TargetHD.net | Notícias, Dicas e Reviews de Tecnologia “Top Gun: Maverick” é “filme de tiozão”? | TargetHD.net Press "Enter" to skip to content
Você está em | Home | Cinema e TV | “Top Gun: Maverick” é “filme de tiozão”?

“Top Gun: Maverick” é “filme de tiozão”?

Compartilhe

Que “Top Gun: Maverick” é um sucesso de público e de crítica, não resta a menor dúvida. O filme é “apenas” a maior estreia comercial da longa carreira de Tom Cruise, faturando US$ 248 milhões ao redor do mundo no seu primeiro final de semana.

O filme é simplesmente fantástico, indo além de um espetáculo visual sem precedentes. Ele aposta pesado na nostalgia e na memória afetiva daqueles que testemunharam o primeiro filme com toda a vibe da época. Ao mesmo tempo, acrescenta elementos novos que o posiciona no seu tempo presente de forma competente.

Mas… será que “Top Gun: Maverick” é o “filme de tiozão” mais bem sucedido de todos os tempos?

Ou melhor: será que a experiência de cinema virou “coisa de velho”?

Vamos responder a essas perguntas de forma objetiva, e desprovidos de preconceitos.

 

 

 

Um filme para os fãs de Ases Indomáveis

“Top Gun: Maverick” tem o seu público-alvo muito bem definido, e os números fornecidos pela Paramount deixam isso muito claro: pelo menos 55% das pessoas que foram aos cinemas para assistir Tom Cruise e grande elenco em caças F-18 contavam com pelo menos 35 anos ou mais.

Isso significa que essa turma toda estava na infância quando viu o clássico “Top Gun: Ases Indomáveis” em fitas VHS ou na Tela Quente.

E esse é exatamente o meu caso.

É indiscutível que “Top Gun: Maverick” aposta no fator nostalgia, e se dá muito bem com isso. Para essa faixa etária específica, a memória afetiva envolvendo o primeiro filme ainda é muito viva. Algo absolutamente normal para um filme tão icônico como esse.

E como esse pessoal agora possui dinheiro no bolso ou no cartão de crédito, é fácil concluir que ir ao cinema para reviver esses bons momentos da infância é um movimento mais do que natural. É a geração dos anos 80 que está ditando algumas das regras do mundo do entretenimento atual.

Algumas. Não todas.

 

 

 

Cinema AINDA não é coisa de velho

Entendo que “Top Gun: Maverick” pode aumentar o volume de remakes e revivals no cinema, pois é uma fórmula que funciona muito bem hoje (inclusive pelos motivos que mencionei no segmento anterior). Mas não me atrevo a dizer que a experiência de assistir filmes em uma sala de cinema se tornou “coisa de velho”, uma expressão que soa até pejorativa.

O público mais jovem é quem ainda manda nos cinemas ao redor do mundo. Principalmente se o filme em questão for da Marvel (a DC tem um público mais adulto).

Por outro lado, com os jovens consumindo mais e mais conteúdos via streaming através da tela do smartphone, não é um absurdo pensar que a experiência de ver um filme em uma sala de cinema pode depender de forma majoritária do público mais velho.

Principalmente se as grandes redes de cinema não modificarem as suas propostas de experiência do cinema, cobrando preços elevados por um produto que não é dos mais satisfatórios para o grande público.

Do jeito que está, só os mais velhos vão ao cinema no futuro, pois eles podem pagar por essa experiência.

 

 

 

“Top Gun: Maverick”, um caso pontual em vários aspectos

Dizer que “Top Gun: Maverick” é “filme de tiozão” chega a ser algo meio ofensivo e preconceituoso.

Entendo que é um filme que pode divertir diferentes gerações, mesmo com toda a sua proposta que aposta na nostalgia. Para quem não viu o primeiro filme e não viveu o hype da época, o longa pode ser pretencioso, mostrando um Tom Cruise quase intocável. Mas na prática, ele está bem longe de ser um filme de uma nota só, ou de apenas um público.

“Top Gun: Maverick” pode ser uma das poucas chances que restam ao cinema tradicional em revitalizar a sua proposta, mesmo alcançando um público majoritariamente mais velho. Faz um bom tempo que um filme não faz tanto barulho, e todos podem aprender um pouco com isso.

E é muito bom ver um filme entregando exatamente aquilo que ele se propõe a ser: entretenimento da mais alta qualidade.


Compartilhe