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Reparar um iPhone custa o mesmo que comprar um bom smartphone de linha média

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Eu já abordei as polêmicas envolvendo a Apple e os preços dos seus produtos e serviços no Brasil, com termos pouco elogiosos para os corajosos que decidiram investir o seu dinheiro em um produto da empresa por aqui. Agora, quero falar de forma mais específica sobre os valores de reparação dos iPhones e outros dispositivos, que são absurdos a ponto de custarem preços de bons smartphones Android de linha média.

E não venha me dizer “ah, mas não é um iPhone, e…”. Não interessa. O objetivo aqui é estimar o valor real de um serviço de reparação e seus materiais comparado com a possibilidade de comprar um smartphone novo com o mesmo valor investido, o que pode resultar em uma relação custo-benefício muito mais favorável do que consertar um telefone que, depois de reparado, não será a mesma coisa de um novo.

 

 

 

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Para algumas pessoas, o iPhone 12 não passa de um iPhone 11 com cara de iPhone 5. Tá, pode ter uma certa dose de exagero nessa avaliação, mas não podemos julgar as pessoas que pensam dessa forma. Ao mesmo tempo, podemos encontrar uma grande porcentagem de autênticos devotos da Apple que estão dispostos a sacar o cartão de crédito Black Platinum para comprar o novo iPhone. E o preço caríssimo que ele pode custar no Brasil é algo que não deve fazer diferença alguma para esse segundo grupo.

A dinâmica da indústria de smartphones foi absurdamente alterada em 2020. Os calendários de lançamentos foram afetados, e os custos de produção também. Sem falar que muitas pessoas estão ganhando menos, ajustando os orçamentos domésticos e optando por produtos mais próximos dessa nova realidade financeira.

Olhando para os detalhes dos novos modelos do iPhone 12, é fácil compreender que a gigante de Cupertino adicionou tecnologias de ponta, o que vai resultar em valores de reparação incrivelmente elevados. O problema é que, ao mesmo tempo em que os novos telefones foram apresentados, a Apple aumentou de forma voraz os valores de reparação dos dispositivos que já estão no mercado, a ponto do conserto de alguns deles custarem o mesmo que um smartphone de linha média.

E não estou falando de modelos intermediários “comuns”. Estou falando de bons telefones de linha média.

Trocar a tela do iPhone 11 Pro ou 11 Pro Max pode chegar a custar até R$ 2.499. Por R$ 1.999, o Samsung Galaxy Note 10 Lite de 128 GB poderia ser adquirido recentemente, e por esse valor, dá para comprar um Samsung Galaxy S10e ou até o Galaxy S10 normal, dependendo do e-commerce que você escolher.

Além disso, praticamente todos os smartphones de linha média da Motorola cabem nesse valor e, em vários modelos, ainda sobra para você investir em algum outro gadget.

A inflação na reparação de dispositivos da Apple também chegou em modelos como iPhone X e iPhone XS, lançados em 2017 e 2018, respectivamente. Para trocar a tela dos dois modelos, o custo é de R$ 2.119, um valor que cabe no orçamento de compra de vários telefones intermediários com Android.

E a pergunta que eu faço aqui é: por que diabos você vai querer pagar R$ 2.119 para trocar a tela de um smartphone que foi lançado em 2017? Será que realmente vale a pena?

 

 

 

Isso só vai piorar…

 

 

Para quem quer colocar a culpa dessa inflação nos serviços de reparação da Apple no “fator Brasil”, alta galopante do dólar e crise sanitária global, saiba que o cenário não é promissor para as reparações no iPhone 12, uma vez que a gigante de Cupertino integrou um display OLED nos novos modelos, deixando de lado a tela de LCD.

Esta decisão vai deixar os custos de reparação dos novos iPhones bem mais caros, onde a única esperança para evitar gastos maiores é a tecnologia de resistência de tela dos novos modelos, que é baseada em cerâmica e deixa o telefone quatro vezes mais resistente.

Isso… e o fato de você usar um bom case, colocar o seu smartphone no seguro e não ser um desastrado completo para deixar ele cair das suas mãos o tempo todo.

De novo: tem que ser muito corajoso (ou muito otário) para comprar um iPhone nesse momento. Os valores estão impraticáveis, e tudo o que a Apple quer é lucrar pela lei do menor esforço. E tenho pena de quem está disposto a pagar o preço para ser um usuário com um telefone caríssimo, onde a reparação custa o mesmo que um bom telefone de linha média.


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