Os smartphones dobráveis alcançaram o seu ponto de maturação. Deixaram de ser um conceito para se torarem uma realidade prática, onde um segmento se construiu “do nada”, virando um objeto de desejo de muitos usuários.
Aqui, méritos para a Samsung, que investiu e insistiu nos telefones dobráveis. Modelos como o Galaxy Z Fold6 são amplamente reconhecidos pelos usuários, e marcas como Huawei e Xiaomi seguiram o caminho pavimentado pela sul-coreana.
Mas nem tudo é perfeito nos smartphones dobráveis. E um grande grupo de usuários ainda tem problemas com esse formato: os canhotos.
Uma dor de cabeça para os canhotos
A evolução da tecnologia também deve ser pautada pelas melhorias que promovem a democratização em nome da acessibilidade para o grande público.
Normalmente damos um foco maior para aqueles usuários que contam com algum tipo de deficiência ou impeditivo mecânico, e não damos tanta atenção para os canhotos.
Lembrando que ser um canhoto não quer dizer que você possui alguma deficiência física ou cognitiva. É uma característica que pode ou não fazer parte do ser humano, em função de diversos fatores.
Falando mais especificamente dos smartphones dobráveis, mesmo que o design desses produtos seja pensado na ergonomia, a proposta atual, que posiciona as dobradiças e botões voltados para os destros na maioria dos casos, torna a experiência de uso desconfortável para quem é canhoto.
É só olhar com atenção para os últimos lançamentos, ou para os principais dispositivos dobráveis em formato fold.
Com botões e sensores todos do lado direito, os canhotos recebem uma experiência de uso frustrante, e um design mais inclusivo é mais do que necessário para expandir o mercado desse tipo de dispositivo.
A demanda por essa transformação existe, e não apenas em função dos canhotos. Na verdade, independente da mão dominante, já existem pedidos para que a proposta de interação dos dobráveis mude de alguma forma.
Algumas alternativas já estão disponíveis, como a possibilidade de inversão da interface do Android ou a criação de designs com uma proposta ambidestra.
Outros aspectos do design atual dos smartphones dobráveis também jogam contra os canhotos na usabilidade, como a espessura e o peso dos dispositivos.
No dia a dia, se tornou comum utilizar telefones com apenas uma das mãos, e em boa parte do tempo utilizamos os dobráveis com uma única mão.
Designs mais finos e leves podem ajudar a todos os usuários, independentemente da mão utilizada para segurar o dispositivo.
Marcas precisam respeitar o feedback dos usuários
A comunidade de canhotos tem expressado suas frustrações com os dispositivos dobráveis nas redes sociais. Desde o primeiro dia, plataformas como Reddit e Threads recebem o feedback sobre o quão ruim é utilizar um telefone dobrável para quem tem a mão esquerda como a principal.
Se os fabricantes vão entender as necessidades desse grupo para implementar as mudanças necessárias nos futuros modelos de smartphones dobráveis, não sabemos.
Os fabricantes podem pensar da seguinte forma:
“São apenas 10% das pessoas no mundo que são afetadas por um design pensado na maioria”.
Só entendo que vale a pena ouvir e se adaptar às necessidades de todos os usuários. inclusão e diversidade são palavras importantes no mundo de hoje.
E a primeira marca que pensar nesses conceitos para mudar suas propostas de produtos deve conquistar e expandir o grande grupo consumidor, independentemente de ser composto por destros ou canhotos.