O início da batalha entre Blu-ray e HD-DVD marcou a indústria de mídia digital entre 2005 e 2008. O confronto envolveu grandes estúdios e empresas de tecnologia, que lutavam para determinar qual seria o sucessor do DVD.
Durante a guerra dos formatos, a distribuição digital começava a ganhar força, especialmente em mercados como o musical e de jogos. Plataformas como Netflix e Steam já estavam emergindo, indicando uma mudança iminente no consumo de conteúdo de entretenimento.
Nos anos subsequentes, a distribuição digital dominou diversos mercados, reduzindo drasticamente a presença de mídias físicas. A tendência crescente de serviços de assinatura acelerou essa transição.
E o tempo mostrou que as mídias digitais estavam condenadas ao desaparecimento.
Agora, a Sony anuncia o início do fim do Blu-ray, tal e como conhecemos.
Próxima geração de consoles será digital
Recentemente, surgiram rumores de que a próxima geração de consoles Xbox pode ser exclusivamente digital. Analistas também especulam que a Sony possa seguir essa tendência em gerações futuras.
Ao mesmo tempo, a Sony anunciou cortes na sua fábrica de produção de Blu-ray em Tagajo, Japão. Estima-se a demissão de 250 empregados e a oferta de aposentadoria antecipada para outros, representando uma possível redução de 50% da força de trabalho.
Apesar da continuidade da venda de jogos em formato físico para a atual geração de consoles, a tendência é que uma proporção crescente de jogos seja distribuída digitalmente. Analistas projetam que 80% dos jogos de PlayStation 5 vendidos em 2024 serão digitais.
Com a digitalização crescente, a relevância das mídias físicas continua a diminuir. Caso as principais empresas de consoles adotem um modelo exclusivamente digital, isso poderá marcar o fim definitivo do Blu-ray e de outras mídias físicas.
A morte do Blu-ray vai acontecer?
Sim. Vai acontecer. Infelizmente.
Os colecionadores ficarão órfãos de pai e mãe com essa decisão de mercado, mas é a realidade prática dos fatos. O mundo do entretenimento está totalmente voltado para o digital, pois os grandes estúdios entenderam que essa é a melhor forma de retomar o controle sobre as suas propriedades intelectuais, algo que historicamente estava ameaçado pela pirataria.
Da mesma forma, o mercado de videogames também se voltou para o digital, e pelos mesmos motivos. E compreendeu que poderia ser mais lucrativa com o fim das mídias físicas.
Sem falar que alguns jogos que são exclusivos de determinadas plataformas que não estão disponíveis em formato digital só poderão ser jogados pelos proprietários das mídias físicas e dos consoles do passado, já que a retro compatibilidade não é plena em determinadas plataformas.
Para os usuários, o movimento não só representa produtos e serviços mais caros, como também pode significar o desaparecimento de determinados conteúdos. Séries de TV, filmes e jogos de videogames podem ficar inacessíveis em determinadas regiões do planeta por conta dos direitos autorais e estratégias de distribuição.
É duro reconhecer isso, mas a tecnologia do streaming e os formatos digitais deveriam representar um avanço em larga escala, mas entregaram um retrocesso sem precedentes para os usuários.
No final das contas, todos nós vamos sair perdendo com o fim das mídias físicas, de alguma forma.