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Smartphone limitado, mente renovada: os efeitos da desconexão, segundo a ciência

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Um estudo conduzido por cientistas da Universidade do Texas em Austin revelou que reduzir o uso do celular pode trazer benefícios significativos para a saúde mental. E… não que boa parte dos usuários de smartphones precisasse de um estudo para comprovar isso, mas é sempre bom ter a ciência mostrando a realidade dos fatos para os mais leigos.

Passamos tempo demais nos smartphones, e isso é fato. Tanto pela necessidade quanto pelo desejo próprio em buscar o ócio ou o entretenimento, o dispositivo se tornou uma extensão de nós. E isso pode ser um enorme problema em médio e longo prazos.

Neste artigo, vamos ver os resultados desse estudo como mais um sinal de alerta sobre como é importante “dar um tempo” do smartphone, pois isso é necessário para o nosso bem-estar.

 

Os detalhes do estudo

A pesquisa contou com 467 participantes entre 18 e 74 anos que se comprometeram a usar seus telefones apenas para ligações e mensagens durante um mês, sem acesso à internet móvel.

Os resultados demonstraram que 91% dos participantes experimentaram melhorias substanciais em pelo menos uma das três áreas avaliadas. Especificamente, 70,5% relataram melhora na saúde mental, 73,3% sentiram maior sensação de bem-estar e 58,5% perceberam aumento na capacidade de atenção.

Um dado particularmente impressionante foi que, após apenas duas semanas de uso limitado, a capacidade de atenção dos participantes se equiparou à de pessoas aproximadamente dez anos mais jovens. Os pesquisadores compararam os benefícios para a saúde mental aos efeitos obtidos com antidepressivos.

As explicações para estas melhorias estão relacionadas a mudanças comportamentais: sem internet no smartphone, os participantes provavelmente dedicaram mais tempo à socialização presencial, exercícios físicos e contato com a natureza.

É importante destacar que os participantes podiam continuar acessando a internet por outros dispositivos como tablets e computadores, o que reforça a ideia que o problema está no uso constante do dispositivo smartphone, pois é ele quem permite as interações instantâneas e o acesso rápido às plataformas digitais.

 

O que aprendemos aqui?

O experimento sugere que nosso hábito de rolagem constante nas redes sociais e o uso impulsivo do celular em momentos de tédio podem estar afetando negativamente nossa saúde mental e capacidade de concentração.

Não é de hoje que esse “efeito de roleta” foi detectado como algo problemático para os usuários. E as plataformas sabem disso: os documentos do processo do governo norte-americano contra o TikTok revelaram que a ByteDance sabia do quão nocivo era a mecânica de uso da rede social e, mesmo assim, não fez nada para mudar isso.

Mesmo a simples limitação do acesso à internet via celular já foi suficiente para produzir benefícios psicológicos reais e mensuráveis. Que dirá uma pausa mais prolongada das redes sociais, como sugere o estudo.

Logo, se você quer mesmo ter um pouco mais de saúde mental na vida, se permita a abandonar um pouco o smartphone. Com alguma sorte, você consegue, aos poucos, reduzir o seu uso de forma gradativa, e os benefícios se tornarão mais tangíveis com o passar do tempo.

 

Via NPR


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