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Remake de O Rei Leão é o original take a take, mas a tecnologia estragou a experiência

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Confesso que eu fiquei com receio antes de assistir ao remake de O Rei Leão, mas ainda assim abracei um pouco de esperança de encontrar um filme que me agradasse no resultado final. E, de coração aberto, o filme é tecnicamente bom. Mas peca onde não deveria pecar: na conexão emocional com o espectador.

O remake dirigido por Jon Favreau (responsável por toda a trilogia Homem de Ferro na Marvel e diretor do remake de Mogli – O Menino Lobo) é, tecnicamente, um bom filme. Os recursos de animação utilizados são inéditos e muito imersivos, e tudo isso fará com que o filme receba algumas indicações ao Oscar 2020.

E o longa tem coisas muito boas, como a trilha instrumental de Hans Zimmer. Não posso falar da trilha sonora como um todo porque eu fui obrigado a ver o filme dublado (não tem a opção legendada nos cinemas de Araçatuba, SP… que b*$!@…).

E aí está o grande problema: a trilha incidental emocionar mais do que a história e seus personagens.

 

 

Tanta tecnologia tirou o componente emocional

 

 

O remake de O Rei Leão segue rigorosamente o mesmo roteiro do clássico de 1994. Take a take. Fala por fala. Não há novidades ou surpresas para os veteranos. E só por isso já temos uma experiência que desanima, pois você já sabe como tudo vai acabar.

E tudo ficou apenas mais torturante para mim porque o filme de 1994 ainda está muito vivo na minha memória, assim como tudo o que eu senti ao assistir aquela animação com 15 anos de idade. São memórias afetivas que eu esperava encontrar no novo filme.

Mas… não rolou. E acho que aqui a culpa é minha: eu não podia esperar as mesmas emoções de um filme que, apesar de ser igual ao anterior na história, perspectivas, motivações e lições, entregava uma “casca” diferente. Bem diferente.

Apesar de apresentar uma tecnologia realmente impressionante, eu fiquei o tempo todo pensando na falta de expressividade dos animais. Tá, pode ser uma bobagem minha, já que Jon Favreau queria entregar um filme foto realista. Porém, eu tenho que embarcar na ideia que os animais falam, expressam sentimentos, pensamentos, motivações, filosofias de vida e até cantam!

Ora, se eu tenho que entrar na fantasia que os animais fazem tudo isso, por que eu não posso querer que eles entreguem expressões faciais condizentes com tais sentimentos? É pedir demais?

Mas… não. Todos os animais contam com a mesma expressão facial do começo ao fim do filme, algo que só funciona com o Scar, que é o vilão, logo, não tem motivos para expressar outra coisa que não seja maldade e neutralidade.

 

 

Todas as expressões emocionais ficam por conta da interpretação das vozes dos personagens, e esse é outro fator que complica a vida de O Rei Leão (2019): por mais que dublagem da Disney no Brasil seja excelente (e foi também nesse filme), ela “mata” parte da experiência original nesse aspecto – e especialmente nesse filme, onde bem sabemos que temos Beyoncé cantando o tema romântico de Simba e Nala.

A maioria dos brasileiros vai perder a grandiosidade desse momento, porque são poucas as salas que estão exibindo o filme com áudio original e legendado.

 

 

Em resumo: o remake de O Rei Leão impressiona nos aspectos visuais e técnicos, mas decepciona nos contextos emocionais. Para mim, o filme “não rolou” e, nesse caso, a tecnologia mais atrapalho do que ajudou.

É uma pena. Eu realmente queria que esse filme me conquistasse. No final, eu só queria que acabasse logo para voltar para casa. E isso é péssimo.

 


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