns grandes usuários do Twitter na plataforma é o impacto do algoritmo. A maioria das mensagens exibidas na timeline hoje não são de pessoas que nós seguimos, e pelo menos 13% de todo o conteúdo é composto por publicidade. E muita gente está irritada com isso também.

Se o algoritmo tem responsabilidade sobre o que queremos ver no Twitter, ele também contribuiu para que muitos usuários ativos abandonassem a plataforma por restringir o alcance desse conteúdo. O problema pode ser remediado com a exibição do feed pela ordem cronológica, mas isso pode não ser o suficiente para resolver o excesso de mensagens de publicidade na linha do tempo.

Eu realmente tenho sérias dúvidas se Elon Musk e sua “visão alternativa de gestão” do Twitter (e estou usando um termo gentil para definir a situação) será capaz de reverter o cenário a ponto de tornar a rede social do passarinho azul novamente relevante como já foi um dia.

Neste momento, o Twitter ainda tem a sua visibilidade, pois o seu comportamento ainda é orgânico o suficiente para fazer com que as pessoas se movimentem sobre os assuntos do dia a dia que são comentados pelos internautas. Mas quando até mesmo o seu algoritmo está sabotando o engajamento dos usuários mais populares na plataforma, é sinal que as mudanças precisam ser muito mais profundas.

Mudanças essas que um único dono pode não pensar em promover, pois possui um ego inflado demais para corrigir erros e olhar a sério para os problemas que o serviço oferece nesse momento.


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