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Spotify virou TikTok, irritando muita gente

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O Spotify quer ir além de ser uma plataforma de streaming de músicas, e isso está muito claro para qualquer usuário do serviço.

Recentemente, começou a apostar de forma mais consistente nos podcasts e audiolivros, duas das tendências de consumo de conteúdo dos novos usuários. E agora, reformulou a sua interface de usuário, se aproximando de forma clara da proposta do TikTok para promover melhor os artistas e criadores de conteúdo, além de poder exibir mais publicidade, obviamente.

Como toda mudança, ela tem defensores e detratores. E pelo menos nesse primeiro momento, o segundo grupo tende a ser maior e mais barulhento.

Vamos entender melhor quais são as mudanças na interface do Spotify, e como elas podem interferir na sua experiência de uso no serviço.

 

O que você vai encontrar no novo design do Spotify

O Spotify defende a mudança de design, pois entende que dessa forma o usuário poderá descobrir de forma mais aprofundada os conteúdos disponíveis na plataforma, estabelecendo conexões mais significativas entre as sugestões apresentadas.

Na prática, a página principal da interface passa a adotar uma nova dinâmica, onde as categorias de Musica e Podcasts e Programas vão exibir novos álbuns, episódios e playlists na parte superior, e na parte central encontramos uma nova fonte de conteúdos com vídeos que vão reproduzir de forma automática, em modo de pré-visualização.

Como o feed é em formato perpétuo e contínuo, a similaridade com o TikTok é inevitável, já que a mecânica é a mesma. Até que você encontre algum conteúdo de sua preferência, o feed vai exibir as sugestões. E quando isso acontecer, você pode iniciar automaticamente a reprodução ou salvar aquele item para uma execução em um segundo momento.

Além disso, a nova interface também inclui feed para descobrir novos conteúdos nas buscas, permitindo que os usuários escutem trechos de canções dentro dos seus gêneros favoritos, também permitindo que as músicas sejam salvas em uma playlist de acordo com artistas e estilos. Também é possível explorar gêneros relacionados utilizando as hashtags.

As mudanças atendem de forma direta os usuários das novas gerações, que abraçaram o fenômeno do TokTok. E como toda escolha nessa vida representa uma renúncia, o grande grupo de pessoas que não foram contempladas pelas mudanças estão reclamando da nova mecânica de consumo de conteúdo.

 

Nem todo mundo gostou das mudanças

O novo feed vertical não convenceu a todos os usuários do Spotify.

Muitos afirmam que utilizam o Spotify basicamente para ouvir música, e com todas as mudanças apresentadas acabaram recebendo episódios de podcasts constantemente. E a plataforma não oferece ferramentas para que os usuários estabeleçam filtros mais avançados sobre os conteúdos que realmente desejam ouvir.

Há quem diga que até pode ouvir podcasts por um bom tempo por acreditar que aquele conteúdo pode ser interessante, mas na prática perde vários minutos em um episódio que, com o passar do tempo, entrega um conteúdo que não é do agrado.

E para piorar, o algoritmo do Spotify não entende que a pessoa não gostou daquele conteúdo, e segue sugerindo podcasts similares, o que torna a experiência do usuário algo terrível.

Ou seja, fica a impressão que o Spotify quer impulsionar os podcasts na base da força, pois nem mesmo dá para buscar canções sem ter que filtrar os episódios de podcasts nos resultados das buscas. Na versão para desktop da plataforma, isso é até possível, mas não na versão para smartphones e tablets.

O comportamento é o mesmo que acontece no TikTok: se você inicia um vídeo de 10 minutos, mas no minuto quatro desiste daquele assunto, a plataforma entende que você se interessou por aquele conteúdo, e fica sugerindo outros vídeos similares de forma equivocada.

No final, o Spotify copiou tanto o TikTok, que acabou entregando alguns dos mesmos problemas do comportamento do algoritmo da plataforma de vídeos. E o principal prejudicado é o usuário, que acaba se tornando refém de uma plataforma que não consegue aprender com o comportamento do coletivo, e oferece canções ou podcasts que ninguém quer ouvir.

Vamos aguardar para ver como o Spotify contorna essa situação. E se não modificar o algoritmo, muito provavelmente vamos testemunhar um pequeno êxodo de usuários dessa plataforma.

Eu nem preciso lembrar que existem outras alternativas para reprodução de conteúdos musicais via streaming. Particularmente, prefiro o YouTube Music, cujo algoritmo entrega exatamente o que eu quero ouvir, e sem oferecer os podcasts o tempo todo quando na prática só quero ouvir músicas.


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