Os smartwatches não foram a revolução prometida, evoluindo para um âmbito mais esportivo e, curiosamente, impulsionando o valor dos relógios digitais das décadas de 1970 e 1980.
Alguns modelos de até quatro décadas ainda estão nas lojas ou em mercados de segunda (ou terceira) mão, sem falar nas re-edições de modelos míticos. E uma ativa comunidade ajuda na reparação dos relógios em caso de problemas.
Do LCD ao LED
O Hamilton Pulsar Time Computer (1972) é um dos pioneiros do segmento. Custava na época US$ 2.100 (US$ 12.600 de hoje, considerando a inflação) porque apareceu no pulso de James Bond em 007: Live and Let Die.
Suas baterias aguentavam ‘apenas’ entre três e seis meses, o que deixou o produto insustentável para a sua época. Hoje, ele é bem raro e bem caro, mas sempre é possível recorrer ao mercado de segunda mão.
Muito mais acessíveis são os relógios com telas de LCD, que são de fácil reparação e manutenção. Eles iam além dos primeiros modelos com LED, oferecendo calendário perpétuo, cronômetro ou alarmes, com designs onde o metal era o absoluto protagonista.
Gigantes do mundo da tecnologia na década de 1970 apostaram nos relógios: Commodore, National Semiconductor, Texas Instruments, Fairchild e outras.
Casio, a lenda das lendas
A Casio segue produzindo relógios digitais, aproveitando o toque de nostalgia que é tão lucrativo. Um dos mais míticos modelos é o relógio/calculadora Casio CA-50, utilizado por Michael J. Fox em De Volta Para o Futuro.
Algumas variantes de modelos como o CA-53W-1 podem ser encontrados com preços bem acessíveis, dependendo do tempo de lançamento do modelo. Já outras raridades, como o relógio com calculadora científica Casio CFX-200 pode custar mais de 700 euros em algumas lojas online.
Por outro lado, o lendário Casio F91W-1 custa menos de 18 euros, e este ainda é um relógio bem versátil pela sua resistência à água e luz noturna. E recentemente o primeiro Casio com tecnologia G-Shock foi relançado, para receber conectividade Bluetooth
Reparar um velho relógio digital não é difícil
Um dos primeiros relógios a ser considerado “inteligente” é o Seiko UC-2000, pois permitia a programação em BASIC e executar os programas a partir do relógio. Os colecionadores de relógios digitais vintage consideram esse um modelo imprescindível em qualquer coleção.
Um grande grupo de fãs não apenas colecionam relógios, mas também reparam e ajudam a reparar os produtos. Existe até um manual especialmente orientado à reparação desses modelos.
Apesar de toda a evolução tecnológica que vivemos, os relógios digitais ‘vintage’ seguem vivos nos pulsos das pessoas. Felizmente.